Vídeos de baixa qualidade gerados por inteligência artificial se espalham pelo YouTube e outras redes, preocupando usuários e grandes marcas.
Hoje em dia, é difícil navegar na internet sem se deparar com AI SLOP, ou lixos de IA. Esse termo descreve conteúdos de baixa qualidade criados por inteligência artificial e que já se espalham em redes sociais como Instagram e no YouTube.
O mais importante é que, embora muitas vezes sejam bizarros ou até engraçados, eles representam um problema para marcas preocupadas com segurança e adequação.
No YouTube, anúncios de grandes empresas aparecem ao lado de vídeos desse tipo. Uma análise de páginas que publicam conteúdo com IA revelou anúncios próximos a materiais que vão do estranho à desinformação. Isso acende o alerta para marcas que não desejam ver sua imagem associada a esse tipo de material.
-
CDC garante: Telefone e internet falharam ou cobraram serviços não contratados? Consumidor tem direito à devolução em dobro e pode receber indenização por má prestação de serviço
-
O drama continua: 3 Países vizinhos do Brasil que enfrentam crise de refugiados Venezuelanos e não estão no radar em 2025!
-
Oceano escondido a 700km abaixo da Terra em 2024: A surpreendente descoberta de bilhões de litros de água e o futuro do planeta!
-
Filho fora do casamento tem direito a pensão imediata — tribunais garantem alimentos provisórios mesmo sem registro do pai
Canais e casos observados
O canal Pan-African Dreams compartilhou informações enganosas e ficou famoso por um vídeo deepfake do Papa Leão XIV elogiando Ibrahim Traoré, líder militar de Burkina Faso.
O Vaticano respondeu publicamente, e até meados de maio, o vídeo já tinha mais de 1 milhão de visualizações. Nessa página, o Marketing Brew viu anúncios de HBO Max, Amazon Hub Delivery, TodayTix e Visit Florida.
Outro exemplo é o canal Banana Adventure, especializado em vídeos estranhos envolvendo personagens como Minions e Coringa. Nele, apareceram anúncios do Amazon Hub Delivery, Android e Tia Health. Já no canal Mikey, que posta imagens e dublagens de Mickey e Minnie Mouse geradas por IA, havia anúncios da Adobe e Samsung Home Appliances.
Segundo Nate Funkhouser, porta-voz do Google, o YouTube não oferece aos anunciantes a opção de evitar conteúdo gerado por IA. Ele explicou que os controles são baseados no tipo de conteúdo e não no método de produção.
Respostas e remoções
Marcas como Android, HBO Max, Samsung, TodayTix e Visit Florida não responderam aos pedidos de comentário. Adobe, Amazon Hub Delivery e Tia Health também não se manifestaram. Após o contato do Marketing Brew com o YouTube, os canais Banana Adventure e Pan-African Dreams foram removidos. O canal Mikey permaneceu no ar, pois não violou as regras da plataforma.
Um jogo de “acerte na toupeira”
Monitorar onde anúncios aparecem no YouTube lembra o jogo de “acerte na toupeira”. Grandes marcas já foram flagradas ao lado de conteúdo racista, antissemita ou com desinformação, mesmo usando ferramentas de segurança. O problema com vídeos de IA amplia esses desafios.
Para Anirudh Dhebar, professor de marketing no Babson College, anunciar ao lado de conteúdo gerado por IA pode afetar a reputação das empresas. Isso porque, mesmo que a marca não tenha objeção à IA, riscos surgem quando o material também envolve conteúdos prejudiciais. Ele cita processos da Disney e Universal contra a Midjourney, acusada de facilitar a criação de imagens baseadas em propriedade intelectual protegida.
A questão do engajamento e da moderação
Tyler Folkman, gerente geral da TubeBuddy, acredita que canais de “slop” de IA não devem prosperar por muito tempo, já que tendem a ter baixo engajamento.
No entanto, ele reconhece que é difícil remover vídeos problemáticos devido ao tamanho do YouTube.
Em março de 2024, a plataforma passou a exigir que criadores informem quando usam IA em vídeos. Além disso, mantém políticas contra spam, golpes, discurso de ódio, desinformação e outros conteúdos proibidos.
O dilema para os anunciantes
Para Dhebar, o aumento do “lixo” de IA impõe novos desafios. Ele afirma que anunciantes precisam equilibrar retorno rápido sobre investimento com o risco de dano à reputação no longo prazo.
Esse dilema exige cautela e uma gestão mais atenta sobre onde as campanhas publicitárias estão sendo exibidas.