Minerva Foods: a maior exportadora de carne bovina da América do Sul. Nascida em Barretos, a companhia superou falências, crises e aquisições até se consolidar como gigante global das proteínas
A maior exportadora de carne bovina da América do Sul tem origem em uma pequena charqueada de Barretos, no interior paulista. De início dramático, com a morte precoce de seu fundador, a Minerva Foods atravessou falências, leilões e renascimentos antes de alcançar presença em mais de 100 países.
Hoje, a companhia lidera as exportações sul-americanas de carne bovina e disputa espaço com gigantes como JBS e Marfrig. O caminho foi marcado por superação, estratégia e ousadia financeira, consolidando a Minerva como referência no setor de proteínas no cenário internacional.
Das origens humildes ao risco de desaparecer
Fundada em 1924 por Antônio de Pádua Diniz, a charqueada Minerva nasceu em um Brasil agrícola, quando a carne salgada era a forma mais segura de conservação. Um ano depois, a morte de Diniz levou a empresa à beira da falência.
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Resgatada em leilão por novos empresários, a operação sobreviveu por décadas em meio às dificuldades logísticas e sanitárias do período. O salto decisivo ocorreu em 1949, quando a companhia se transformou em matadouro industrial, iniciando sua transição para o modelo de frigorífico moderno.
A crise dos anos 80 e o renascimento nos anos 90
A hiperinflação e os altos custos da década de 1980 levaram o matadouro Minerva à falência. O cenário mudou em 1992, com a aquisição pela família Vilela de Queiroz.
A nova gestão apostou em modernização, profissionalização e foco no relacionamento com pecuaristas. Essa reestruturação foi essencial para preparar a empresa para a abertura comercial dos anos 90, quando a exportação se tornou viável.
Primeiros passos no mercado internacional
Em 1997, a Minerva conquistou sua primeira habilitação para exportar carne bovina à União Europeia — um marco para a futura maior exportadora de carne bovina da América do Sul.
A abertura comercial brasileira e a modernização das plantas permitiram à empresa expandir destinos para o Oriente Médio e a Ásia, consolidando sua vocação internacional.
IPO e a aceleração do crescimento
O ano de 2007 marcou a abertura de capital da Minerva Foods na B3. Com os recursos do IPO, a companhia ampliou capacidade de abate, adquiriu novas plantas e reforçou sua presença global.
Entre 2008 e 2012, foram realizadas aquisições estratégicas no Brasil e no Paraguai, reduzindo riscos sanitários e fortalecendo a diversificação geográfica.
A virada com grandes aquisições
Na década de 2010, a Minerva expandiu para países como Uruguai, Argentina e Colômbia. O grande salto veio em 2023, com a compra de 11 plantas da Marfrig, operação de R$ 7,5 bilhões que elevou em 40% a capacidade de abate.
O endividamento cresceu, mas os resultados de 2025 mostram que a aposta rendeu frutos: lucros recordes e 60% da receita bruta vinda de exportações para mais de 100 países.
Minerva hoje: campeã sul-americana
Comparada a concorrentes como JBS e Marfrig, a Minerva é menor em valor de mercado, mas lidera isoladamente as exportações de carne bovina da América do Sul. Com clientes na China, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio, a empresa se posiciona como especialista em comércio internacional.
A política de dividendos também atrai investidores, com retornos consistentes em anos de forte geração de caixa. A expectativa para 2025 é de retomada dos pagamentos robustos após os lucros recordes.
O que esperar para o futuro
A trajetória da Minerva mostra que crises e apostas ousadas fizeram parte da construção de sua posição atual. Se o passado foi marcado por riscos e recuperação, o presente indica força financeira e domínio no comércio global de carne bovina.
Resta saber se a companhia manterá o ritmo de expansão e consolidará sua vantagem sobre as rivais no cenário internacional.
E você, acredita que a Minerva Foods continuará ampliando sua liderança como a maior exportadora de carne bovina da América do Sul? Ou o peso das dívidas pode frear esse crescimento? Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir a visão de quem acompanha de perto o setor.