Rússia sinaliza possível abertura para negociações, mas descarta cessar-fogo temporário sugerido por Zelensky
Após o encontro do BRICS, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que a proposta de cessar-fogo pode ser o começo de um diálogo com Kiev. Apesar disso, rejeitou a ideia de uma pausa temporária de 30 dias nos combates, mantendo aberta a possibilidade de futuras negociações tanto com a Ucrânia quanto com os Estados Unidos.
Rússia vê em proposta ucraniana caminho para reaproximação com Kiev
Durante coletiva realizada depois da cúpula do BRICS, Lavrov destacou que, embora discorde da suspensão temporária dos combates, a proposta de cessar-fogo apresentada por Kiev representa uma oportunidade para retomada das conversas diplomáticas. Segundo reportagem da Exame, o chanceler russo deixou claro que prefere um diálogo estruturado a meras tréguas pontuais.
Essa declaração marca uma sutil mudança de postura do Kremlin, que por meses endureceu seu discurso tanto em relação a Kiev quanto aos seus apoiadores ocidentais. Ainda assim, Lavrov fez questão de frisar que qualquer avanço dependerá da disposição real da Ucrânia em discutir termos aceitáveis para ambos os lados.
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Lavrov aposta em diálogo com Kiev e aproximação com os EUA
Outro ponto que ganhou destaque foi a possível reabertura de um canal direto entre Moscou e Washington. De acordo com a mesma fonte, Lavrov acredita que os EUA podem desempenhar um papel importante em futuras negociações envolvendo Kiev. O chanceler russo, no entanto, reforçou que a Rússia não aceitará imposições unilaterais ou propostas que considerem “rendição” uma pré-condição para a paz.
Essa visão amplia o foco das conversas, que até então estavam praticamente restritas a encontros multilaterais pouco produtivos. Ao trazer os EUA para a mesa ainda que apenas no discurso, Moscou sinaliza que busca uma solução que também envolva garantias globais de segurança.
Cessar-fogo parcial ainda gera desconfiança entre Rússia e Kiev
Mesmo com a leve abertura diplomática, a relação entre Moscou e Kiev continua marcada por uma profunda desconfiança. Como explica a Wikipedia, tentativas anteriores de trégua ou acordos de paz foram minadas por acusações de violações mútuas e exigências incompatíveis.
A ideia de uma pausa temporária no conflito, defendida por Zelensky, não convenceu Moscou, que teme que a Ucrânia use o período para reforçar suas tropas e armamentos com apoio ocidental. Assim, enquanto a palavra “cessar-fogo” volta a ganhar espaço nos debates, a estrada para uma paz verdadeira ainda é longa e cheia de curvas.
Kiev no centro das atenções diplomáticas
Independentemente dos impasses, Kiev volta ao centro da cena diplomática mundial. Seja por meio da resistência militar, seja pela tentativa de negociar, a capital ucraniana se mantém como peça-chave no xadrez internacional. Se o diálogo de fato avançar, a pressão global poderá acelerar uma reconfiguração do conflito, mas, como mostrou Lavrov, não haverá espaço para concessões unilaterais.
A retomada de conversas entre Rússia, Kiev e eventualmente os EUA pode redefinir o rumo da guerra, mas só o tempo (e muita negociação de bastidores) vai dizer se essa nova janela diplomática é real ou apenas mais uma estratégia momentânea.



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