Uma descoberta extraordinária no Egito chamou a atenção de arqueólogos e estudiosos da história antiga: jarras de vinho lacradas, com cerca de 5.000 anos, foram encontradas em uma tumba real. O achado pode mudar o que sabemos sobre os primeiros processos de vinificação no mundo.
Uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta impressionante no Egito: jarras de vinho com cerca de 5.000 anos foram encontradas intactas no túmulo da Rainha Meret-Neith, em Abidos, um dos cemitérios reais mais antigos do país.
O local abriga túmulos de figuras importantes do início da civilização egípcia, e esse achado traz novos elementos sobre a produção de vinho na antiguidade.
Jarras intactas com sementes preservadas
A escavação foi liderada pela arqueóloga Christiana Köhler, da Universidade de Viena. Durante os trabalhos, foram descobertos centenas de jarros de vinho.
-
Árvores solares prometem gerar energia limpa sem desmatar e podem substituir grandes usinas de painéis planos
-
Seu Gmail pode estar em risco? Vazamento atinge 2,5 bilhões de contas e dá origem a onda de golpes por telefone
-
‘Alexa chinesa’ da Xiaomi chega com câmera 3K, rotação 360° e IA que entende múltiplos comandos simultâneos; veja o que ela oferece de diferente
-
Estes são os 5 aparelhos de ar-condicionado que mais apresentaram defeitos no Brasil, segundo Procon e redes de manutenção, com consertos que chegam a R$ 3,2 mil por unidade
Muitos estavam lacrados, exatamente como haviam sido deixados há milênios. As jarras estavam em estado excepcional de preservação.
Dentro delas, os pesquisadores encontraram sementes de uva e até as rolhas originais.
Esse nível de conservação chamou a atenção da comunidade científica. Emlyn Dodd, do Instituto de Estudos Clássicos da Inglaterra, destacou a importância do achado.
“A descoberta de jarras de vinho intactas e lacradas, juntamente com sementes bem preservadas, pode ampliar bastante nossa compreensão sobre o uso e comércio de vinho no antigo Mediterrâneo e norte da África”, afirmou.
Análise pode revelar sabor do vinho antigo
A presença de resíduos no interior dos potes abre a possibilidade de se descobrir como era o vinho produzido na época.
Os cientistas pretendem analisar a composição química desses restos para entender o sabor, os métodos de fermentação e os possíveis aditivos usados na bebida.
Também se espera identificar, pelas sementes, ligações com variedades modernas de uva.
Vinho como símbolo espiritual e de status
No Egito Antigo, o vinho não era apenas uma bebida comum. Ele tinha valor simbólico e espiritual. O fato de ter sido encontrado em uma tumba real indica que a bebida fazia parte dos rituais funerários. Era usado em cerimônias religiosas e considerado um item nobre. Seu uso estava associado à elite egípcia e à vida após a morte.
Os arqueólogos acreditam que o vinho reforçava o status social das figuras de poder. Era uma oferenda importante e talvez até uma espécie de moeda. Estar presente no túmulo da rainha mostra o quanto a bebida era valorizada.
Produção e comércio avançados
A descoberta também oferece informações sobre o nível de sofisticação da produção de vinho no Egito de 5.000 anos atrás.
Para fabricar e armazenar o vinho, era necessário dominar técnicas de fermentação, vedação e conservação.
Os recipientes bem lacrados mostram que os egípcios sabiam como manter o líquido em boas condições por longos períodos.
Esse conhecimento técnico sugere uma rede organizada de produção e distribuição.
O uso de ânforas e outros materiais indica que havia também um comércio estruturado.
Além disso, os especialistas apontam que essa tecnologia pode ter influenciado outras civilizações da região.
A escavação no túmulo da Rainha Meret-Neith ainda está em andamento.
Os cientistas continuam analisando os jarros encontrados. A expectativa é que novas revelações sobre o vinho antigo surjam nos próximos meses.