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Japão cria drones que capturam energia de raios — tecnologia inédita no mundo

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/04/2025 às 21:47
raios, energia, drones
Foto; IA
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Inovação explora o potencial dos relâmpagos como fonte de energia e marca avanço pioneiro no uso de drones para captação atmosférica

O Japão acaba de realizar um feito inédito: atrair e controlar raios com o uso de drones. Pela primeira vez no mundo, um sistema foi desenvolvido para guiar descargas elétricas naturais por meio de dispositivos voadores.

O experimento, feito por empresas japonesas como a Nippon Telegraph and Telephone Corporation (NTT), foi considerado um sucesso e pode abrir caminho para aplicações inéditas em segurança pública e geração de energia.

Como funciona a indução de raios com drones

O sistema utiliza drones equipados com tecnologia capaz de induzir raios. Os engenheiros projetaram uma gaiola resistente ao impacto elétrico, permitindo que os drones permaneçam funcionais mesmo após serem atingidos diretamente.

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A técnica se baseia na manipulação das flutuações do campo elétrico, algo que ocorre naturalmente em nuvens de tempestade.

Esses drones não apenas suportam o impacto, mas conseguem guiar os raios de forma segura. A estrutura metálica da gaiola serve para desviar a corrente elétrica dos componentes internos do equipamento, garantindo a estabilidade de voo mesmo após o choque.

Objetivos além da inovação tecnológica

Segundo a NTT, o propósito da tecnologia vai além da inovação. A meta é ajudar a evitar danos provocados por raios em áreas urbanas e estruturas críticas.

O Japão registra prejuízos anuais entre US$ 702 milhões e US$ 1,4 bilhão por conta desses eventos naturais. Mesmo com sistemas tradicionais de proteção instalados, como os para-raios, o risco continua alto, especialmente em locais de difícil acesso.

As instalações de comunicação da NTT, por exemplo, fazem parte da infraestrutura considerada vital. Proteger esses pontos contra descargas atmosféricas é uma das prioridades da empresa, que agora aposta na tecnologia de drones para alcançar esse objetivo.

Teste bem-sucedido em Shimane

Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, foi realizado o primeiro experimento com sucesso, na cidade montanhosa de Hamada, na província de Shimane. O teste contou com a colaboração da Fujitsu e teve como base condições naturais de tempestade.

Durante o experimento, um drone subiu a 300 metros de altitude em 13 de dezembro de 2024. A ação foi coordenada com a medição do campo elétrico por meio de um moinho de campo terrestre.

No momento em que o campo atingiu um nível elevado, um interruptor de aterramento foi ativado. Isso provocou uma mudança brusca no campo elétrico e, como resultado, um raio foi gerado e atraído pelo drone.

Esse foi o primeiro caso documentado no mundo em que um drone foi responsável por iniciar um raio. A estrutura da gaiola, combinada com a manipulação controlada do campo elétrico, permitiu que o drone permanecesse operacional mesmo após o impacto direto.

Inovações técnicas reveladas no experimento

Dois avanços importantes foram demonstrados nos testes. O primeiro foi a própria indução do raio, alcançada ao alterar intencionalmente o campo elétrico por meio da ativação do aterramento. O segundo foi a resistência da gaiola protetora, que conseguiu suportar raios artificiais com intensidade de até 150 mil amperes. Para comparação, esse valor é cerca de cinco vezes maior que a média de um raio natural.

A cobertura de proteção da gaiola foi estimada em 98%. Essa estrutura consegue redirecionar os campos magnéticos e as cargas elétricas, impedindo que o núcleo do drone seja danificado. Mesmo com o impacto, o equipamento manteve o voo estável e sem falhas críticas.

Além da demonstração de resistência, os engenheiros conseguiram temporizar a conexão de aterramento para gerar raios de forma controlada, abrindo espaço para novas formas de atuação em áreas urbanas e industriais.

Aplicações futuras e geração de energia

Os próximos passos envolvem o uso prático dos drones em áreas metropolitanas. A NTT pretende usar esses dispositivos para prever zonas com maior risco de raios, induzi-los de maneira segura e guiá-los de forma controlada. O objetivo é criar uma rede de defesa aérea contra descargas atmosféricas.

Outra meta é explorar a possibilidade de armazenar a energia dos raios induzidos. Embora o processo de captação e conversão ainda esteja em fase inicial, há interesse em transformar essa energia em uma fonte utilizável no futuro.

A tecnologia também pode contribuir para o avanço da pesquisa sobre formação de raios, um fenômeno que ainda apresenta muitas lacunas científicas. A expectativa é de que os dados coletados ajudem a esclarecer os processos envolvidos nas descargas e melhorem os sistemas de previsão.

Conclusão: uma nova fronteira na segurança climática

O projeto japonês representa um marco na tentativa de entender e controlar um dos fenômenos naturais mais poderosos da Terra. Com drones capazes de induzir e suportar raios, o país abre caminho para soluções mais eficazes na proteção de cidades, infraestrutura crítica e até mesmo no uso energético.

Se os testes continuarem avançando, é possível que no futuro as tempestades deixem de ser apenas um risco e se tornem também uma oportunidade tecnológica. O Japão já deu o primeiro passo.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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