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Demissões em massa no setor madeireiro brasileiro já passam de 4 mil após tarifaço dos Estados Unidos, afetando exportações e empregos em Santa Catarina

Publicado em 18/09/2025 às 11:41
Mais de 4 mil trabalhadores já perderam o emprego desde agosto, e empresas tradicionais enfrentam reestruturações para sobreviver.
Mais de 4 mil trabalhadores já perderam o emprego desde agosto, e empresas tradicionais enfrentam reestruturações para sobreviver.
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Demissões em massa atingem setor madeireiro brasileiro após tarifaço dos EUA. Mais de 4 mil trabalhadores já perderam o emprego desde agosto, e empresas tradicionais enfrentam reestruturações para sobreviver.

As demissões em massa no setor madeireiro brasileiro já ultrapassaram 4 mil desde que os Estados Unidos aplicaram tarifas extras sobre produtos importados em agosto, segundo levantamento da g1. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, provocou queda imediata nas vendas externas e afetou diretamente polos exportadores de madeira e móveis, sobretudo no Sul do país.

Em São Bento do Sul (SC), uma das principais cidades do polo madeireiro, a empresa Artefama Móveis confirmou cortes significativos em sua equipe. Fundada em 1945, a companhia informou que está passando por uma reestruturação para adaptar-se ao novo cenário internacional.

O Sindicato de Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sindusmobil) estima que somente ali tenham ocorrido mais de 300 desligamentos.

Impacto direto nas exportações brasileiras

O polo madeireiro de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre tem nos Estados Unidos o destino de 62% da produção. Com a imposição das tarifas, o setor perdeu competitividade e sofreu uma retração imediata na geração de caixa.

Para o presidente do Sindusmobil, Luiz Carlos Pimentel, as empresas estão sem perspectiva de recuperação no curto prazo, o que obriga decisões drásticas como cortes de pessoal e suspensão temporária de operações.

O impacto não se limita a Santa Catarina. A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) informou que, entre 9 de julho e 15 de setembro, pelo menos 4 mil demissões em massa foram registradas em empresas do setor em todo o Brasil.

Quais áreas foram mais afetadas

O setor madeireiro brasileiro emprega cerca de 180 mil trabalhadores e abrange diferentes segmentos: compensados, madeira serrada, pisos, molduras e portas. Com o tarifaço, todos esses ramos sentiram a redução da demanda.

Segundo a Abimci, as exportações de madeira serrada e compensados foram as mais prejudicadas, já que representavam boa parte da pauta exportadora para os Estados Unidos.

Para tentar mitigar os efeitos, empresas vêm recorrendo a acordos coletivos de trabalho, férias coletivas e redução de jornada, mas tais medidas são paliativas e têm prazo limitado.

A busca por novos mercados internacionais está em curso, mas exige tempo, investimentos e capacidade logística que muitas indústrias não têm no momento.

Medidas do governo catarinense

Diante do cenário, o governo de Santa Catarina anunciou em agosto um pacote emergencial de R$ 435 milhões para apoiar exportadores afetados.

As medidas incluem incentivos tributários e linhas de crédito especiais para garantir a manutenção de até 70 mil empregos ligados ao setor.

Ainda assim, especialistas alertam que essas ações não substituem o impacto da perda do mercado americano, que era consolidado e de alta demanda.

Para eles, a recuperação dependerá tanto de negociações internacionais quanto da diversificação da pauta de exportações.

O que diz a empresa Artefama

Demissões em massa no setor madeireiro brasileiro já passam de 4 mil após tarifaço dos Estados Unidos, afetando exportações e empregos em Santa Catarina

Em comunicado, a Artefama Móveis afirmou que a decisão de cortar postos de trabalho foi “difícil, mas necessária para garantir a continuidade da operação”.

A empresa reforçou que está reorganizando processos, explorando novos mercados e se preparando para “um novo ciclo de crescimento”.

Segundo a companhia, o objetivo é manter a presença no município de São Bento do Sul e recuperar gradualmente a capacidade produtiva, o que poderia reabrir vagas de emprego no futuro.

A nota enfatizou o compromisso da indústria com a comunidade local, mesmo em meio à crise.

As demissões em massa no setor madeireiro revelam como o tarifaço dos Estados Unidos expôs a dependência do Brasil de mercados externos estratégicos.

Ao mesmo tempo, escancara os desafios da reindustrialização em regiões que dependem fortemente da exportação.

Você acredita que o Brasil deveria buscar urgentemente novos mercados para reduzir a dependência dos EUA? Ou a saída está em pressionar por acordos internacionais para derrubar as tarifas?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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