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Lula inaugura obra da Petrobras que virou símbolo da Lava Jato e já custou 145 BILHÕES

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 13/09/2024 às 10:54
Lula inaugura obra da Petrobras que virou símbolo da Lava Jato e já custou 145 BILHÕES
Lula inaugura obra da Petrobras que virou símbolo da Lava Jato e já custou 145 BILHÕES

Com um passado marcado por escândalos, Complexo de Energias Boaventura é inaugurado por Lula. A obra, que custou bilhões, renasce como símbolo de inovação e produção de gás natural.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (13) de uma cerimônia que chamou a atenção. Enquanto os olhos do Brasil voltam-se para a recuperação econômica e os avanços da Petrobras, uma obra que carrega as marcas de uma época sombria do país foi oficialmente inaugurada.

O projeto que já custou bilhões de reais ao país está de volta aos holofotes, trazendo novas promessas e, claro, muito debate. No centro desta retomada, o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, Rio de Janeiro, revive um dos capítulos mais controversos da Lava Jato.

Inicialmente conhecido como Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o local se transformou em um símbolo das investigações de corrupção.

A Petrobras agora visa não apenas virar essa página, mas também posicionar o Brasil como referência em processamento de gás natural e produção de combustíveis. A abertura da maior unidade de processamento de gás do país sinaliza uma nova era para o setor energético.

Uma obra que transcende escândalos

A construção deste complexo foi concebida ainda em 2006, durante o primeiro mandato de Lula. À época, o projeto, que prometia integrar a indústria petroquímica ao refino de petróleo, tinha um custo inicial de cerca de 6 bilhões de dólares.

No entanto, ao longo dos anos, diversas modificações no projeto fizeram com que o valor subisse para impressionantes 26 bilhões de dólares, além de se tornar alvo de investigações e escândalos de corrupção.

Agora, com uma nova abordagem, a Petrobras aposta no processamento de gás natural, impulsionado pela produção do pré-sal na Bacia de Santos.

De acordo com a estatal, o complexo terá capacidade de processar até 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia, reforçando o abastecimento nacional e diminuindo a dependência de importações.

A empresa também anunciou que a área contará com duas usinas termelétricas e unidades de refino para a produção de diesel, querosene de aviação e lubrificantes.

O novo foco: gás natural e combustíveis

A principal unidade do complexo está dedicada ao processamento de gás natural proveniente do pré-sal. O gasoduto Rota 3, que transportará o insumo da Bacia de Santos até o complexo, também entrou em operação.

O projeto Rota 3 permitirá o escoamento de até 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia, contribuindo para aumentar a oferta desse recurso no mercado nacional.

Conforme a Petrobras, as obras do projeto Rota 3 geraram cerca de 10 mil empregos diretos, um impacto significativo para a economia local.

Além disso, quando totalmente concluído, o complexo terá a capacidade de produzir 12 mil barris diários de óleos lubrificantes, 75 mil barris de diesel S-10 e 20 mil barris de querosene de aviação.

A retomada da Petrobras e os desafios de Itaboraí

Após quase duas décadas de escândalos e paralisações, o Complexo de Energias Boaventura surge como uma nova esperança para a Petrobras e o setor energético brasileiro. No entanto, o caminho até aqui foi árduo.

De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a aprovação para a operação da planta de processamento de gás veio apenas em setembro de 2024, quando a companhia finalmente concluiu os ajustes necessários para a calibração dos equipamentos.

A Petrobras prevê que as operações comerciais do complexo comecem em outubro de 2024. Mais de 600 profissionais já estão envolvidos no funcionamento do gasoduto, refinaria e demais plantas do local, garantindo a infraestrutura operacional necessária para o sucesso do projeto.

Uma homenagem à história local

Além de seu papel econômico, o Complexo de Energias Boaventura traz uma homenagem às raízes da região.

O nome do polo industrial é uma referência ao Convento São Boaventura, cujas ruínas estão localizadas dentro da área do complexo e são consideradas uma das primeiras construções da região de Itaboraí.

Segundo a Petrobras, preservar esse patrimônio cultural faz parte do compromisso da empresa com a história e o desenvolvimento sustentável.

O complexo, que atuará em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), deve se consolidar como um dos principais polos de processamento de gás e produção de combustíveis do Brasil.

Com uma nova perspectiva e tecnologia de ponta, o Complexo de Energias Boaventura pode finalmente deixar para trás o estigma dos escândalos e se tornar um ícone da inovação e desenvolvimento.

O futuro da Petrobras: uma nova fase?

A pergunta que fica é: com o Complexo de Energias Boaventura voltando a operar, será que a Petrobras conseguirá finalmente recuperar sua credibilidade e consolidar sua liderança no setor energético brasileiro? Quais os próximos passos para o Brasil na corrida por uma produção energética mais limpa e eficiente?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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