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Magazine Luiza registra prejuízo de R$ 24,4 milhões no 2º trimestre de 2025 e acende alerta sobre recuperação no varejo nacional

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/08/2025 às 08:57
Magazine Luiza registra prejuízo de R$ 24,4 milhões no 2º trimestre de 2025 e acende alerta sobre recuperação no varejo nacional
Foto: Magazine Luiza registra prejuízo de R$ 24,4 milhões no 2º trimestre de 2025 e acende alerta sobre recuperação no varejo nacional
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Magazine Luiza registra prejuízo de R$ 24,4 milhões no 2º trimestre de 2025 e expõe os desafios do varejo digital. Resultado ajustado caiu 95% e marketplace recuou 6,4%.

O Magazine Luiza, um dos principais nomes do varejo brasileiro, registrou prejuízo líquido contábil de R$ 24,4 milhões no segundo trimestre de 2025, acendendo um alerta sobre a recuperação do setor varejista no país. O resultado reverte o lucro de R$ 23,6 milhões obtido no mesmo período de 2024, e expõe os desafios enfrentados pelo Magalu em meio a um cenário de consumo retraído, pressão nos canais digitais e necessidade contínua de investimentos em tecnologia.

Com ajustes que desconsideram efeitos não recorrentes, o lucro líquido ajustado foi de apenas R$ 1,8 milhão, representando uma queda de 95,3% em relação ao resultado ajustado de R$ 37,4 milhões registrado no segundo trimestre do ano passado.

Prejuízo do Magazine Luiza no 2º trimestre levanta preocupações sobre o setor varejista

Os números refletem não apenas os desafios internos da companhia, mas também um momento delicado do varejo digital em 2025, pressionado por mudanças no comportamento do consumidor, retração na demanda e maior seletividade nas compras, principalmente em categorias com ticket mais alto.

A receita líquida do Magazine Luiza no trimestre foi de R$ 9,13 bilhões, com uma alta modesta de 1,4% em relação ao mesmo período de 2024. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 726,7 milhões, um crescimento de 2,3%, com margem de 8%, avanço de apenas 0,1 ponto percentual — resultado atribuído pela empresa ao bom desempenho das lojas físicas, ao controle de despesas e à performance da Luizacred.

Resultados financeiros do Magalu mostram estagnação nas vendas e queda no marketplace

As vendas totais somaram R$ 15,3 bilhões, representando uma leve queda de 0,6% em relação ao segundo trimestre de 2024. Dentro desse volume, o comércio eletrônico contribuiu com R$ 10,6 bilhões, enquanto as lojas físicas responderam por R$ 4,7 bilhões.

Apesar da retração de 2,1% nas vendas totais do e-commerce, houve crescimento de 0,8% nas vendas com estoque próprio (1P), impulsionado por categorias de maior valor agregado, como eletrodomésticos e eletrônicos. Por outro lado, o marketplace (3P) apresentou uma queda mais significativa de 6,4%, reflexo da maior competição e do consumo seletivo.

Ainda assim, o serviço de fulfillment — logística feita pela própria empresa — avançou, sendo responsável por 27% dos pedidos do marketplace, o que indica uma tentativa da companhia de aumentar o controle da experiência do consumidor e melhorar as margens logísticas.

MagaluAds e Magalu Cloud se destacam no trimestre mesmo com prejuízo geral

Mesmo diante do resultado financeiro negativo, algumas áreas do grupo apresentaram crescimento expressivo. O MagaluAds, plataforma de publicidade da empresa, teve aumento de 66% na receita, alavancado por novos formatos de anúncios e melhor desempenho nas métricas de performance.

A Magalu Cloud, serviço de computação em nuvem do grupo, ultrapassou mil clientes externos e passou a atender 40% da demanda interna da companhia, consolidando-se como pilar de inovação e redução de dependência de fornecedores externos.

Luizacred ajuda a compensar prejuízo, com lucro de R$ 102 milhões

Outro ponto positivo no balanço foi a performance da Luizacred, braço financeiro do Magalu. A instituição teve lucro líquido de R$ 102 milhões no trimestre, com ROE (retorno sobre patrimônio) anualizado de 19,5%.

A carteira de crédito chegou a R$ 20 bilhões, com queda nas taxas de inadimplência, refletindo uma carteira mais saudável e menos arriscada.

Esse desempenho mostra como a vertical financeira do grupo tem sustentado parte dos resultados operacionais, mesmo com o recuo nas vendas e na rentabilidade das demais áreas.

Investimentos continuam focados em tecnologia e integração dos canais

Mesmo com prejuízo, o Magazine Luiza manteve sua política de investimentos, destinando R$ 206 milhões no trimestre, dos quais 74% foram aplicados em tecnologia, com foco em digitalização, dados e melhoria da experiência do consumidor.

Outro destaque estratégico foi a inauguração da Galeria Magalu em São Paulo, um espaço físico voltado à integração entre loja e canal online, símbolo da visão omnichannel que a empresa tem buscado fortalecer nos últimos anos.

Apesar do resultado líquido negativo, o Magazine Luiza apresentou geração operacional de caixa de R$ 597 milhões no período e encerrou o trimestre com R$ 8 bilhões em caixa, mostrando capacidade de preservar liquidez mesmo diante do cenário adverso.

Esse desempenho foi impulsionado pela gestão eficiente dos estoques e pelo avanço no capital de giro, que ajudaram a amortecer o impacto das quedas nas margens operacionais.

Recuperação do varejo digital exige estratégia além dos cortes

O prejuízo do Magazine Luiza no segundo trimestre de 2025 é mais um sinal de alerta sobre os desafios que persistem no varejo digital brasileiro, mesmo para empresas consolidadas como o Magalu.

Com queda no marketplace, leve crescimento nas lojas físicas e um cenário macroeconômico pouco favorável, a empresa terá que apostar cada vez mais em eficiência operacional, inovação e integração multicanal para voltar a crescer de forma sustentável.

Os destaques positivos, como o crescimento do MagaluAds, o avanço da nuvem corporativa e a resiliência da Luizacred, mostram que há caminhos para retomada, mas a pressão sobre os resultados ainda deve persistir nos próximos trimestres.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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