Do sertão ao litoral, os rios que cortam a Bahia revelam a diversidade natural do estado. Paraguaçu, de Contas, Jequitinhonha e São Francisco formam caminhos de água que conectam biomas, abastecem cidades e sustentam vidas. Entenda onde nascem, por onde passam e onde deságuam.
A Bahia, maior estado do Nordeste brasileiro, é atravessada por diversos rios que conectam suas regiões e sustentam ecossistemas, cidades e atividades econômicas.
Entre os principais cursos d’água, quatro se destacam: Paraguaçu, de Contas, Jequitinhonha e São Francisco.
Cada um deles tem uma trajetória única, com nascentes e foz distribuídas entre a Bahia e estados vizinhos, mas todos têm importância marcante para o território baiano.
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Rio Paraguaçu: da Chapada à Baía de Todos os Santos
O Rio Paraguaçu nasce no município de Barra da Estiva, na região da Chapada Diamantina, mais especificamente no Morro do Ouro, um ponto alto da serra.
Com um percurso de cerca de 500 km, o rio atravessa o estado em direção ao litoral norte, onde deságua na Baía de Todos os Santos, próximo ao município de Maragogipe.
O Paraguaçu tem papel histórico, ambiental e econômico. Abastece cidades importantes como Cachoeira e Santo Amaro e foi essencial no período colonial, quando servia como rota de transporte de açúcar e ouro.
Rio de Contas: da serra para o litoral sul
Já o Rio de Contas nasce na Serra da Tromba, entre os municípios de Piatã e Abaíra, também na Chapada Diamantina.
Seu curso se estende por aproximadamente 620 km, atravessando áreas de serra, caatinga e Mata Atlântica, até desaguar no Oceano Atlântico, na cidade turística de Itacaré.
Ao longo do caminho, o rio é utilizado para abastecimento humano, irrigação e geração de energia. A barragem da Pedra, próxima a Jequié, é um dos pontos estratégicos da bacia.
É também importante para o turismo e atividades de lazer nas regiões do médio e baixo curso.
Rio Jequitinhonha: da Serra do Espinhaço ao mar de Belmonte
O Rio Jequitinhonha tem sua nascente no município de Serro, em Minas Gerais, na Serra do Espinhaço, mas parte de seu curso finaliza no extremo sul da Bahia. Ele percorre cerca de 920 km, sendo os últimos 160 km dentro do território baiano. Sua foz ocorre no município de Belmonte, já no litoral atlântico.
Conhecido por atravessar áreas historicamente vulneráveis, o Jequitinhonha ainda enfrenta desafios de escassez hídrica e degradação ambiental. Mesmo assim, sua importância é vital para populações ribeirinhas e atividades agrícolas.
Rio São Francisco: o gigante do sertão
O mais conhecido entre os rios que cortam a Bahia é o Rio São Francisco, também chamado de Velho Chico. Ele nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e percorre mais de 2.800 km até desaguar entre os estados de Alagoas e Sergipe, no Atlântico.
Apesar de sua nascente estar fora do estado, a Bahia abriga o maior trecho do São Francisco, com mais de 1.000 km de extensão dentro de seu território.
O rio cruza desde a região oeste até o norte do estado, servindo de base para projetos de irrigação, geração de energia (como a Usina de Sobradinho) e abastecimento de diversas cidades.
É também um símbolo cultural, inspirando músicas, festas e tradições populares ligadas à vida ribeirinha e sertaneja.
Importância estratégica e ambiental
Esses quatro rios exercem funções fundamentais para a sustentabilidade hídrica, econômica e social da Bahia.
Além de abastecerem cidades e viabilizarem o agronegócio, eles são responsáveis por alimentar aquíferos, sustentar fauna e flora e garantir conectividade ecológica entre biomas distintos como a Caatinga, a Mata Atlântica e o Cerrado.
Além disso, muitos deles estão ligados à história e à formação do território baiano.
O Paraguaçu, por exemplo, está diretamente associado ao desenvolvimento colonial da região do Recôncavo.
O São Francisco, por sua vez, marca a paisagem e a identidade do semiárido.
A última informação relevante
Entre todos, o Rio São Francisco é o que possui maior extensão dentro do território baiano, com mais de mil quilômetros cortando o estado.
Sua presença garante vida a regiões áridas e sustenta grandes centros urbanos e polos agrícolas.
Mesmo não desaguando na Bahia, ele é, sem dúvida, o rio mais importante para a estrutura hídrica do estado.