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Maior facção criminosa de São Paulo, PCC entra no ramo de combustíveis; estimativa é de que grupo já controle QUASE MIL postos e CINCO usinas de etanol no Brasil; grupos como Comando Vermelho e do Norte também estão no ramo

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/06/2024 às 17:07
Facções como PCC controlam mais de 900 postos de combustíveis no Brasil, gerando impacto econômico e sonegação bilionária. (Imagem: reprodução/ IA)
Facções como PCC controlam mais de 900 postos de combustíveis no Brasil, gerando impacto econômico e sonegação bilionária. (Imagem: reprodução/ IA)

A rede criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) agora se estende aos postos de combustíveis, com estimativas indicando que mais de 900 postos em todo o país estão sob o controle desta facção. A ousada estratégia também inclui a aquisição de cinco usinas de etanol.

Essa expansão não se limita ao PCC, pois outras facções, como o Comando Vermelho e o Comando do Norte, também estão se infiltrando neste lucrativo mercado, conforme informações do Instituto Combustível Legal (ICL).

Essa investida no setor de combustíveis é altamente estratégica, considerando que a arrecadação de impostos estaduais neste segmento movimenta mais de R$ 20 bilhões anualmente.

Em maio deste ano, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou esta preocupação durante uma agenda em Nova York, mencionando que o PCC comanda cerca de 1.100 postos de combustíveis em todo o Brasil.

“O que me preocupa no crime organizado é quando eles começam a comprar usinas de etanol, porque não pagarão o preço justo pela cana-de-açúcar. Eles vão chantagear os produtores para pagar menos e usar a força para isso”, afirmou o governador na ocasião.

De acordo com o jornal O Tempo, em matéria publicada nesta quarta-feira (26), a organização criminosa está se expandindo rapidamente no setor de combustíveis, passando de casos pontuais para uma estrutura bem organizada.

Ao site citado, uma pessoa que atua no mercado disse que a participação do PCC no setor de combustível acontece porque o segmento é propício à lavagem de dinheiro.

Por conta disso, na tentativa de consolidar sua presença, as facções criminosas avançam em todos os elos da cadeia de combustíveis, desde os postos até as distribuidoras e usinas. Laranjas são frequentemente usados para facilitar os negócios ilegais. “Toda a área que envolve o setor de combustíveis é prejudicada. É o setor que mais arrecada em termos de impostos, considerando tributos federais e estaduais“, afirmou a pessoa ao jornal mencionado.

Impacto Financeiro e Concorrencial

O impacto financeiro dessa infiltração é significativo. A sonegação de impostos no setor de combustíveis gera um prejuízo estimado em até R$ 14 bilhões para o país.

As fraudes e adulterações na venda de combustíveis representam um desfalque adicional de R$ 19 bilhões. Segundo a fonte, “do ponto de vista concorrencial, não há como um empresário honesto competir com aqueles que atuam de forma irregular”.

Facções atuando em todos os estados

Conforme o jornal, a atuação das facções no mercado de combustíveis abrange praticamente todas as regiões do Brasil. Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Bahia e Pernambuco são os mais afetados.

Além disso, recentemente, o Centro-Oeste também se tornou alvo, com Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, grandes produtores de etanol, entrando na mira das facções. Em Minas Gerais, as operações se concentram no Triângulo Mineiro e Sul do estado, devido à proximidade com São Paulo e Rio de Janeiro.

No entanto, mesmo com a gravidade da situação, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) relatou que não está apurando nenhum caso do tipo no estado.

Por outro lado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou em nota que iniciativas estão em andamento para combater o crime organizado, por meio da Diretoria de Operações Integradas e Inteligência e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

No entanto, a falta de dados concretos sobre a infiltração do PCC no mercado de combustíveis ainda é um desafio para as autoridades. Essa complexidade da investigação aumenta ainda mais por conta da base operacional do PCC na Bolívia, visto que há dificuldade em coletar elementos investigativos fora do Brasil.

E você, o que acha dessa infiltração das facções criminosas no setor de combustíveis? Será que estamos preparados para enfrentar essa nova modalidade de crime organizado? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015. Especialista em temas como política, empregos e economia.

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