Leilão de energia mostrou vitória de produtoras onshore sobre gigantes do offshore que não conseguiram consumidores para sua produção de gás natural
Um dia antes do leilão de energia A-6 que aconteceu no dia 18/10, o Click Petróleo e Gás informava que grandes empresas de Petróleo e gás participariam do leilão, buscando um consumidor para suas produções de gás natural do pré-sal.
A Imetame e a Eneva, no entanto, com suas produções de gás em terra, arremataram os projetos e deixaram gigantes, como a Petrobras e a Shell, primeira e segunda maiores produtoras de gás natural do país, sem grandes projetos contratados.
O leilão de energia A-6 terminou com contratos com capacidade instalada de 2.979 megawatts (MW), com início das entregas para daqui a seis anos.
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Das três termelétricas a gás contratadas no A-6, duas foram pelo modelo “gas-to-wire” (como é conhecida a construção de termelétricas próximas ao poço produtor de gás).
Os três projetos somam 734 MW, cerca de 25% da potência total negociada no leilão e além das térmicas de Parnaíba II (92 MW), da Eneva, e Prosperidade II (37 MW), da Imetame.
A terceira usina a gás, o empreendimento de Novo Tempo Barcarena (604 MW) funcionará com cargas de gás natural liquefeito (GNL) e pertence à Golar Power.
A Eneva é a antiga MPX (do conglomerado de Eike Batista), e há cinco anos usou na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, o modelo “gas-to-wire” pela primeira vez.
Hoje, a Eneva é a maior geradora termelétrica privada do Brasil com 1,4 mil MW de capacidade instalada em usinas a gás e é a terceira maior produtora de gás do país, atrás de Petrobras e Shell.
O modelo da Eneva inspirou a Imetame, que adaptou o “gas-to-wire” para a escala (menor) em suas produções da bacia do Recôncavo, tanto que no ano passado inaugurou a usina Prosperidade (28 MW), em Camaçari (BA) e se consolidou como uma das principais produtoras de gás onshore.
As petroleiras
O fracasso das petroleiras fez especialistas afirmarem que a “monetização do gás natural do pré-sal pode ser mais complicada do que se supõe”.
A Shell fracassou na tentativa de negociar o projeto de expansão da termelétrica Marlim Azul (565 MW), em Macaé (RJ) e a Petrobras também não conseguiu vender sua produção de gás natural do pré-sal às novas usinas.
Apenas a ExxonMobil conseguiu emplacar um contrato no leilão de energia. A empresa vai fornecer GNL importado para a usina de Barcarena.
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