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Maersk: quais os desafios em sustentabilidade da nova gestão da maior empresa de logística do mundo?

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 14/12/2022 às 15:08
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Maersk promete reduzir a zero a emissão carbono em 2040.

A companhia anunciou um novo CEO que promete cumprir roteiros de digitalização e descarbonização com metas até 2040

A Maersk, líder global em serviços de transporte, anunciou um novo CEO. O suíço Vincent Clerc assume o maior cargo da companhia com a promessa de dar continuidade aos trabalhos de digitalização e descarbonização, mantendo a excelência operacional e, claro, aproveitando as oportunidades de negócios que envolvam a sustentabilidade.

O novo CEO Vincent Clerc teve o aval do conselho da empresa que o aponta como um líder de “perspicácia estratégica, habilidade de executar planos complexos e entregar valor de longo prazo para os acionistas por meio de soluções atraentes para os clientes” e agora terá que liderar as ações para alcançar as metas sustentáveis estabelecidas pela Maersk.

A companhia tem o compromisso de reduzir 50% de sua intensidade de carbono em produtos oceânicos até 2030, com 25% de toda a carga transportada com combustível verde. A estimativa ainda é de que os terminais tenham redução de 70% nas emissões de gases de efeito estufa, e um mínimo de 30% da carga transportada por via aérea seja de combustível de aviação sustentável. Além disso, armazéns e depósitos devem ter um mínimo de 90% de operações verdes. Ao seguir esse caminho, a meta é de reduzir a zero a emissão carbono em 2040.

“As empresas estão repensando suas cadeias de suprimentos neste novo ambiente, buscando mais estabilidade e mais suporte em sua jornada de descarbonização. Isso representa uma incrível oportunidade de negócios para a Maersk, que todos nós estamos animados para aproveitar. Isso exigirá de nós que mantenhamos o rumo de nossa estratégia, cumprindo nossos roteiros de digitalização e descarbonização, enquanto mantemos um olhar mais atento do que nunca em nossa excelência operacional e desempenho. Quando fizermos isso, teremos um profundo impacto positivo para todos os nossos stakeholders”.

Vincent Clerc – novo CEO da Maersk a partir de 2023

Companhia aguarda chegada de navios movidos a combustíveis verdes

As ações da Maersk, enquanto fornecedor do setor de soluções de cadeia de suprimentos verdes, abrange negócios marítimos, aéreos, de logística de contrato (armazéns e depósitos) e da cadeia de frio. Esses produtos utilizarão tecnologias e soluções verdes para garantir que eles forneçam reduções reais de emissões na cadeia de suprimentos.

A companhia encomendou 19 navios porta-contêineres com motores bicombustíveis que poderão operar com metanol verde. Do total dessas embarcações, 12 terão capacidade de 16.000 TEU, movidas por motores MAN G95 bicombustível (motor principal) e tanques de 16.000 m3 de metanol, a serem entregues de 2024 a meados de 2025; 6 terão capacidade de 17.000 TEU sob a bandeira da Dinamarca (país de origem da Maersk), com entrega prevista para 2025; e 1 navio é do tipo alimentador com capacidade de 1.900 TEU que deverá ser entregue e operado já em 2023.

De acordo com a companhia, quando todos esses navios encomendados forem implantados e tiverem substituído os navios mais antigos, haverá uma economia anual de emissões de CO2 de cerca de 2,3 milhões de toneladas.

Sustentabilidade no transporte terrestre também é um objetivo

Na América do Norte, a Maersk pretende adicionar 300 caminhões elétricos à sua rede. Os veículos serão entregues entre 2023 e 2025 para o setor de armazenamento, distribuição e transporte na chamada Performance Team.

Sustentabilidade gera parcerias e negócios

Com a intenção de produzir até 730 mil toneladas de e-metanol por ano, a Maersk firmou parceria com outras gigantes. As empresas envolvidas no acordo são CIMC ENRIC, European Energy, Green Technology Bank, Orsted, Proman e WasteFuel. Essa capacidade de produção deve ser necessário para suprir os 12 navios porta-contêineres neutros em carbono já encomendados pelos dinamarqueses.

O metanol é um biocombustível também chamado de álcool metílico e hidrato de metilo. Ele é produzido a partir do gás natural por meio do que se chama de reforma valor ou gaseificação do carvão, sendo obtido o gás de síntese, composto principalmente de CO, CO2 e H2.

“Estou ansioso, junto com a equipe de liderança e todos os colegas da Maersk em todo o mundo, para levá-la ao próximo nível, construindo sobre a base muito forte que obtivemos com Soren (Skou – CEO antecessor de Vincent Clerc) no comando e cumprindo nossas promessas aos clientes, acionistas, e para a sociedade em geral”.

Com a pandemia, e agora com a guerra na Ucrânia e uma crise de energia sobre nós, há muitos desafios difíceis pela frente; desafios que impactam a todos nós e onde a Maersk pode fazer a diferença“.

Vincent Clerc – novo CEO da Maersk a partir de 2023

Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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