Jazida escondida por décadas no norte da Rússia contém trilhões de quilates e pode abastecer o planeta por milhares de anos
A Rússia acaba de reacender as atenções do setor mineral com uma revelação de impacto: a maior mina de diamantes do mundo está localizada na cratera Popigai, no norte do país, entre as regiões de Krasnoyarsk e Yakútia. Segundo apuração do portal O Antagonista, a jazida contém trilhões de quilates de diamantes, uma quantidade tão massiva que, se explorada em sua totalidade, teria o potencial de abastecer o mercado global por milênios. O que torna tudo ainda mais surpreendente é que a mina já havia sido descoberta nos anos 1970, mas foi mantida em sigilo absoluto pelo governo soviético durante décadas, por razões geopolíticas e econômicas.
Formação única e diamantes com propriedades extraordinárias
Diferente de minas tradicionais, como as africanas, a mina de diamantes Popigai surgiu a partir de um impacto de meteorito ocorrido há cerca de 35 milhões de anos. A força colossal do choque transformou depósitos de grafite em diamantes com características excepcionais de dureza e estrutura. Como aponta o portal Exame, os diamantes formados nessa cratera são chamados de “diamantes de impacto” e têm enorme valor no setor industrial, por sua resistência superior e aplicabilidade em tecnologias de ponta, como perfuração de rochas, cortes de precisão e componentes eletrônicos.
Ainda de acordo com especialistas do Instituto de Geologia da Rússia, os diamantes de Popigai possuem estrutura cristalina rara, o que eleva não apenas sua durabilidade, mas também seu potencial científico. Ou seja, além do uso comercial, essa mina pode se tornar referência em pesquisas de novos materiais e aplicações futurísticas.
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Comparações com outras minas de diamantes históricas
Para se ter uma ideia da grandiosidade da descoberta, é importante compará-la com outras minas que marcaram época. A tradicional mina de Kimberley, na África do Sul, conhecida como “Big Hole”, foi uma das mais produtivas da história, mas extraiu pouco mais de 2.700 kg de diamantes. Já a mina de Karowe, em Botsuana, administrada pela canadense Lucara Diamond, revelou recentemente diamantes de mais de 2.000 quilates, mas em quantidade extremamente limitada. A mina Popigai, por outro lado, abriga trilhões de quilates, tornando-se uma joia bruta ainda a ser lapidada pelo mundo.
Implicações estratégicas e desafios da exploração
A revelação da mina de diamantes Popigai não impacta apenas o setor de mineração, mas também insere a Rússia em uma posição geopolítica privilegiada. Segundo análise publicada no Sindimina, a quantidade de diamantes industriais disponíveis ali pode colocar o país no topo do fornecimento global, especialmente para setores como construção civil pesada, eletrônica e aeroespacial.
No entanto, a exploração em larga escala ainda enfrenta obstáculos técnicos. A região da cratera Popigai é remota, de difícil acesso e com clima extremamente hostil. A infraestrutura é praticamente inexistente, o que exige bilhões em investimentos para tornar a mina operacional. Fontes do portal Click Petróleo e Gás apontam que o Kremlin está reavaliando seu plano estratégico para explorar essa riqueza de forma controlada, sem desequilibrar o mercado mundial ou comprometer reservas futuras.
Uma mina de diamantes que pode redefinir o futuro da mineração global
O mundo observa com atenção o próximo passo da Rússia em relação à mina de diamantes Popigai. O volume de riqueza mineral contido sob o solo gelado da Sibéria é tão colossal que pode reconfigurar as bases da indústria de diamantes e provocar uma nova corrida por investimentos no Ártico. Mas mais do que cifras e geopolítica, o que está em jogo é o surgimento de uma nova era para a mineração, onde ciência, tecnologia e diplomacia vão caminhar lado a lado.