Com mais de R$ 6 bilhões previstos em investimentos, a nova pista da Rodovia dos Imigrantes deve abrigar o maior túnel rodoviário do Brasil, interligando São Paulo ao litoral com uma estrutura subterrânea de engenharia considerada inédita no país.
Um dos principais projetos de infraestrutura em execução no estado de São Paulo prevê a construção do que será o maior túnel rodoviário do Brasil, com aproximadamente 6 quilômetros de extensão.
A estrutura integra o plano da terceira pista da Rodovia dos Imigrantes (SP-160), que ligará o Planalto Paulista à Baixada Santista, com entrega prevista para 2031.
O investimento total estimado é de R$ 6 bilhões, segundo a Ecovias, concessionária responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).
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A nova via terá 21,5 quilômetros de extensão, sendo 17 quilômetros compostos por túneis e 4 quilômetros por viadutos.
De acordo com a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) do Governo de São Paulo, o projeto foi autorizado em janeiro de 2024 e atualmente passa pelas fases de estudos técnicos e licenciamento ambiental.
O trajeto se iniciará no km 43 da Imigrantes, com interligação ao Rodoanel Mário Covas (SP-021), e seguirá até o km 265 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), em Cubatão.
A inclinação média da nova pista será de 4%, parâmetro indicado para garantir a circulação de veículos pesados com maior segurança.
Projeto do maior túnel rodoviário do Brasil
A Ecovias informou que os túneis contarão com sistemas de ventilação, monitoramento e segurança, incluindo túneis paralelos destinados a saídas de emergência.
A nova pista também incluirá faixa de acostamento reversível, que poderá ser acionada em momentos de maior demanda de tráfego.
Os estudos em andamento abrangem análises topográficas, geológicas, hidrológicas e ambientais, com previsão de conclusão dos projetos básico e executivo até julho de 2026.
A licença ambiental também está prevista para o mesmo período, conforme informado por representantes da SPI.
Terceira pista da Rodovia dos Imigrantes
O Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) é composto por rodovias que ligam a capital paulista à Baixada Santista.
A construção da terceira pista tem como objetivo ampliar a capacidade de escoamento de cargas e de transporte de passageiros, especialmente em períodos de alta demanda.
Dados da Ecovias indicam que a nova pista permitirá aumento de até 25% na capacidade total do sistema.
Para o tráfego de veículos pesados em descida, o crescimento estimado chega a 145%.
A proposta também considera a integração logística com o Porto de Santos, localizado na região de destino da nova pista.
Histórico da Rodovia dos Imigrantes
A Rodovia dos Imigrantes foi inaugurada em 1974, com a pista ascendente, e ampliada em 2002 com a construção da pista descendente.
Desde 1998, o SAI está sob concessão da Ecovias, empresa que responde pelo planejamento, operação e manutenção das vias.
A experiência anterior da concessionária na região inclui a adoção de técnicas para minimizar o impacto ambiental durante a construção da pista descendente.
À época, segundo dados oficiais, a área de vegetação nativa suprimida foi reduzida de 16 mil para 1,6 mil hectares, em comparação com a construção da pista anterior.
A expectativa da empresa é manter estratégias similares no atual projeto.
Sustentabilidade e licenciamento ambiental
O traçado da nova pista foi desenvolvido com base em critérios de viabilidade ambiental, técnica e operacional.
A Ecovias informou que utilizará estradas de manutenção já existentes, como a conhecida “estrada Manú”, a fim de reduzir intervenções diretas na Mata Atlântica.
Entre os recursos previstos estão drenagem específica para águas pluviais, contenção de erosão, monitoramento de emissões e instalação de sistemas de iluminação com tecnologia LED nos túneis.
Os documentos ambientais exigidos para o licenciamento incluem estudos de impacto ambiental (EIA) e relatórios de viabilidade.
Segurança operacional na nova pista
A terceira pista contará com infraestrutura de controle semelhante à utilizada nas pistas atuais.
Estão previstos sensores, câmeras de monitoramento, placas com sinalização adaptativa e possibilidade de operação reversível em condições de tráfego elevado.
O túnel mais longo terá ventilação forçada e será equipado com sistemas de comunicação e segurança conforme padrões exigidos pela legislação rodoviária brasileira para túneis com mais de 3 quilômetros de extensão.
De acordo com informações da Ecovias e da SPI, as etapas subsequentes ao projeto executivo e ao licenciamento incluirão licitações para contratação da obra e monitoramento técnico contínuo, com prazos estabelecidos entre 2026 e 2031.
A construção do maior túnel rodoviário do Brasil representará uma reestruturação significativa no transporte entre a capital paulista e o litoral sul.
A conexão entre Planalto e Baixada deverá ganhar nova capacidade de carga e alternativas operacionais.
Você considera que a criação de uma terceira pista com um túnel de 6 quilômetros é suficiente para atender à demanda de transporte entre São Paulo e o litoral nos próximos anos?