Nomofobia” é a nova palavra da língua portuguesa e reflete um medo moderno! ABL oficializa o termo no VOLP, consolidando a dependência digital como um fenômeno real. Veja o que significa, por que pode ser um problema para sua saúde mental e conheça outras palavras que agora fazem parte do nosso vocabulário!
Em um mundo cada vez mais conectado, a tecnologia se tornou indispensável no dia a dia.
Celulares, redes sociais e aplicativos criaram uma nova forma de interação, mas também trouxeram desafios inesperados.
Entre eles, um medo crescente tem chamado a atenção de especialistas e agora ganhou um nome oficial na língua portuguesa.
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A Academia Brasileira de Letras (ABL) incluiu “nomofobia” no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), reconhecendo um fenômeno que já afeta milhões de pessoas: o medo irracional de ficar sem acesso ao celular ou à internet.
O termo, derivado do inglês “nomophobia” (“no mobile phone phobia”), reflete a crescente dependência digital e seus impactos no bem-estar mental.
O que é nomofobia e por que esse medo cresce?
A nomofobia descreve a ansiedade extrema causada pela falta do celular, seja por falta de bateria, perda do aparelho ou ausência de conexão com a internet.
Segundo especialistas, essa condição está diretamente ligada ao uso excessivo de tecnologia, especialmente entre jovens e profissionais que dependem de dispositivos móveis para trabalhar ou socializar.
Pesquisas apontam que o vício em smartphones pode levar a sintomas como irritabilidade, taquicardia e dificuldades de concentração quando o aparelho não está por perto.
Durante a pandemia, o problema se intensificou, pois o isolamento social aumentou a necessidade de conexão digital, elevando os níveis de ansiedade relacionados ao uso do celular.
Como identificar?
Os sintomas da nomofobia podem variar, mas incluem:
- Sentir pânico ao ficar sem bateria ou sem internet
- Checar o celular compulsivamente, mesmo sem notificações
- Evitar locais onde o sinal é fraco ou inexistente
- Ansiedade extrema ao esquecer o telefone em casa
- Dificuldade em se desconectar, mesmo durante momentos de lazer
Estudos indicam que pessoas com nomofobia podem desenvolver insônia e apresentar menor produtividade devido ao uso excessivo de dispositivos móveis.
O problema já é considerado um transtorno psicológico por alguns especialistas, embora ainda não seja oficialmente reconhecido por manuais de psiquiatria.
Outras palavras adicionadas ao VOLP
A cada ano, novos termos são incorporados ao VOLP para refletir mudanças na sociedade e na ciência. Além de “nomofobia”, a ABL registrou outras palavras que passaram a ter uso consolidado no Brasil.
Apneísta – refere-se a atletas que praticam mergulho em apneia, técnica que exige prender a respiração debaixo d’água por longos períodos. O termo tem se popularizado com o crescimento do apneísmo como esporte.
Criovulcão – um fenômeno geológico encontrado em luas geladas do Sistema Solar, onde vulcões expeliriam gelo e compostos como metano e amoníaco, em vez de lava.
Handbike – bicicleta adaptada para ser impulsionada com as mãos, utilizada principalmente por pessoas com mobilidade reduzida em competições e atividades de lazer.
Microplástico – pequenas partículas de plástico, presentes em produtos de higiene e na degradação de plásticos maiores. O termo se tornou central em debates sobre poluição ambiental.
Petricor – o aroma característico que surge quando a chuva cai sobre o solo seco, fenômeno descrito por cientistas na década de 1960 e que só agora ganha popularidade na língua portuguesa.
Como lidar?
O reconhecimento do termo pela ABL evidencia um problema real, mas há formas de reduzir a dependência digital e melhorar a relação com a tecnologia. Algumas estratégias incluem:
Estabelecer horários sem celular, como durante refeições ou antes de dormir.
Desativar notificações desnecessárias para reduzir a compulsão por checagens.
Investir em atividades offline, como esportes, leituras e momentos ao ar livre.
Praticar o “detox digital” e tirar períodos de descanso das redes sociais.
Buscar ajuda profissional, caso a ansiedade causada pela falta do celular esteja afetando a qualidade de vida.
O avanço da tecnologia trouxe conforto e praticidade, mas também desafios psicológicos.
A nomofobia não é apenas um medo moderno, mas um reflexo de como os dispositivos móveis se tornaram uma extensão da vida cotidiana.
Agora que “nomofobia” faz parte oficialmente do nosso vocabulário, a questão que fica é: estamos prontos para equilibrar o uso da tecnologia e evitar que esse medo nos controle?