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Maior estação de tratamento de água do mundo está no Brasil, abastece 9 milhões, libera 43 mil litros por segundo, tem quase 2 mil funcionários e está até no Guinness Book

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/10/2025 às 15:33
A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.
A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.
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Localizada em Nova Iguaçu, a Estação de Tratamento de Água do Guandu é a maior do planeta e abastece milhões de pessoas na Região Metropolitana do Rio, combinando tecnologia, eficiência e monitoramento contínuo em larga escala.

Reconhecida pelo Guinness World Records desde 2007, a Estação de Tratamento de Água do Guandu (ETAG), em Nova Iguaçu, é a base do abastecimento no Grande Rio.

Em operação contínua, a unidade da Cedae trata 43 mil litros por segundo e atende mais de 9 milhões de pessoas na Região Metropolitana, respondendo por cerca de 80% da água consumida.

A planta, inaugurada em 1955, tornou-se referência mundial pela escala e pela operação ininterrupta em um território denso e acidentado.

Guandu sustenta 80% do consumo da Região Metropolitana

A estrutura integra o chamado Sistema Guandu, que capta água bruta no rio de mesmo nome após a confluência das transposições dos rios Ribeirão das Lajes, Piraí e Paraíba do Sul.

A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.
A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.

A água tratada segue por um conjunto de adutoras que cruzam serras e túneis rumo aos grandes reservatórios que alimentam a capital e municípios da Baixada.

Em períodos de maior demanda, a produção registrada no “plano verão” já alcançou picos acima do patamar médio, mas a referência operacional se mantém em 43 mil l/s.

Tratamento convencional com reforços pós-crise da geosmina

O processo de potabilização adota a cadeia clássica — coagulação, floculação, decantação, filtração em areia e desinfecção com cloro — apoiada por correção de pH.

O volume diário de insumos dá a dimensão da planta: aproximadamente 140 toneladas de sulfato de alumínio, 30 toneladas de cloreto férrico, 15 toneladas de cloro-gás e 25 toneladas de cal virgem.

Após o episódio de gosto e odor associado à geosmina em 2020, a ETAG passou a dosar carvão ativado conforme a variação da qualidade da água bruta para mitigar compostos responsáveis por alterações organolépticas.

Expansões históricas e duas linhas de tratamento

Pensada ainda nos anos 1940 para acompanhar a urbanização do pós-guerra, a estação entrou em serviço em 1955 com cerca de 13,8 mil l/s.

A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.
A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.

Ampliações ao longo das décadas de 1960 e 1980 elevaram a capacidade até o patamar atual.

O complexo reúne duas linhas: a Velha Estação (VETA) e a Nova Estação (NETA), trabalhando de forma integrada.

Essa redundância operacional permite distribuir cargas, realizar manutenções programadas e absorver oscilações de qualidade da água bruta durante chuvas intensas.

Qualidade sob controle: certificação e monitoramento

Em 2025, a Cedae obteve certificação ISO 9001 para o Sistema Guandu-Lameirão, formalizando procedimentos desde o controle laboratorial até a operação.

O Laboratório de Investigação Biológica e Rastreamento da Água (Libra) ampliou o escopo de monitoramento para 78 parâmetros, com quase 300 mil amostras analisadas por ano.

Além de sensores e análises acreditadas, um painel sensorial — os chamados “sommeliers de água” — realiza degustações diárias para captar variações de gosto e odor que instrumentos nem sempre identificam.

Em paralelo, a estatal desenvolve o IAguas, projeto de inteligência artificial que aprende padrões dos mananciais e emite alertas precoces sobre anomalias, reforçando a prevenção.

Novo Guandu: mais oferta e segurança operacional até 2026

Para aumentar a resiliência do sistema frente ao crescimento populacional e a eventos hidrológicos severos, a Cedae executa o Novo Guandu.

As obras, iniciadas em 2022, preveem conclusão em 2026 e adicionarão 6 mil l/s à capacidade de produção, elevando a oferta global do sistema de 45 mil para 51 mil l/s.

O projeto inclui o reservatório Novo Marapicu, com 53 milhões de litros, e uma adutora de 3,9 km de 2,5 metros de diâmetro, além de melhorias que ampliam a flexibilidade de operação em cenários de turbidez elevada nas cheias.

Eficiência hídrica e energia para operar 24 horas

A operação contínua demanda robustez elétrica e gestão fina de perdas internas.

A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.
A Estação de Tratamento de Água do Guandu, no Rio, é a maior do mundo, abastece milhões e integra o Guinness World Records.

Reformas concluídas recentemente reduziram de 10 para 5 minutos o tempo de lavagem de filtros; a mudança economiza até 360 mil litros por ciclo, água que retorna ao processo.

O conjunto de captação e bombeamento dispõe de grupos motobomba e subestações dedicadas, mitigando oscilações de rede e garantindo estabilidade para manter a vazão mesmo em picos de consumo.

Florestas como infraestrutura: reflorestamento reduz custos

A sustentabilidade da captação depende do estado da bacia.

Estudos do WRI Brasil mostram que o reflorestamento de áreas degradadas no Sistema Guandu melhora a qualidade da água na chegada à estação, reduzindo o uso de produtos químicos e gerando economia no longo prazo.

Nesse eixo, a Cedae mantém o Replantando Vida, programa que une restauração florestal à ressocialização.

Segundo a companhia, mais de 4,5 milhões de mudas nativas já foram plantadas, iniciativa reconhecida com o Prêmio ANA 2023 e integrada à Década da Restauração de Ecossistemas da ONU.

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Manutenções programadas e comunicação com a população

Mesmo com redundâncias, paradas planejadas são necessárias para modernizações e inspeções estruturais.

Em 20 de maio de 2025, a Cedae suspendeu a produção entre 0h e 20h para uma manutenção preventiva no Sistema Guandu.

A recomposição do abastecimento ocorreu de forma gradual, como de praxe em grandes redes, com prioridade a serviços essenciais.

A coordenação entre a produtora (Cedae) e as distribuidoras privadas que operam os bairros é parte do arranjo institucional pós-concessões, e o gerenciamento centralizado de dados em tempo real facilita decisões durante janelas de intervenção.

Escala invisível que chega à torneira

Da captação à saída das adutoras, a ETAG movimenta volumes gigantescos e processos complexos, pouco visíveis para quem abre a torneira.

São duas linhas de tratamento, centenas de equipamentos críticos, centros de controle dedicados e equipes que se revezam 24 horas para manter a qualidade dentro dos padrões legais.

A expansão em curso, somada ao reforço do monitoramento e às ações de restauração da bacia, busca garantir oferta e estabilidade diante de extremos climáticos e de uma metrópole que não para de crescer.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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