Hospital de Clínicas de São Bernardo abre protocolo de morte cerebral para jovem suspeita de intoxicação por metanol em bebida adulterada.
Jovem internada em São Bernardo após beber drinque com metanol tem protocolo de morte cerebral aberto
O Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, confirmou nesta semana a abertura do protocolo de morte cerebral para Bruna Araújo de Souza, de 30 anos.
A jovem foi internada em estado grave após consumir um drinque à base de vodca e suco de pêssego, que teria sido adulterado com metanol.
O caso mobiliza autoridades de saúde e segurança pública em São Paulo, devido à gravidade da intoxicação.
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A família foi informada sobre a medida, que envolve uma série de exames clínicos e neurológicos para confirmar a perda irreversível das funções cerebrais.
A suspeita é de que a bebida ingerida por Bruna tenha altas concentrações da substância tóxica.
Como funciona o protocolo de morte cerebral
O protocolo de morte cerebral segue critérios rígidos definidos pelo Conselho Federal de Medicina. Entre os procedimentos obrigatórios estão:
- dois exames clínicos que comprovem a ausência de reflexos neurológicos e do funcionamento do tronco encefálico;
- teste que verifica ausência de movimentos respiratórios;
- exame complementar que confirma a falta de atividade encefálica.
No caso de Bruna, todos esses exames estão em andamento no Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo.
O que é o metanol e por que é tão perigoso
O metanol é um álcool industrial utilizado em solventes, combustíveis e até em processos laboratoriais. Diferente do etanol — encontrado em bebidas alcoólicas — ele é altamente tóxico para o organismo humano.
A ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode causar sintomas como náuseas, tontura, vômitos, convulsões, cegueira e até a morte. Por ser incolor e de sabor próximo ao do álcool comum, o metanol é de difícil detecção em bebidas adulteradas.
Sintomas apareceram após um show
Segundo familiares e amigos, Bruna esteve em um bar de São Bernardo do Campo no domingo (28), onde assistiu a um show de pagode e consumiu bebidas alcoólicas.
Os sintomas, porém, surgiram apenas no dia seguinte.
“Estava feliz, se divertiu. Mas no dia seguinte teve náuseas, vômito e visão turva”, relatou a amiga Gabriela Damasceno.
Bruna foi levada inicialmente para uma UPA e, em seguida, transferida entubada para o Hospital de Clínicas, onde permanece internada.
Atendimento médico e uso de antídoto
De acordo com a família, a jovem chegou a receber o chamado “antídoto” contra intoxicação por metanol, além de sessões de hemodiálise, recurso utilizado para tentar eliminar a substância do organismo.
Karin, uma das familiares, relatou que uma médica do hospital reforçou a suspeita de alta concentração de metanol no corpo da paciente.
O namorado de Bruna também apresentou sintomas e foi internado em outra unidade de saúde da região, o que reforça a linha de investigação sobre bebidas adulteradas.
Polícia investiga a origem da bebida adulterada
A Polícia Civil investiga a distribuidora que teria fornecido as bebidas consumidas por Bruna e outros frequentadores do bar.
O proprietário ouvido pela delegacia negou ser o único responsável pelo fornecimento.
A apuração busca identificar a origem da adulteração, já que o uso de metanol em bebidas alcoólicas é ilegal e criminoso.
Casos de intoxicação por metanol acendem alerta em São Paulo
Este caso em São Bernardo do Campo não é isolado. Autoridades de saúde reforçam o alerta sobre o consumo de bebidas de procedência duvidosa, que podem ser misturadas a substâncias tóxicas.
Além do impacto devastador para as vítimas e suas famílias, episódios como este reforçam a necessidade de maior fiscalização em bares, distribuidoras e produtores de bebidas.