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Figura enigmática do século 19, Leatherman percorreu milhares de quilômetros a pé, tornando-se uma lenda local na América
Por quase três décadas, uma figura enigmática conhecida como Leatherman percorreu as cidades do nordeste dos Estados Unidos, caminhando em um circuito fixo de 580 quilômetros, de acordo com o site aventurasnahistória.
Este andarilho, coberto de couro da cabeça aos pés, se tornou uma lenda local em Connecticut e Nova York por sua pontualidade e comportamento reservado.
A seguir, conheça cinco curiosidades fascinantes que ajudam a esclarecer quem foi o Leatherman, baseadas em documentos históricos e relatos da época.
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1 – O enigma da identidade
O Leatherman é uma figura cercada de mistério.
Sua identidade real nunca foi confirmada, levando a várias especulações ao longo dos anos.
Em 1884, um jornal local, o Waterbury Daily American, publicou um artigo que afirmava ter resolvido o mistério.
O repórter Charles W. Burpee identificou o Leatherman como Jules Bourglay, um francês que teria se apaixonado pela filha de um comerciante de couro.
Após uma série de eventos trágicos, incluindo a falência do negócio da família e a perda da noiva, supostamente ele fugiu para os Estados Unidos.
Essa narrativa rapidamente ganhou popularidade, sendo reproduzida por diversas publicações.
No entanto, o próprio Leatherman nunca confirmou essa história.
Ele era conhecido por ser um homem muito reservado, comunicando-se raramente e, quando o fazia, usando apenas grunhidos ou algumas palavras em francês.
Essa aura de mistério em torno de sua identidade ajudou a solidificar sua posição como uma lenda no imaginário popular.
Você já se perguntou como a falta de informação pode contribuir para a criação de mitos e lendas?
O caso do Leatherman é um exemplo perfeito de como a sociedade pode se apegar a narrativas que explicam o desconhecido.
2 – A rotina de caminhadas e a rota fixa
O Leatherman dedicou sua vida a um percurso fixo, que abrangia 365 milhas (aproximadamente 587 km).
Ele realizava esse circuito em 34 dias, sempre no sentido horário.
O trajeto incluía cidades como Danbury, New Fairfield, Watertown, Middletown e New Canaan, estendendo-se até o condado de Westchester em Nova York, no Estados Unidos.
Durante sua jornada, ele se tornou uma presença familiar e esperada nas comunidades locais, com moradores contando as horas até sua chegada.
A precisão com que ele seguia seu itinerário era impressionante.
O historiador Jim Reisler, em seu livro Walk of Ages, descreve que “os hábitos do Leatherman eram tão pontuais que as pessoas que lhe ofereciam comida ou algumas moedas podiam praticamente acertar seus relógios por ele”.
O New York Times chegou a publicar uma tabela de horários mostrando a exatidão de suas visitas às cidades, onde sua aparição era esperada com grande expectativa.
Esse comportamento pontual não apenas o transformou em uma figura de destaque, mas também gerou um senso de comunidade.
As pessoas se reuniam para vê-lo passar e muitas vezes preparavam refeições ou deixavam pequenas ofertas para ele.
Essa interação com a comunidade local fez com que o Leatherman fosse visto como mais do que apenas um mendigo; ele era um símbolo de resistência e resiliência.
3 – O estilo de vida e a dieta peculiar
O estilo de vida do Leatherman era marcado por uma rotina de sobrevivência bastante austera.
Ele usava um traje pesado confeccionado em couro, que pesava entre 15 e 27 quilos.
Essa vestimenta não apenas o identificava, mas também o protegia do frio e das intempéries que enfrentava em suas longas caminhadas.
Durante a noite, ele se abrigava em cavernas e abrigos naturais que encontrava ao longo do caminho, utilizando cerca de 100 desses abrigos, conhecidos como “cavernas do Leatherman”.
A dieta do Leatherman era simples e baseada em alimentos não perecíveis.
Um comerciante local registrou um pedido que incluía “um pão, uma lata de sardinhas, meio quilo de biscoitos finos, uma torta, dois litros de café, um cálice de conhaque e uma garrafa de cerveja“.
Isso demonstra que, apesar de sua vida solitária, ele ainda se permitia algumas pequenas indulgências. Curiosamente, ele evitava carne às sextas-feiras, levando muitos a especular que ele poderia ser católico romano.
Durante suas paradas, o Leatherman era discreto e costumava comer do lado de fora das casas, sentado nos degraus. Embora nunca pedisse dinheiro, aceitava comida, fósforos, tabaco e outros itens básicos.
Sua presença era geralmente bem recebida nas cidades por onde passava, em um período em que os andarilhos eram frequentemente vistos com desconfiança.
Ele era tratado como uma figura excêntrica, e muitas cidades aprovaram leis que o isentavam de normas estaduais contra vagabundos.
4 – Morte e o legado deixado
O Leatherman foi preso apenas uma vez, em 1888, por motivos relacionados à sua saúde.
Após ser internado e diagnosticado como “são, exceto por um distúrbio emocional”, ele foi rapidamente liberado.
Infelizmente, ele veio a falecer em 24 de março de 1889, provavelmente devido a câncer de boca, causado por seu hábito de mascar tabaco.
Seu corpo foi encontrado na “caverna Saw Mill Woods“, em Mount Pleasant, Nova York.
Ele foi enterrado no cemitério Sparta, em Ossining, no Estados Unidos, com uma lápide que trazia o nome Jules Bourglay.
No entanto, em 2011, historiadores e arqueólogos exumaram seu túmulo na esperança de encontrar DNA que pudesse confirmar sua verdadeira identidade.
Infelizmente, não foram encontrados restos humanos, apenas pregos de caixão e terra.
O túmulo foi realocado e a lápide substituída por uma simples placa com a inscrição “The Leatherman”, preservando o mistério que cerca sua figura até hoje.
Esse legado é fascinante, pois levanta questões sobre como a sociedade percebe e trata aqueles que vivem à margem.
O Leatherman não era apenas um mendigo; ele se tornou um símbolo de um tempo e de uma maneira de viver que muitos não compreendem.
A história dele nos faz questionar: como tratamos aqueles que escolhem ou são forçados a viver de maneira diferente?
5 – A lenda do Leatherman e seu impacto cultural
A história do Leatherman transcende sua vida e se tornou uma parte importante da cultura local.
Sua figura é frequentemente mencionada em conversas sobre a história de Connecticut e Nova York, e sua lenda continua a fascinar novas gerações.
Existem vários locais históricos associados a ele, como as “cavernas do Leatherman”, que atraem turistas e curiosos interessados em sua história.
Além disso, o Leatherman inspira artistas, escritores e cineastas que buscam capturar o espírito de um homem que viveu fora das convenções da sociedade.
Sua vida solitária e suas caminhadas intermináveis refletem uma busca por liberdade e autenticidade, temas que ressoam profundamente em muitos de nós hoje.
E você, já havia ouvido falar do Leatherman antes?
O que acha que podemos aprender com a história dele sobre a sociedade contemporânea e a forma como tratamos os menos favorecidos?
A lenda do Leatherman no Estados unidos, nos convida a refletir sobre a condição humana e o que significa viver em uma sociedade que muitas vezes marginaliza aqueles que não se encaixam no padrão.
Se você se sente intrigado por essa história ou tem alguma curiosidade sobre outros personagens históricos como o Leatherman, sinta-se à vontade para deixar um comentário abaixo!
