O supercomputador ‘classe zeta’ japonês promete ser 1.000 vezes mais rápido e revolucionar a computação global em 2025
O Japão anunciou um novo marco tecnológico ao revelar os planos para construir o primeiro supercomputador “classe zeta” do mundo, uma máquina que promete ser mil vezes mais potente do que os supercomputadores mais rápidos da atualidade. Projeto visa superar, com uma folga impressionante, o desempenho de qualquer computador atual.
O supercomputador japonês, com lançamento previsto para 2030, será fundamental para o avanço da inteligência artificial (IA) e para o desenvolvimento científico global. A construção deste projeto deve começar em 2025 e terá um custo estimado de mais de US$ 750 milhões, cerca de R$ 4,2 bilhões. Com isso, o Japão reafirma sua liderança no campo da supercomputação.
O supercomputador mais potente do mundo
O projeto, divulgado pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão (MEXT) no final de agosto de 2024, destaca que o supercomputador conseguirá operar na impressionante escala de zetaFLOPS.
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Em termos práticos, isso significa que o supercomputador japonês conseguirá realizar um sextilhão de cálculos por segundo. Para comparação, os supercomputadores mais rápidos hoje operam na casa dos exaFLOPS, ou seja, conseguem processar cerca de um quintilhão de operações por segundo, o que já é um feito monumental. A inovação representada pelo super computador japonês de classe zeta coloca o país em posição de vanguarda no setor de alta tecnologia.
Atualmente, o super computador mais rápido do Japão é o Fugaku, que já foi o mais poderoso do mundo, com uma capacidade de processamento de 0,44 exaFLOPS. Ele foi superado em 2022 pelo supercomputador Frontier, dos Estados Unidos, que opera a 1,2 exaFLOPS.
No entanto, o Fugaku ainda ocupa o quarto lugar no ranking dos supercomputadores mais potentes do mundo. Com o novo supercomputador de classe zeta, o Japão espera recuperar a liderança nesse campo estratégico e extremamente competitivo.
Fugaku Next – O supercomputador do Japão
Batizado provisoriamente de “Fugaku Next”, o novo supercomputador será desenvolvido pelas empresas japonesas RIKEN e Fujitsu, as mesmas responsáveis pela criação do Fugaku.
A expectativa é que o Fugaku Next mantenha uma compatibilidade cruzada com o seu antecessor, utilizando componentes projetados pela Fujitsu. No entanto, poucos detalhes adicionais sobre os componentes específicos da nova máquina foram revelados até o momento.
Além da impressionante capacidade de processamento, um dos maiores desafios na construção do novo supercomputador será a eficiência energética. Especialistas afirmam que uma máquina de classe zeta construída com a tecnologia atual exigiria o equivalente à produção de 21 usinas nucleares para funcionar plenamente.
Essa preocupação levanta questões sobre a viabilidade do projeto e incentiva inovações no campo da eficiência energética para supercomputadores. O Japão, entretanto, está determinado a superar esse desafio, já que a máquina será um componente crítico para o avanço de pesquisas em IA e outras áreas científicas de ponta.
Investimentos e prazos do projeto
O MEXT já reservou cerca US$ 29 milhões para o primeiro ano do projeto, com o orçamento total podendo atingir cerca de US$ 761 milhões ao longo do desenvolvimento, que deverá se estender até 2030.
A construção deste supercomputador representa um marco não apenas para o Japão, mas para toda a comunidade científica mundial. Supercomputadores de classe zeta têm o potencial de revolucionar áreas como a inteligência artificial, modelagem climática, simulações de fusão nuclear, entre outras.
Com a capacidade de realizar cálculos em velocidades inimagináveis até poucos anos atrás, esses supercomputadores poderão resolver problemas extremamente complexos de forma muito mais rápida e eficiente.
O Japão, com sua longa tradição de excelência tecnológica, já demonstrou sua capacidade de inovar no campo da supercomputação. O Fugaku, que foi um dos supercomputadores mais rápidos do mundo por um período, exemplifica o compromisso do país com o avanço científico e tecnológico. Agora, com o desenvolvimento do Fugaku Next, o Japão busca não apenas acompanhar a evolução da ciência e da tecnologia, mas também liderá-la.