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Maior telescópio do mundo fica mais próximo do que você imagina e está revolucionando a ciência

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 30/08/2024 às 14:47

No coração do Deserto do Atacama, em um dos lugares mais inóspitos da Terra, uma revolução silenciosa está prestes a acontecer.

A ciência nunca esteve tão próxima de desvendar os mistérios do universo como agora, com a construção do maior telescópio óptico do mundo. Mas o que torna esse projeto tão especial? E o que ele pode nos revelar sobre os segredos mais profundos do cosmos?

O Telescópio Extremamente Grande (ELT, na sigla em inglês), que está sendo erguido pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), é mais do que apenas um gigante da engenharia.

Com previsão para começar a operar em 2028, o ELT promete transformar nossa compreensão do universo, permitindo que enxerguemos mais longe e com mais clareza do que jamais imaginado. A escolha do nome pode até parecer simples, mas a grandiosidade do projeto revela-se em cada detalhe técnico e científico.

Maior telescópio do mundo fica mais próximo do que você imagina e está revolucionando a ciência
Maior telescópio do mundo fica mais próximo do que você imagina e está revolucionando a ciência

Uma obra-prima da engenharia óptica

Cada espelho do ELT representa uma façanha em design óptico. O espelho primário, conhecido como M1, é o maior já fabricado, com impressionantes 39 metros de diâmetro.

Composto por 798 segmentos hexagonais, este espelho captura 100 milhões de vezes mais luz do que o olho humano e mantém sua forma com uma precisão 10 mil vezes maior do que a espessura de um fio de cabelo.

Segundo Elise Vernet, especialista em óptica adaptativa do ESO, o M1 é o coração do telescópio. “Este espelho permitirá que o ELT revele detalhes do cosmos nunca antes vistos,” afirma Vernet. Mas o M1 não é o único espelho a impressionar.

O espelho secundário, M2, com 4,25 metros de diâmetro, é descrito como uma verdadeira obra de arte, enquanto o M4, o maior espelho deformável já criado, pode ajustar sua forma 1.000 vezes por segundo para corrigir distorções causadas pela atmosfera.

Esses espelhos gigantes, que estão sendo finalizados na Europa, serão em breve transportados para o Chile, onde começarão a capturar a luz do cosmos. A precisão desses espelhos é tal que eles poderão revelar detalhes tão pequenos quanto uma bola de golfe vista a partir da Lua.

O espelho quântico e a revolução tecnológica

Enquanto o ELT representa um marco na observação astronômica, avanços em outras áreas da ciência também estão mudando nossa relação com a luz e a óptica.

Em 2020, uma equipe do Instituto Max Planck de Óptica Quântica, na Alemanha, conseguiu criar um espelho quântico formado por apenas 200 átomos alinhados.

Este espelho, invisível a olho nu, reflete a luz de maneiras que podem revolucionar tecnologias quânticas, como redes de comunicação à prova de hackers.

Pascal Weckesser, pesquisador do instituto, explica que esse espelho quântico pode controlar a direção da luz refletida, abrindo portas para novas aplicações tecnológicas.

Em 2023, a equipe conseguiu dar um passo adiante, criando um interruptor quântico que pode determinar se os átomos refletem ou transmitem luz. Este avanço pode ter implicações significativas em áreas como computação quântica e segurança de dados.

Espelhos ultrafinos e a corrida por chips mais poderosos

A busca pela perfeição na fabricação de espelhos não se limita à astronomia e à física quântica. Na Alemanha, a empresa Zeiss está na vanguarda da produção de espelhos ultrafinos, essenciais para a litografia por ultravioleta extremo (EUV).

Esses espelhos, usados na fabricação de chips de computador, são tão planos que, se fossem ampliados ao tamanho da Alemanha, a maior variação de altura seria de apenas 0,1 mm.

Frank Rohmund, presidente do departamento de fabricação de semicondutores da Zeiss, compara essa precisão a refletir luz de um espelho na Terra e identificar uma bola de golfe na Lua.

“Esses espelhos são fundamentais para a próxima geração de microchips, que permitirá o desenvolvimento de tecnologias ainda mais avançadas,” diz Rohmund.

A Zeiss tem planos ambiciosos para o futuro. Até 2030, a empresa espera que seus espelhos ultrafinos ajudem a criar chips com um trilhão de transistores, possibilitando avanços que hoje parecem saídos de filmes de ficção científica.

O futuro da ciência e da tecnologia: uma jornada guiada pela luz

Enquanto o ELT se prepara para abrir novas janelas para o universo, outros avanços em espelhos e óptica estão moldando o futuro da tecnologia de maneiras igualmente impressionantes.

O que esses desenvolvimentos têm em comum é a capacidade de transformar a luz em uma ferramenta poderosa para explorar, criar e inovar.

O que nos aguarda nos próximos dez anos é incerto, mas uma coisa é clara: os espelhos, em suas muitas formas, continuarão a ser centrais nas tecnologias que definirão nosso futuro.

Com a ciência avançando a passos largos, não é exagero dizer que estamos entrando em uma nova era de descobertas, guiados pela luz refletida por esses espelhos extraordinários.

Você acha que o Telescópio Extremamente Grande e os avanços na tecnologia óptica podem revelar segredos do universo que mudarão nossa compreensão do cosmos? Comente abaixo!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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