1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Lançar um foguete custa até US$ 8 milhões por minuto e o valor de cada segundo no espaço impressiona até bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos
Tempo de leitura 6 min de leitura Comentários 0 comentários

Lançar um foguete custa até US$ 8 milhões por minuto e o valor de cada segundo no espaço impressiona até bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 21/05/2025 às 16:18
Lançar um foguete custa até US$ 8 milhões por minuto e o valor de cada segundo no espaço impressiona até bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos
Foto: IA
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Com um custo que pode ultrapassar US$ 8 milhões por minuto, cada segundo de um lançamento espacial se transforma em um evento de altíssimo valor. Mesmo para bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos, o desafio não é só tecnológico, mas também financeiro. Descubra por que colocar um foguete no espaço custa tanto — e o que está sendo feito para mudar isso.

Lançar um foguete custa até US$ 8 milhões por minuto e não é apenas apertar um botão. Por trás de cada decolagem estão anos de planejamento, equipes de engenheiros, centenas de sensores, testes rigorosos e toneladas de combustível. De acordo com dados da NASA, da SpaceX e da ULA, o custo médio de um lançamento orbital varia de US$ 62 milhões (no caso do Falcon 9, da SpaceX) a mais de US$ 500 milhões (como os foguetes da antiga missão Saturn V).

Alguns lançamentos custam até US$ 8 milhões por minuto de voo, considerando desde a ignição dos motores até o fim da missão. Isso inclui:

  • Combustível (como oxigênio líquido e RP-1 ou hidrogênio líquido)
  • Logística de transporte
  • Equipes de segurança
  • Controle de solo
  • Seguro de missão
  • Reutilização (quando aplicável)

Cada segundo vale ouro: uma corrida contra o tempo (e o dinheiro) Entenda como lançar um foguete custa até US$ 8 milhões por minuto

YouTube Video

Se dividirmos o custo total de um lançamento de US$ 80 milhões por uma missão de 10 minutos até a órbita, cada segundo custa aproximadamente US$ 133 mil. Esse valor inclui todo o aparato tecnológico, de segurança e suporte logístico.

Isso significa que qualquer atraso, mesmo de segundos, pode representar prejuízos milionários, sem contar os riscos técnicos.

Por isso, empresas privadas como SpaceX e Blue Origin trabalham com cronogramas extremamente rígidos e margens de erro mínimas. Qualquer falha de sensor, vento fora do esperado ou problema técnico pode adiar o lançamento — e multiplicar os custos.

Elon Musk, Jeff Bezos e o dilema da economia espacial

Elon Musk, CEO da SpaceX, já afirmou diversas vezes que o grande objetivo de sua empresa é reduzir drasticamente o custo por lançamento. “Queremos tornar o espaço acessível. Isso só será possível com foguetes reutilizáveis e produção em escala”, disse em entrevista à MIT Technology Review.

Hoje, a SpaceX cobra em torno de US$ 62 milhões por lançamento do Falcon 9, mas há estimativas de que esse valor caia para menos de US$ 30 milhões com versões futuras do Starship, o foguete projetado para levar humanos a Marte.

Já Jeff Bezos, fundador da Amazon e da Blue Origin, investe bilhões em seu projeto New Shepard com foco no turismo suborbital. O voo dura apenas 11 minutos — e estima-se que cada passagem possa custar entre US$ 200 mil a US$ 500 mil por pessoa. Ou seja, o valor por minuto ultrapassa US$ 45 mil por passageiro.

Elon Musk já expressou preocupações sobre os altos custos de lançamentos espaciais e tem trabalhado ativamente para reduzi-los. Ele afirmou que está “altamente confiante” de que os lançamentos do foguete Starship da SpaceX custarão menos de US$ 10 milhões nos próximos dois a três anos. Musk também mencionou que, no futuro, o custo por lançamento poderia ser de apenas alguns milhões de dólares, ou até mesmo tão baixo quanto US$ 1 milhão por voo, o que representaria uma redução significativa em relação aos custos atuais de lançamento de foguetes, que podem ultrapassar US$ 60 milhões por missão.

Principais componentes que encarecem um lançamento espacial

  • Propulsão
    • O combustível representa até 70% do custo total do lançamento. O RP-1 (querosene de foguete) e o oxigênio líquido são caros e exigem armazenamento criogênico.
  • Estrutura do foguete
    • Mesmo com materiais compostos e alumínio aeroespacial, a fabricação da fuselagem ainda é cara, especialmente em foguetes descartáveis.
  • Tecnologia embarcada
    • Computadores de bordo, sensores, sistemas de navegação e escudos térmicos custam milhões. O sistema de escape da cápsula Crew Dragon, por exemplo, representa sozinho dezenas de milhões.
  • Segurança e logística
    • Cada lançamento envolve centenas de profissionais: técnicos, meteorologistas, engenheiros, pessoal da base aérea, jornalistas e controladores.
  • Seguros
    • Qualquer missão orbital é segurada em valores que chegam a US$ 500 milhões, dependendo do tipo de carga e destino.

Quanto custa um lançamento com diferentes foguetes?

Veja uma estimativa média dos custos por lançamento:

FogueteFabricanteCusto por lançamento (estimado)Custo por minuto de voo
Falcon 9SpaceXUS$ 62 milhõesUS$ 6,2 milhões
Starship (futuro)SpaceXUS$ 10 a 20 milhões (estimado)US$ 1,5 a 3 milhões
SLSNASAUS$ 4,1 bilhõesUS$ 273 milhões
New GlennBlue OriginUS$ 500 milhões (estimado)US$ 50 milhões
ElectronRocket LabUS$ 7,5 milhõesUS$ 750 mil

Fonte: FAA, SpaceX, Blue Origin, Rocket Lab, NASA (2024-2025)

O custo do tempo no espaço: além da decolagem

Não é apenas o lançamento que custa caro. O tempo no espaço também pesa no bolso — e nos cálculos. Isso porque:

  • Cada segundo em órbita custa energia, principalmente para manter vida (em estações como a ISS)
  • Satélites de comunicação ou militares valem bilhões de dólares, e qualquer atraso na ativação pode significar perda de contratos ou cobertura de áreas críticas
  • Em voos tripulados, a suporte à vida (oxigênio, alimentos, temperatura) precisa ser mantido sem falhas

Segundo estimativas da NASA, manter um astronauta na ISS custa cerca de US$ 7,5 milhões por dia. Isso inclui transporte, alimentação, experimentos científicos, comunicação e apoio técnico. Ou seja, cada minuto de permanência humana no espaço ultrapassa US$ 5.000.

Turismo espacial: uma corrida que também é bilionária

Empresas como Virgin GalacticSpaceX e Blue Origin já realizaram os primeiros voos turísticos espaciais. Mas esse lazer não é para qualquer um. Os preços variam entre:

  • Virgin Galactic: US$ 450 mil por voo suborbital
  • Blue Origin: US$ 200 mil a US$ 500 mil
  • SpaceX Crew Dragon (voo orbital): até US$ 55 milhões por pessoa

Nessas missões, o tempo de voo pode durar de 11 minutos a até 3 dias, o que significa que cada segundo está entre os mais caros já vividos por um ser humano.

Como reduzir os custos? Reutilização e novas tecnologias

A chave para reduzir os custos está em dois pilares:

Reutilização

  • Foguetes como o Falcon 9 e o futuro Starship pousam de volta à Terra e podem ser usados novamente, como aviões. Isso diminui drasticamente o custo por lançamento.
  • Blue Origin também reutiliza seu veículo New Shepard.

Tecnologia de impressão 3D

Lançamentos a partir da estratosfera

  • Projetos como o SpaceShipTwo (Virgin Galactic) começam a viagem em aeronaves que sobem até 15 km, antes de liberar o foguete. Isso reduz o gasto de combustível na decolagem.

O impacto econômico e científico

Apesar do alto custo, os benefícios de lançar foguetes ao espaço são incalculáveis:

  • Monitoramento climático
  • Internet global via satélite (como o Starlink)
  • Defesa e segurança nacional
  • Exploração científica
  • Detecção de asteroides
  • Cooperação internacional

Além disso, o setor aeroespacial movimenta mais de US$ 500 bilhões por ano, segundo a Space Foundation. Até 2030, esse número pode ultrapassar US$ 1 trilhão, puxado principalmente pela exploração lunar, missões a Marte e constelações de satélites comerciais.

Cada segundo no espaço custa milhões — mas vale a pena

Lançar um foguete custa até US$ 8 milhões por minuto, e mesmo bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos sabem que essa conta precisa baixar para viabilizar o futuro do espaço. No entanto, cada segundo cravado no relógio de uma missão representa não só um investimento financeiro, mas o avanço da humanidade rumo a novas fronteiras.

Aos poucos, os custos vêm diminuindo. Mas até lá, o espaço continuará sendo um dos ambientes mais caros, desafiadores e fascinantes do universo conhecido.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x