Conexão revolucionária transmite dados em velocidades inéditas, superando recordes mundiais anteriores e potencialmente transformando o futuro da internet global.
Um novo recorde mundial de velocidade de internet foi registrado por pesquisadores no Japão, alcançando uma transmissão de mais de 127 mil gigabytes por segundo em uma distância de 1.802 quilômetros.
O feito, anunciado em julho de 2025 pelo Instituto Nacional do Japão para Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT), supera o último recorde mundial de 50.250 GB/s, estabelecido em 2024, mais do que dobrando a marca anterior.
A conquista só foi possível graças ao desenvolvimento de um novo tipo de cabo de fibra óptica, resultado de uma colaboração entre o Laboratório de Redes Fotônicas do NICT e a Sumitomo Electric, e foi apresentada pela equipe internacional liderada por cientistas japoneses.
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velocidade média da internet no Brasil e comparação com o Japão
Para efeito de comparação, a velocidade média da internet banda larga no Brasil, segundo o ranking Minha Conexão de julho de 2025, é de 236 megabits por segundo (Mb/s).
Ou seja, a nova tecnologia japonesa é aproximadamente 4,25 milhões de vezes mais veloz do que a média brasileira, destacando um contraste impressionante entre os níveis de conectividade dos dois países.
Atingindo 1,02 petabits por segundo — o equivalente a 1.020.000 gigabits por segundo ou 127.500 gigabytes por segundo —, essa transmissão inovadora seria capaz de baixar o Internet Archive, repositório com mais de 946 bilhões de páginas da web, em menos de quatro minutos, considerando o volume de dados armazenados em julho de 2025.
O avanço foi possível devido ao uso de uma fibra óptica de última geração, que integra 19 canais de transmissão em um único fio de apenas 0,127 milímetro de diâmetro, a mesma espessura de um cabo de fibra tradicional com apenas um canal.
inovação na fibra óptica e transmissão de dados
O diferencial da nova fibra está na capacidade de transmissão simultânea de dados e na eficiência para longas distâncias.
Durante os testes, a equipe de pesquisa conseguiu fazer os dados viajarem o equivalente a 21 vezes entre Salvador e São Paulo, totalizando 1.802 quilômetros, sem perda significativa de sinal ou diminuição de velocidade.
Segundo o NICT, a tecnologia evita as tradicionais flutuações de luminosidade presentes em fibras ópticas convencionais, que costumam prejudicar o desempenho e podem causar perdas de informação.
funcionamento da fibra óptica e avanço tecnológico
A fibra óptica, base dos principais sistemas de transmissão de dados do mundo, utiliza filamentos flexíveis e transparentes para conduzir sinais luminosos codificados com informações digitais.
Cada filamento tem espessura semelhante à de um fio de cabelo, mas é capaz de transportar grande volume de dados em altíssima velocidade.
A inovação japonesa conseguiu inserir 19 desses filamentos dentro de um mesmo cabo, mantendo o diâmetro total igual ao de fibras ópticas tradicionais, otimizando o uso da infraestrutura já existente.
O teste realizado envolveu o envio de dados por múltiplos canais simultaneamente, usando tecnologias avançadas de multiplexação (técnica que permite o envio de diferentes fluxos de informação em uma única linha física).
Isso garantiu a transmissão de dados em taxas inéditas, tornando a estrutura apta para suportar as demandas crescentes de aplicações que consomem grandes volumes de banda, como inteligência artificial, streaming de vídeo em altíssima resolução e armazenamento em nuvem em escala global.
impactos futuros da fibra óptica ultrarrápida
Segundo especialistas do setor, a chegada de fibras ópticas ultrarrápidas tem potencial para revolucionar o tráfego de dados mundial, tornando viável a transmissão quase instantânea de informações para setores como pesquisa científica, medicina, comunicação, educação e indústria do entretenimento.
A novidade pode beneficiar desde sistemas de cidades inteligentes e hospitais até grandes empresas de tecnologia que dependem de data centers e redes globais para suas operações.
Outro ponto relevante é que a implementação da nova fibra óptica poderá ser feita usando a infraestrutura já instalada, já que o diâmetro do novo cabo é idêntico ao da fibra convencional.
Isso significa que, caso a tecnologia se torne comercialmente viável, não haverá necessidade de trocar dutos subterrâneos ou realizar grandes obras de adaptação, facilitando sua adoção em larga escala por operadoras e provedores de internet.
Até julho de 2025, o recorde japonês ainda não foi homologado por organismos internacionais independentes, mas já desperta interesse de governos, empresas e pesquisadores em todo o mundo.
A expectativa é que, à medida que a demanda global por velocidade e volume de dados continue crescendo — impulsionada por inteligência artificial generativa, aplicações de realidade aumentada, dispositivos conectados e automação industrial —, tecnologias como a desenvolvida pelo NICT sejam fundamentais para garantir a eficiência e a estabilidade das redes do futuro.
desafios e realidade da internet no Brasil
Enquanto o Japão investe de forma massiva em pesquisa e desenvolvimento de infraestrutura avançada, o Brasil ainda enfrenta desafios estruturais, como desigualdade de acesso, limitações em regiões remotas e altos custos de expansão da rede de fibra óptica.
De acordo com dados de julho de 2025, menos de 70% dos domicílios brasileiros têm acesso à internet por fibra óptica, sendo a maioria concentrada em grandes centros urbanos.
Esse contraste evidencia a necessidade de políticas públicas voltadas para inovação, universalização do acesso e fomento a projetos de pesquisa em parceria com universidades e empresas.
Além disso, especialistas apontam que a adoção de tecnologias de transmissão de dados de última geração é essencial para integrar o Brasil ao cenário digital global, tornando o país mais competitivo em setores como comércio eletrônico, produção de conteúdo digital e indústria 4.0.
No ritmo em que avanços como o do Japão acontecem, até que ponto o Brasil pode superar suas próprias limitações e acompanhar a revolução da conectividade mundial?