Com investimentos bilionários, nova obra na BR-116 prevê mais de 23 viadutos e tecnologias modernas para solucionar um dos trechos mais perigosos do Sudeste, conectando São Paulo e Rio de Janeiro com mais segurança, fluidez e geração de empregos.
Um investimento de R$ 1,5 bilhão, proveniente da maior emissão de debêntures incentivadas da história e financiado pelo BNDES, está em curso na Serra das Araras, no trecho fluminense da BR‑116 (Via Dutra), entre Piraí e Paracambi (RJ).
A obra, parte do programa Novo PAC, é considerada uma das maiores intervenções na Dutra em décadas e promete transformar radicalmente a logística entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Viadutos, rampas e tecnologia na Serra das Araras
24 viadutos somando mais de 4.500 m, além de duas rampas de escape, 3 passarelas, 8 faixas (4 por sentido), acostamentos e vias marginais, estão em construção.
-
Brasil inaugura a maior fábrica de mosquitos modificados do mundo e pretende proteger até 70 milhões de pessoas
-
Milhões de insetos geneticamente modificados foram liberados no Brasil, mas por que ninguém te contou isso antes?
-
Esse cara entrou para a história ao derrotar o ChatGPT no jogo de xadrez sem perder nenhuma peça, e ainda fez piada
-
Cientistas liberam 200 mil larvas de ostras no mar e o motivo por trás disso vai te surpreender
Pavimento com borracha reciclada, sinalização inteligente, iluminação LED e internet 5G com câmeras e painéis de mensagens variáveis farão parte da nova infraestrutura.
Desde abril de 2024, com 25% da obra executada, já foram instaladas 502 fundações (das 2.200 previstas), e cinco das 50 vigas principais começaram a ser montadas no canteiro de Paracambi.
Cerca de 2.000 trabalhadores estão mobilizados, com projeção de mais 3.000 contratações até a conclusão da obra.
Rodovia Dutra e os desafios na Serra
A Serra das Araras é o ponto mais sinuoso e perigoso da Dutra.
Curvas acentuadas, descidas íngremes e tráfego intenso — com cerca de 390 mil veículos por mês, sendo 36% de cargas pesadas — tornam os engarrafamentos e acidentes quase diários.
Além disso, um deslizamento ocorrido em 1967, que matou centenas e isolou partes da via, evidencia os riscos geotécnicos permanentes da região.
Redução de tempo e aumento da segurança viária
A modernização deve resultar em redução de até 50% no tempo de travessia na descida (sentido RJ) e 25% na subida (sentido SP), com velocidade média de 80 km/h.
A nova estrutura permitirá menor consumo de combustível, menos desgaste de veículos pesados e maior fluidez no trânsito.
A separação clara entre os sentidos, com pistas independentes, rampas de escape e acostamentos, deve reduzir significativamente os acidentes.
Financiamento e responsabilidade da obra
O projeto é executado pela CCR RioSP, sob fiscalização da ANTT, e foi incluído no contrato de concessão firmado em março de 2022.
O financiamento é viabilizado com R$ 10,75 bilhões do governo federal, incluindo a maior emissão de debêntures incentivadas da história (R$ 9,4 bi) e aportes do BNDES.
A diretora de infraestrutura do BNDES, Luciana Costa, destacou a sustentabilidade do projeto, citando o uso de “debêntures verdes” que permitiram juros reduzidos.
Autoridades destacam importância estratégica
Durante vistoria em abril de 2025, o presidente Lula classificou a obra como parte do “futuro do Brasil que a gente deseja”, e criticou o passado de “país das obras paradas”.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o projeto foi pensado “para reconstruir a Serra das Araras para o povo brasileiro”, e elogiou os pilares de segurança, sustentabilidade e digitalização.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou a relevância da obra dizendo: “Pela Dutra passa metade do PIB brasileiro”, e citou o modelo inovador de financiamento.
Sustentabilidade ambiental e emprego local
A obra prevê a recuperação de áreas degradadas, contenção de encostas (93 estruturas previstas) e reutilização de cerca de 13 mil toneladas de asfalto reciclado.
O canteiro de obras prioriza trabalhadores de Piraí e Paracambi e mantém programas de capacitação profissional.
A CCR também apoia projetos comunitários, como o “Praça das Frutas”, que fomenta a agricultura local nas áreas afetadas pela obra.
Cronograma e entrega por etapas
A construção teve início em abril de 2024, com 25% de execução já concluída até abril de 2025.
As entregas serão feitas em duas fases:
A pista de subida (sentido São Paulo) deve ser finalizada até 2028.
A pista de descida (sentido Rio de Janeiro) tem conclusão prevista para 2029.
Impacto logístico no Brasil
Para especialistas, a nova Serra das Araras tem potencial para se tornar referência nacional em infraestrutura rodoviária.
Além disso, melhorará a fluidez e segurança no trecho mais crítico da Dutra e ainda pode impulsionar novos investimentos logísticos e industriais ao longo do corredor SP-RJ.
Você acredita que a Serra das Araras finalmente deixará de ser um gargalo e se tornará um exemplo de modernização viária no Brasil?