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Maior ferrovia do Nordeste tem data para ficar pronta e se tornar rota fixa de minerais importantes extraídos do Brasil pra China e Índia

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 03/12/2024 às 11:47
Ferrovia Transnordestina transportará 150 mil toneladas de lítio/mês do Ceará para mercados globais, revolucionando a economia nordestina.
Ferrovia Transnordestina transportará 150 mil toneladas de lítio/mês do Ceará para mercados globais, revolucionando a economia nordestina.

Transnordestina promete transformar o Nordeste em rota fixa para exportação de lítio, o mineral que impulsiona tecnologias globais. Com 150 mil toneladas/mês de produção, o Ceará se prepara para competir no mercado internacional e atrair milhões em investimentos.

Uma revolução está em curso no Nordeste brasileiro.

O que parecia distante e quase impossível está prestes a acontecer: a Transnordestina, a maior ferrovia da região, não só promete interligar o interior do Ceará ao mercado global, como também transformar o estado em uma potência na exportação de lítio, mineral essencial para tecnologias de ponta.

Mas como um projeto tão ambicioso será realizado, e qual será seu impacto no Brasil e no mundo?

Com conclusão prevista para 2027, a ferrovia está no centro de um plano ousado da DCL Minerais para exportar 150 mil toneladas de lítio por mês.

Produzido em Quixadá, no interior cearense, o mineral chegará ao Porto do Pecém antes de seguir para mercados como China, Alemanha, Canadá, Arábia Saudita e Índia.

A ferrovia e o transporte do lítio

De acordo com o Diário do Nordeste, a Transnordestina será a principal rota para transportar toneladas de lítio extraído em Quixadá, movimentando o mineral até o Porto do Pecém, de onde será exportado para o mercado internacional.

Esse mineral, considerado estratégico, está no centro da revolução tecnológica.

Ele é amplamente utilizado na fabricação de baterias para veículos elétricos, celulares e computadores, além de ter aplicações nas indústrias aeroespacial e farmacêutica.

O transporte de lítio será viabilizado por meio de um contrato entre a empresa DCL Minerais e a Transnordestina Logística S/A (TLSA).

Segundo a DCL, toda a produção das 150 mil toneladas mensais será destinada à exportação, consolidando o Ceará como um dos principais polos de produção do mineral no Brasil.

Investimentos no interior do Ceará

Para viabilizar a produção em larga escala, a DCL Minerais está investindo cerca de R$ 25 milhões em um galpão de britagem e estoque em Quixadá.

O espaço terá uma área total de 350 mil metros quadrados e contará com uma usina de flotação, tecnologia que permite o beneficiamento de minerais como ambligonita, spodumênio e lepidolita, transformando-os em lítio de alta pureza.

Daniel Correa, proprietário da DCL, explicou que a construção do galpão deve ser concluída em um prazo de três a cinco meses, gerando 200 empregos diretos e indiretos.

Após a conclusão, a estrutura empregará entre 80 e 100 trabalhadores de forma permanente.

Além disso, será construída uma estrada que conectará o galpão ao terminal de cargas da Transnordestina, facilitando o transporte do lítio até o porto.

O projeto, segundo Correa, já tem orçamento detalhado e deve começar em janeiro de 2024, após a limpeza da área.

Produção antes da ferrovia

Embora a ferrovia seja essencial para o escoamento do lítio, a DCL Minerais já está preparada para operar antes mesmo da conclusão da Transnordestina.

Até 2027, o transporte será realizado por carretas, que farão cerca de 111 viagens diárias até o Porto do Pecém.

O primeiro embarque do lítio produzido no Ceará está previsto para janeiro de 2024, com destino a Hong Kong.

Atualmente, a empresa já produz 1.500 toneladas do mineral, mas a meta é alcançar as 150 mil toneladas mensais, consolidando contratos com multinacionais que demandam o minério.

Ceará como polo de produção de lítio no Brasil

O advogado Tomás Figueiredo, especialista em mineração, destacou que o Ceará é uma das três maiores províncias de lítio do Brasil, ao lado de Minas Gerais e de algumas regiões do Norte.

Ele reforça, no entanto, que ainda são necessários mais estudos geológicos e avanços na escala dos mapas existentes para explorar todo o potencial do estado.

A DCL Minerais, que já atua em Minas Gerais, Pará e Bahia, possui 52 áreas de mineração no Ceará, localizadas em um raio de até 100 km de Quixadá.

Dessas, dez já estão em processo de aprovação junto à Agência Nacional de Mineração (ANM) para início da extração em larga escala.

Impacto econômico e estratégico

A Transnordestina, além de transformar o cenário logístico do Nordeste, será crucial para fortalecer a posição do Brasil no mercado global de lítio.

Com a crescente demanda por veículos elétricos e dispositivos eletrônicos, a exportação do mineral poderá atrair bilhões em investimentos para o país.

A chegada da ferrovia também deve impulsionar o desenvolvimento regional, gerando empregos e fomentando a economia no interior do Ceará.

Segundo especialistas, o projeto tem potencial para tornar o Nordeste uma referência no mercado global de minerais estratégicos.

Será que a ferrovia Transnordestina colocará o Ceará no centro do mercado global de lítio? Comente sua opinião abaixo!

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Rubens
Rubens
03/12/2024 19:09

O PT entregando o nosso país para a China !

Alexandre Toledo
Alexandre Toledo
Em resposta a  Rubens
03/12/2024 19:09

PT vendendo o país para a China? Não, o país está sendo vendido pelos que tem medo de mudanças.

Wesley
Wesley
Em resposta a  Alexandre Toledo
03/12/2024 20:19

Fala sério né que mundaca??

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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