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“Lixo de IA” toma conta do YouTube e redes sociais — como resolver o problema?

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 12/08/2025 às 22:43
YouTube
Foto: Reprodução
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Vídeos de baixa qualidade gerados por inteligência artificial se espalham pelo YouTube e outras redes, preocupando usuários e grandes marcas.

Hoje em dia, é difícil navegar na internet sem se deparar com AI SLOP, ou lixos de IA. Esse termo descreve conteúdos de baixa qualidade criados por inteligência artificial e que já se espalham em redes sociais como Instagram e no YouTube.

O mais importante é que, embora muitas vezes sejam bizarros ou até engraçados, eles representam um problema para marcas preocupadas com segurança e adequação.

No YouTube, anúncios de grandes empresas aparecem ao lado de vídeos desse tipo. Uma análise de páginas que publicam conteúdo com IA revelou anúncios próximos a materiais que vão do estranho à desinformação. Isso acende o alerta para marcas que não desejam ver sua imagem associada a esse tipo de material.

Canais e casos observados

O canal Pan-African Dreams compartilhou informações enganosas e ficou famoso por um vídeo deepfake do Papa Leão XIV elogiando Ibrahim Traoré, líder militar de Burkina Faso.

O Vaticano respondeu publicamente, e até meados de maio, o vídeo já tinha mais de 1 milhão de visualizações. Nessa página, o Marketing Brew viu anúncios de HBO Max, Amazon Hub Delivery, TodayTix e Visit Florida.

Outro exemplo é o canal Banana Adventure, especializado em vídeos estranhos envolvendo personagens como Minions e Coringa. Nele, apareceram anúncios do Amazon Hub Delivery, Android e Tia Health. Já no canal Mikey, que posta imagens e dublagens de Mickey e Minnie Mouse geradas por IA, havia anúncios da Adobe e Samsung Home Appliances.

Segundo Nate Funkhouser, porta-voz do Google, o YouTube não oferece aos anunciantes a opção de evitar conteúdo gerado por IA. Ele explicou que os controles são baseados no tipo de conteúdo e não no método de produção.

Respostas e remoções

Marcas como Android, HBO Max, Samsung, TodayTix e Visit Florida não responderam aos pedidos de comentário. Adobe, Amazon Hub Delivery e Tia Health também não se manifestaram. Após o contato do Marketing Brew com o YouTube, os canais Banana Adventure e Pan-African Dreams foram removidos. O canal Mikey permaneceu no ar, pois não violou as regras da plataforma.

Um jogo de “acerte na toupeira”

Monitorar onde anúncios aparecem no YouTube lembra o jogo de “acerte na toupeira”. Grandes marcas já foram flagradas ao lado de conteúdo racista, antissemita ou com desinformação, mesmo usando ferramentas de segurança. O problema com vídeos de IA amplia esses desafios.

Para Anirudh Dhebar, professor de marketing no Babson College, anunciar ao lado de conteúdo gerado por IA pode afetar a reputação das empresas. Isso porque, mesmo que a marca não tenha objeção à IA, riscos surgem quando o material também envolve conteúdos prejudiciais. Ele cita processos da Disney e Universal contra a Midjourney, acusada de facilitar a criação de imagens baseadas em propriedade intelectual protegida.

A questão do engajamento e da moderação

Tyler Folkman, gerente geral da TubeBuddy, acredita que canais de “slop” de IA não devem prosperar por muito tempo, já que tendem a ter baixo engajamento.

No entanto, ele reconhece que é difícil remover vídeos problemáticos devido ao tamanho do YouTube.

Em março de 2024, a plataforma passou a exigir que criadores informem quando usam IA em vídeos. Além disso, mantém políticas contra spam, golpes, discurso de ódio, desinformação e outros conteúdos proibidos.

O dilema para os anunciantes

Para Dhebar, o aumento do “lixo” de IA impõe novos desafios. Ele afirma que anunciantes precisam equilibrar retorno rápido sobre investimento com o risco de dano à reputação no longo prazo.

Esse dilema exige cautela e uma gestão mais atenta sobre onde as campanhas publicitárias estão sendo exibidas.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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