Análise do canal Carro Chefe indica que Citroën C3 é R$ 10 mil mais barato e novo Basalt custa apenas 10% a mais, expondo o custo-benefício da versão.
O Renault Kwid Outsider, versão topo de linha do subcompacto, está posicionado no mercado brasileiro por R$ 85 mil. Esse valor, segundo uma análise contundente do canal especializado Carro Chefe, “é uma loucura” e “não faz sentido” no contexto atual da concorrência. A crítica central não mira o carro em si, que frequentemente disputa o posto de mais barato do Brasil em suas versões de entrada, mas especificamente o custo-benefício questionável desta versão aventureira.
A análise do Carro Chefe se aprofunda ao colocar o modelo da Renault lado a lado com concorrentes diretos e indiretos da própria Stellantis, especificamente da Citroën. O ponto nevrálgico é que um Citroën C3, um carro de categoria superior e comprovadamente mais espaçoso, pode ser encontrado por R$ 10 mil a menos em sua versão de entrada, ou pelo mesmo preço em uma configuração 1.0 mais equipada, tornando a escolha pelo Kwid Outsider difícil de justificar.
O “aventureiro” de R$ 85 mil
O Kwid Outsider é comercializado pela Renault como a opção “topzeira” do modelo. Enquanto a versão de entrada, Zen, parte de cerca de R$ 78 mil após os reajustes, a Outsider salta para R$ 85 mil. Esse valor adicional traz, em sua maioria, itens de apelo visual, como adesivos exclusivos da versão, barras de teto (que o Carro Chefe aponta serem meramente ornamentais, com avisos para não colocar peso) e calotas que imitam rodas de liga leve.
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Internamente, ele é equipado com a central multimídia Media Evolution, compatível com Apple CarPlay e Android Auto (ambos via cabo), e se destaca pelos quatro airbags (dois frontais e dois laterais). No entanto, a análise do canal ressalta que, mesmo sendo a versão mais cara, o carro mantém acabamentos em plástico rígido, parafusos aparentes e ausências notáveis para um carro de R$ 85 mil, como o ajuste de altura ou profundidade do volante e vidros elétricos traseiros, que ainda são operados por manivela.
A sombra do C3: mais barato ou equivalente
O ponto mais crítico levantado pelo Carro Chefe é a concorrência dentro da mesma faixa de preço. “Tem carro maior, mais barato”, afirma o apresentador durante a avaliação. Um Citroën C3 1.0 de entrada (versão Live Pack), por exemplo, custa atualmente cerca de R$ 75 mil. Embora também seja um carro com acabamento simples, ele oferece significativamente mais espaço interno e robustez, por ser um projeto de categoria superior (hatch compacto), custando R$ 10 mil a menos que o Kwid topo de linha.
A situação do Kwid Outsider se complica ainda mais quando se olha para as versões mais equipadas do próprio C3. Segundo o canal, um C3 1.0 manual mais completo (versão Feel Pack) fica na mesma faixa de preço, entre R$ 85 mil e R$ 86 mil. A pergunta que a análise levanta é direta: por que optar pelo subcompacto apertado pelo mesmo preço de um hatch compacto mais espaçoso e com porta-malas superior?
Basalt no horizonte: 10% a mais por um SUV
A “loucura” de posicionamento de preço, como define o Carro Chefe, não para no C3. A análise aponta para o recém-lançado Citroën Basalt, o SUV-cupê da marca. “Se você botar 10% a mais, você pega um Basalt“, destaca o canal. Isso colocaria o Basalt de entrada, com o mesmo motor 1.0 aspirado e câmbio manual, na faixa dos R$ 93,5 mil.
Embora o apresentador defina o motor 1.0 aspirado do Basalt como “manco, igual esse daqui [o Kwid]”, o ganho dimensional é incomparável. O espaço interno do Basalt é descrito na análise como o de uma “kitnet”, resolvendo a principal queixa do Kwid: o aperto extremo no banco traseiro, classificado pelo canal como “claustrofóbico” e com espaço inexistente para a cabeça de adultos com estatura mediana.
O problema não é o carro, é o preço
A análise do Carro Chefe faz questão de pontuar que o Kwid Outsider não é um carro de todo ruim, destacando suas qualidades objetivas. Ele é elogiado, por exemplo, pelo motor 1.0 de três cilindros com corrente de comando (considerado mais confiável que as correias banhadas a óleo de concorrentes), o peso de apenas 825 kg que garante agilidade razoável na cidade, e um porta-malas de 290 litros, considerado bom para o segmento de subcompactos.
O veredito do canal é claro: o problema do Kwid não é o projeto em si, mas o preço cobrado por ele no Brasil. O apresentador é enfático ao afirmar que, se o carro custasse “35 paus”, seus defeitos (como o acabamento primitivo e a falta de ajustes básicos) seriam perfeitamente aceitáveis. “Não tem preço, aliás, tem muito preço e pouca qualidade”, conclui a análise, referindo-se à proposta de valor da versão Outsider.
O que você acha?
A análise do Carro Chefe posiciona o Kwid Outsider de R$ 85 mil como uma escolha de compra irracional no cenário atual. Com concorrentes oferecendo mais espaço por menos dinheiro (C3 de entrada) ou pelo mesmo valor (C3 equipado), e um SUV (Basalt) acessível por apenas 10% a mais, o valor da versão topo de linha da Renault parece estar em xeque.
Você concorda com essa análise? Acha que o visual aventureiro e os 4 airbags justificam os R$ 85 mil, ou você também vê mais lógica em um C3 ou até mesmo em guardar um pouco mais para o Basalt? Deixe sua opinião nos comentários.