Presidente brasileiro sinaliza abertura ao diálogo estratégico, mas impõe condição de agregar valor e fortalecer indústria nacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está disposto a discutir minerais críticos e terras raras em encontro previsto com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. A negociação pode abrir caminho para uma cooperação estratégica entre os dois países, mas Lula deixou claro que o Brasil não aceitará ser reduzido a mero exportador de matérias-primas, segundo informações do valor econômico.
Durante coletiva na sede da ONU, em Nova York, Lula destacou que a prioridade é garantir que a exploração de recursos naturais seja acompanhada de parcerias industriais e tecnológicas.
O presidente frisou que acordos internacionais só terão espaço se forem de “ganha-ganha” e assegurarem retorno direto para a economia brasileira.
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O que Lula colocou na mesa com Trump
O governo brasileiro avalia que a busca dos EUA por minerais estratégicos essenciais para setores como energia limpa, baterias, semicondutores e defesa abre oportunidade única para o país.
O Brasil tem reservas significativas de nióbio, lítio e outros insumos cobiçados no mercado global.
Lula, no entanto, reforçou que não pretende repetir modelos extrativistas do passado.
“O Brasil vai assumir responsabilidade pela sua riqueza. Não queremos ser apenas exportadores de minérios”, declarou.
A fala é interpretada como um recado direto ao mercado internacional e também ao setor empresarial nacional.
Terras raras no centro da geopolítica
Os minerais críticos e terras raras estão no coração da disputa global entre grandes potências. A China domina mais de 70% da cadeia de suprimento mundial, e os Estados Unidos buscam alternativas para reduzir essa dependência.
Nesse cenário, o Brasil surge como ator estratégico capaz de diversificar a oferta e atrair investimentos.
Lula sinalizou que empresas estrangeiras poderão explorar o setor, desde que haja compromisso com transferência de tecnologia, geração de empregos e fortalecimento da cadeia produtiva nacional.
O objetivo é que o Brasil não apenas forneça insumos, mas participe ativamente da transformação industrial desses recursos.
Impactos econômicos e políticos
O tema também tem peso interno. A decisão de Lula de trazer o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) para atuar diretamente ligado à Presidência reforça a estratégia de centralizar decisões e evitar a entrega de recursos estratégicos sem contrapartidas claras.
Nos bastidores, diplomatas avaliam que esse movimento pode ajudar a aliviar tensões comerciais recentes, incluindo o tarifaço imposto pelos EUA a produtos brasileiros.
Ao mesmo tempo, coloca o Brasil em posição de negociar vantagens mais amplas, como acesso a mercados e cooperação em inovação tecnológica.
Conclusão: oportunidade ou risco para o Brasil?
A postura de Lula mostra que o governo enxerga os minerais críticos e terras raras como um trunfo estratégico e não apenas como commodities de exportação.
O desafio será transformar esse potencial em projetos de industrialização e inovação, evitando que o país repita ciclos de dependência externa.
E você? Acredita que o Brasil deve abrir o setor a investidores internacionais ou priorizar o fortalecimento da indústria nacional? Essa negociação pode representar avanço ou risco para nossa soberania?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir sua visão sobre o futuro dessa estratégia.