Descoberta reforça a hipótese de oceano subterrâneo em Encélado, com compostos químicos essenciais à vida e planos da ESA para missão em 2040.
Durante quase duas décadas, Encélado, uma das luas geladas de Saturno, intriga cientistas do mundo inteiro. A descoberta inicial feita pela sonda Cassini, em 2005, mostrou plumas de gelo saindo do polo sul da lua e se espalhando pelo espaço.
Desde então, o mistério sobre o que existe sob a crosta congelada cresceu, assim como as evidências de que o local pode, de fato, oferecer condições para a vida.
Plumas revelam oceano subterrâneo
As imagens capturadas pela Cassini em sua primeira passagem por Encélado revelaram gêiseres expelindo gelo a milhares de quilômetros da superfície.
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Essa atividade sugeriu a existência de um vasto oceano de água salgada escondido sob a camada congelada. A partir daí, cientistas passaram a analisar de forma mais detalhada a composição química desse material.
Em 2021, uma equipe internacional afirmou que a quantidade de metano presente nas plumas tornava a possibilidade de vida na lua “muito provável”. Agora, uma nova análise aprofunda ainda mais essa hipótese ao encontrar moléculas orgânicas complexas entre os grãos de gelo.
Grãos de gelo analisados pela Cassini
Os dados recentes foram obtidos a partir de grãos de gelo capturados pelo Analisador de Poeira Cósmica (CDA) da Cassini em 2008. Esses fragmentos, recém-expelidos pelos gêiseres do polo sul de Encélado, eram os mais frescos já coletados pela missão.
Diferente de análises anteriores, que se baseavam em partículas que circulavam há meses ou até anos no anel E de Saturno, essa coleta garantiu maior fidelidade sobre a composição química do material.
Enquanto os grãos mais antigos poderiam ter sido alterados pela radiação, os mais recentes preservaram características que indicam claramente a presença de moléculas orgânicas. A comparação dos dois tipos de dados fortaleceu as conclusões sobre a riqueza química de Encélado.
Moléculas orgânicas detectadas
O estudo, publicado na revista Nature Astronomy, detalha a descoberta de substâncias como ésteres, alcenos alifáticos, compostos (hetero)cíclicos, éteres, além de moléculas contendo nitrogênio e oxigênio. Para os cientistas, essas estruturas químicas são essenciais porque participam de reações que formam moléculas ainda mais complexas, fundamentais para a vida orgânica.
As evidências não confirmam a existência de vida em Encélado, mas mostram que parte da “matéria-prima” necessária já está presente. Isso reforça o interesse científico e os planos para futuras missões ao satélite natural.
Missão da Agência Espacial Europeia
A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou recentemente que pretende enviar uma missão a Encélado na década de 2040.
O projeto prevê o lançamento de um orbitador para estudar as plumas em detalhes, além de um módulo de pouso para observar a superfície de perto. A iniciativa busca responder uma das maiores questões da ciência: se existe vida além da Terra.
Enquanto isso, pesquisadores continuam revisitando o vasto banco de dados coletado pela Cassini.
Segundo Nozair Khawaja, autor principal do estudo, há ainda muito mais a ser explorado. Ele destacou que as moléculas encontradas podem estar ligadas a compostos biologicamente relevantes, o que aumenta a probabilidade de Encélado ser habitável.
Expectativa para novas descobertas
O interesse por Encélado cresceu porque o satélite reúne condições que lembram ambientes terrestres propícios à vida.
O oceano subterrâneo, os compostos orgânicos detectados e a atividade geológica ativa são fatores que tornam a lua um dos alvos mais promissores para futuras explorações.
Embora a confirmação de vida ainda esteja distante, cada descoberta aproxima a ciência de uma resposta. Os cientistas ressaltam que, mesmo sem organismos vivos, as condições de Encélado já representam um laboratório natural para entender como a vida pode surgir em outros mundos.
Assim, a pequena lua gelada de Saturno continua a alimentar grandes expectativas para o futuro da exploração espacial e para a busca por vida fora da Terra.


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