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Uma estrutura de 2 mil metros atravessa o vale entre Benedito Novo e Rodeio, em Santa Catarina, oferecendo um voo que combina adrenalina, paisagem de mata atlântica e velocidade que pode chegar a 160 km/h.
A K2000, tirolesa de 2.000 metros no Vale do Itajaí, cruza a divisa entre Benedito Novo e Rodeio, em Santa Catarina, e é divulgada pelos operadores como a “maior das Américas”.
Instalada no alto do Big Mountain Adventure Park, ela combina desnível aproximado de 270 metros com trechos de maior inclinação que, segundo o parque e reportagens regionais, permitem picos de até 160 km/h.
Na prática, integra duas cidades por um cabo de aço e se tornou uma das atrações de aventura mais conhecidas do Sul do país.
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Linha aérea liga duas cidades de SC
O cabo principal, de aço galvanizado, parte de uma plataforma no topo da montanha e desce até a base em Benedito Novo, atravessando área de mata atlântica e o vale do rio Benedito.
A travessia dura menos de dois minutos e oferece visão ampla do entorno, com possibilidade de avistar municípios vizinhos como Rodeio, Ascurra, Apiúna, Indaial e porções de Blumenau em dias de boa visibilidade.
Velocidade e formatos de voo
A operação trabalha com dois arranjos para o participante.
No modelo convencional, o cliente parte sentado em arnês, costuma atingir entre 90 km/h e 120 km/h e cruza o vale com o corpo perpendicular ao cabo.
No Speed Fly, um suporte aerodinâmico mantém o corpo deitado e reduz o arrasto do ar, condição em que o parque afirma ser possível alcançar o patamar de 160 km/h em pontos mais inclinados do traçado.
A frenagem na chegada é passiva, feita por módulos de absorção de energia, sem necessidade de atuação manual do usuário.
Operação, inspeções e protocolos de segurança
De acordo com a administração do Big Mountain, a estrutura segue os requisitos da ABNT NBR 15508-1, que estabelece parâmetros técnicos para parques de arvorismo e inclui diretrizes específicas para tirolesas com cabo de aço, além de prever inspeções e rotinas de manutenção.
O sistema é descrito como redundante nas ancoragens e projetado para suportar os esforços de tração do conjunto, com verificação periódica do cabo principal.
A equipe opera em esquema de “janela de vento”: se as rajadas passam do limite interno definido, o embarque é temporariamente suspenso até as condições voltarem ao patamar seguro.
Acesso e funcionamento
A K2000 integra o roteiro do chamado Vale Europeu catarinense.
O embarque ocorre no topo da montanha e o retorno dos clientes à área de apoio é feito por veículos do próprio parque.
A venda de bilhetes ocorre no local e on-line, conforme disponibilidade de agenda.
Em períodos de clima seco, quando a visibilidade tende a ser superior, a recomendação usual é reservar com antecedência.
Para quem chega por conta própria, o acesso se dá por estradas locais de terra batida a partir das áreas urbanas de Benedito Novo e Rodeio.
Quem pode participar
A atividade é classificada como de aventura controlada e possui restrições.
Em geral, a faixa de peso aceita vai de 35 kg a 120 kg, com checagem de fivelas, capacete e fixações antes da largada.
Menores de 18 anos precisam de autorização assinada dos responsáveis.
Gestantes e pessoas com cardiopatias ou outras condições específicas informadas pelo operador não são autorizadas a voar.
Desde 2023, a plataforma superior conta com rampas fixas que permitem o embarque assistido de pessoas que conseguem transferir-se para o arnês com apoio da equipe.
O que se vê do alto
A descida sobrepõe trechos de mata atlântica secundária e áreas rurais.
Entre o inverno e o início da primavera, ipês-amarelos pontuam a paisagem.
No frio, araucárias aparecem em recortes no relevo.
No verão, o verde mais intenso contrasta com o solo avermelhado de encostas cultivadas.
Ao final do trajeto, a base mantém uma pequena feira de produtos coloniais organizada por produtores locais, com itens como melado, geleias e embutidos.
Onde a K2000 se encaixa no ranking
Embora a K2000 seja a maior tirolesa em extensão contínua no Brasil e seja promovida como a “maior das Américas”, listas e materiais oficiais atualizados indicam que o recorde continental pertence ao The Monster, do Toro Verde Adventure Park, em Orocovis, Porto Rico, com 2.530 metros de cabo — medida superior aos 2.000 metros da K2000.
A atração porto-riquenha também declara velocidades próximas de 150 km/h e integra o circuito das maiores ziplines do planeta.
Comparações no Brasil e na região
Até meados da década passada, a referência nacional em extensão era a tirolesa de Pedra Bela (SP), com 1.900 metros e registros de velocidade máxima em torno de 107 km/h, ainda hoje entre as descidas mais procuradas do Sudeste.
No Espírito Santo, Pancas inaugurou em agosto de 2024 um circuito duplo com aproximadamente 3 quilômetros somados, dividido em 2.100 m e 900 m, solução que não supera a K2000 em “trecho único”, mas rivaliza em alcance e velocidade, anunciando picos de até 120 km/h.
O que é consenso sobre medidas e velocidades
Há concordância entre materiais turísticos e reportagens de que a K2000 tem extensão próxima de 2 km e desnível de cerca de 270 m.
Em relação à velocidade, os números variam conforme a fonte e a configuração do voo.
Perfis oficiais e conteúdos regionais citam 100 km/h a 160 km/h, enquanto guias e relatos de visitantes mencionam patamares mais comuns entre 100 km/h e 120 km/h, sobretudo no modo sentado.
Esse intervalo depende de fatores como massa do participante, vento, posição do corpo e umidade do cabo.
Regras de conduta e responsabilidade
Antes da decolagem, os clientes recebem instruções sobre postura, posicionamento das mãos e procedimentos de chegada.
A frenagem é automatizada e acompanhada por monitores.
O parque ressalta que o cumprimento das orientações e o uso correto do equipamento são condições para participação, e que a operação pode ser interrompida a qualquer momento por questões de segurança climática ou técnica.
Papel no turismo regional
Ao ligar dois municípios por uma linha aérea, a K2000 integra a vitrine do Vale Europeu catarinense, reforçando o apelo de natureza e aventura.
Para alojamentos, restaurantes e serviços de receptivo, a atração funciona como âncora de demanda em finais de semana de alta temporada.
Em paralelo, ajuda a distribuir visitantes por outras experiências da região, como cachoeiras, roteiros de herança italiana e mirantes.
Com a paisagem vista “a olho nu” em perspectiva de drone e a sensação de cruzar um vale de ponta a ponta, fica uma questão ao leitor: você encararia descer 2.000 metros pendurado a uma roldana para atravessar duas cidades em menos de dois minutos?
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