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Maior economia do mundo: dos US$ 542 bilhões em 1960 ao salto para US$ 29 trilhões, dos trilhos da Era Dourada ao Vale do Silício dominante

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 27/09/2025 às 22:15
A maior economia do mundo, os Estados Unidos, levou o PIB de US$ 542 bi a US$ 29 tri com dólar hegemônico e tecnologia como motores do crescimento.
A maior economia do mundo, os Estados Unidos, levou o PIB de US$ 542 bi a US$ 29 tri com dólar hegemônico e tecnologia como motores do crescimento.
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A história da maior economia do mundo cruza a expansão ferroviária da Era Dourada, o pós-guerra e a revolução digital, com o PIB nominal saindo de US$ 542 bilhões em 1960 para cerca de US$ 29 trilhões e consolidando um ecossistema de serviços, indústria avançada e tecnologia

A maior economia do mundo é fruto de um percurso cumulativo, da infraestrutura erguida no século XIX ao domínio tecnológico do século XXI. Em números, a trajetória é eloquente, o PIB nominal dos Estados Unidos saltou de US$ 542 bilhões em 1960 para aproximadamente US$ 29 trilhões, desempenho impulsionado pelo dinamismo do setor de serviços, pela inovação contínua e por um mercado interno de escala continental. Esse crescimento não foi linear, mas sustentou a liderança global por décadas, mesmo quando a concorrência apertou.

No curto prazo, a atividade também oscilou, com contração no primeiro trimestre de 2025 e alta anualizada de 3,8 por cento no segundo trimestre, sinal de uma economia resiliente em ambiente de juros mais altos e incertezas geopolíticas. O pano de fundo combina avanços em finanças e tecnologia com indústria sofisticada e agro altamente produtivo, enquanto a moeda americana permanece central nas finanças globais, mesmo sob debate sobre desdolarização.

Da Era Dourada aos trilhos, a base do poder produtivo

A fundação do crescimento remonta à industrialização acelerada no pós-Guerra Civil, quando a malha ferroviária uniu costas, barateou fretes e integrou mercados.

A ferrovia transcontinental concluída em 1869 encurtou distâncias, levou insumos a fábricas e escoou produção para portos, criando um ciclo virtuoso entre investimento, produtividade e urbanização.

A abundância de carvão, ferro, petróleo e terras férteis garantiu energia e matéria-prima em escala, permitindo a decolagem industrial.

Ao mesmo tempo, a imigração em massa ampliou a força de trabalho e a demanda doméstica. O mercado interno, em expansão constante, reduziu a dependência de choques externos e gerou base para empresas crescerem antes de se lançarem ao mundo.

Foi nessa esteira que a manufatura superou a agricultura por volta de 1890, abrindo caminho para conglomerados e para a modernização do capital financeiro.

Do pós-guerra ao dólar hegemônico

No século XX, dois vetores consolidaram a liderança, a posição de fornecedor e financiador após as Guerras Mundiais e a arquitetura monetária do pós-1945.

Com infraestrutura intacta e grande capacidade industrial, o país financiou a reconstrução europeia e exportou máquinas, bens de consumo e know-how gerencial.

O arranjo financeiro global deu protagonismo ao dólar, que passou a lastrear reservas e a precificar comércio e finanças internacionais.

Esse desenho reduziu o custo de capital e atraiu poupança global, retroalimentando investimento doméstico em ciência e tecnologia.

Universidades, laboratórios e capital de risco formaram um triângulo de inovação que, décadas depois, desembocaria no Vale do Silício e nas plataformas digitais que redefiniram cadeias de valor no mundo.

O salto do PIB, de US$ 542 bilhões a US$ 29 trilhões

A fotografia histórica mostra uma escalada longa, de US$ 542 bilhões em 1960 para cerca de US$ 29 trilhões em 2024, com acelerações e freios ao sabor de ciclos de crédito, choques de energia e mudanças tecnológicas.

Ainda assim, a tendência estrutural foi de expansão acompanhada por ganhos de produtividade, especialmente em serviços intensivos em conhecimento.

Nos últimos anos, o ritmo combinou mercado de trabalho forte, investimento em tecnologia, saúde e data centers e recomposição industrial em nichos críticos.

Oscilações trimestrais são a regra de qualquer economia grande, mas o tamanho do mercado e a capacidade de inovar preservaram a vantagem comparativa em segmentos de alto valor agregado.

Como a máquina gira hoje, serviços no topo e indústria avançada

O PIB atual é majoritariamente de serviços, com finanças, tecnologia, saúde, educação, serviços profissionais e imobiliário puxando o carro.

É nesses ramos que reside a maior parte da produtividade incremental, graças à digitalização, à automação e à análise de dados em escala.

As chamadas big techs tornaram-se âncoras de capitalização e de P&D, definindo padrões técnicos e plataformas globais.

A indústria permanece relevante, sobretudo em bens de capital, aeroespacial, semicondutores, equipamentos médicos e automotivo.

A agricultura, embora menor no PIB, é altamente mecanizada e competitiva, sustentando cadeias de alimentos, bioenergia e exportações de grãos.

O conjunto produz efeitos de rede, no qual serviços sofisticados suportam manufaturas de alto conteúdo tecnológico.

Comércio, dólar e investimento, os canais globais

No comércio, o país segue entre os maiores importadores e exportadores, com destaque para suprimentos industriais, bens de capital, bens de consumo e veículos.

O dólar continua sendo a principal moeda de precificação e liquidação internacional, o que reduz fricções financeiras e ancora fluxos de capitais.

Mesmo com discussões sobre desdolarização, a profundidade dos mercados e a confiança institucional mantêm a moeda no centro.

Em investimento, o ambiente jurídico, a inovação e a escala de consumo continuam atraindo investimento estrangeiro direto, enquanto empresas locais lideram fusões, aquisições e expansão global.

A primazia do mercado de capitais doméstico, com bolsas líquidas e base ampla de investidores, financia crescimento e acelera a difusão tecnológica.

Vulnerabilidades e dilemas, do déficit à desigualdade

Nem tudo são recordes. O déficit orçamentário elevado e a dívida crescente exigem disciplina fiscal e coordenação com a política monetária.

A inflação cedeu, mas o custo de vida segue pressionando famílias, com moradia, saúde e educação pesando no orçamento.

A desigualdade de renda e riqueza cresceu, o que tempera a leitura dos agregados e alimenta tensões políticas.

No fronte externo, tarifas e disputas tecnológicas redesenham cadeias de suprimento, enquanto parceiros buscam diversificar moedas e fornecedores.

O debate sobre desdolarização ganha manchetes, mas enfrenta limitações práticas de escala e confiança.

O desafio é preservar a competitividade, com investimento em gente, infraestrutura crítica e ciência aplicada.

O que explica a liderança, em uma frase

Escala de mercado, inovação contínua e instituições financeiras profundas.

Esses três pilares, juntos, explicam por que a maior economia do mundo mantém vantagem relativa, apesar de ciclos, choques e concorrentes à espreita.

O que vem a seguir, cenários de curto e médio prazo

No curto prazo, o quadro combina crescimento moderado, política monetária vigilante e investimento privado concentrado em IA, nuvem e transição energética.

A recomposição industrial em setores estratégicos deve seguir, com incentivos a semicondutores, baterias e infraestrutura digital, em paralelo a regras ambientais e metas de produtividade.

No médio prazo, a continuidade da liderança dependerá de capital humano e difusão tecnológica para além dos polos já maduros.

Se a inovação se espalhar por mais estados e setores, a economia tende a diluir desigualdades regionais e sustentar o potencial de crescimento, mantendo a tração que a levou de US$ 542 bilhões ao patamar de US$ 29 trilhões.

A trajetória da maior economia do mundo une trilhos, fábricas e algoritmos, de ferrovias e petróleo a nuvem, IA e serviços avançados.

O saldo é uma máquina de crescimento que já provou resiliência, mas que agora precisa enfrentar dívida, custo de vida e desigualdade sem perder o motor da inovação.

E para você, o que mais sustenta a liderança no futuro, o dólar no centro do sistema financeiro ou a capacidade de escalar tecnologias como IA e semicondutores? Se tivesse de priorizar um eixo de política, investiria em inovação, em redução do custo de vida ou em reindustrialização verde? Deixe sua visão nos comentários, queremos ouvir quem empreende, pesquisa e trabalha dentro dessa engrenagem.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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