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Já era para a Apple e o Google? Mark Zuckerberg investe BILHÕES de dólares em óculos inteligentes de IA que não dependem de outras gigantes da tecnologia!

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/10/2024 às 11:41
Google, Apple, Mark Zuckerberg
Foto: Reprodução

Com um investimento bilionário, Mark Zuckerberg está desenvolvendo óculos inteligentes com IA que não dependem de gigantes como Apple e Google. Veja como essa inovação pode mudar a forma como interagimos com a tecnologia!

No evento mais recente da Meta, focado em inteligência artificial e metaverso, o CEO Mark Zuckerberg apresentou ao mundo o Orion, um protótipo inovador de óculos inteligentes que ele descreveu como a próxima grande revolução tecnológica. Um dos objetivos do bilionário é reduzir drasticamente a dependência da Apple e Google.

Comparando o dispositivo a uma “máquina do tempo“, Mark Zuckerberg expressou sua confiança de que esses óculos vão mudar profundamente a maneira como interagimos com o mundo digital e físico, permitindo que os usuários vivenciem a realidade aumentada (RA) de forma nunca antes vista.

Desde que a Meta, anteriormente conhecida como Facebook, mudou seu nome em 2021, Mark Zuckerberg tem direcionado bilhões de dólares em investimentos para o desenvolvimento do metaverso e de tecnologias de realidade virtual (RV) e aumentada (RA).

No entanto, muitos investidores continuam céticos em relação ao retorno financeiro desses gastos massivos, especialmente diante das perdas significativas registradas pela empresa nos últimos anos.

A briga de Mark Zuckerberg contra a Apple e Google

Google, Apple, Mark Zuckerberg

A principal motivação por trás dos enormes investimentos da Meta em RA e RV é o desejo de Zuckerberg de reduzir a dependência da empresa em relação às gigantes tecnológicas Apple e Google, que atualmente dominam o ecossistema de smartphones e aplicativos.

A Apple, por exemplo, com seu controle sobre o sistema iOS, implementou mudanças em 2021 que dificultaram o rastreamento de usuários por meio de aplicativos como o Facebook e o Instagram.

Essa medida afetou diretamente a capacidade da Meta de mensurar a eficácia das campanhas publicitárias, impactando severamente a receita da empresa e causando uma perda estimada de US$ 10 bilhões em 2022.

Diante desse cenário, Mark Zuckerberg decidiu buscar uma maior autonomia para a Meta, investindo no desenvolvimento de sua própria plataforma de hardware e software.

A ideia é que, ao controlar completamente os dispositivos e sistemas operacionais onde seus aplicativos operam, a Meta possa maximizar seus lucros e reduzir sua vulnerabilidade a mudanças impostas por outras empresas.

A introdução do Orion faz parte dessa estratégia. Segundo Mark Zuckerberg, esses óculos inteligentes têm o potencial de transformar a forma como interagimos com o mundo digital, projetando objetos virtuais no campo de visão do usuário e permitindo a realização de tarefas cotidianas de maneira mais intuitiva e integrada.

Além disso, ao contar com uma pulseira de “interface neural”, o usuário poderá controlar os óculos por meio de pequenos gestos, sem a necessidade de usar um smartphone.

Investimentos de Mark Zuckerberg no Metaverso

A divisão Reality Labs da Meta, responsável pelo desenvolvimento do metaverso e das tecnologias de RA/RV, tem registrado perdas bilionárias nos últimos anos.

No primeiro semestre de 2024, a divisão acumulou um prejuízo de US$ 8,3 bilhões, com vendas de apenas US$ 793 milhões. Desde 2019, os prejuízos ultrapassam a marca dos US$ 50 bilhões, levando muitos analistas a questionarem a viabilidade desse projeto a longo prazo.

Mark Zuckerberg, porém, permanece otimista. Ele acredita que os investimentos no Orion e no metaverso trarão grandes benefícios no futuro, especialmente se a Meta puder controlar as plataformas de computação que sustentam seus aplicativos.

Em uma recente entrevista, ele argumentou que, se a Meta possuísse essas plataformas, a empresa poderia dobrar seus lucros.

Ainda assim, a concretização dessa visão enfrenta inúmeros desafios. O Orion, por exemplo, é apenas um protótipo e enfrenta um problema significativo: o preço de produção.

Atualmente, cada unidade dos óculos custa cerca de US$ 10.000 para ser fabricada, um valor extremamente alto que impede a comercialização em larga escala. Além disso, questões de privacidade e segurança continuam a ser uma preocupação central.

Os óculos inteligentes levantam questões éticas sobre o uso de câmeras embutidas e transmissão de dados em tempo real. A experiência do Google com o Google Glass, lançado há mais de uma década, serve como um alerta.

O projeto foi amplamente criticado, com usuários sendo apelidados de “Glassholes” devido às preocupações com a invasão de privacidade. Estudantes de Harvard chegaram a conduzir um experimento que mostrou como os óculos Ray-Ban da Meta, lançados recentemente, poderiam ser pareados com bancos de dados de reconhecimento facial para identificar pessoas quase instantaneamente.

O sucesso dos óculos Ray-Ban da Meta

Google, Apple, Mark Zuckerberg

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo Orion, a Meta já colheu frutos com outro produto: seus óculos inteligentes Ray-Ban, que se tornaram um sucesso surpreendente.

Lançados em 2021, esses óculos venderam cerca de 700.000 unidades no primeiro ano, com um crescimento significativo nas vendas ao longo de 2024. Esse sucesso inicial demonstra que há, de fato, um mercado promissor para dispositivos de realidade aumentada.

A Meta atualizou os óculos Ray-Ban com novas funcionalidades, como tradução de idiomas em tempo real, alimentada por inteligência artificial, e lembretes personalizados.

Essas inovações tornaram os óculos mais úteis no dia a dia, permitindo que os usuários realizem tarefas simples, como tirar fotos ou traduzir um menu, sem a necessidade de pegar o telefone.

Esse tipo de funcionalidade prática tem sido um dos principais atrativos dos Ray-Ban, e especialistas acreditam que a Meta acertou ao promover o produto por meio de plataformas como o Instagram, onde criadores de conteúdo demonstram suas capacidades de forma criativa.

Ao ouvir o feedback dos usuários e melhorar continuamente o design e as funcionalidades dos óculos, a Meta tem conseguido conquistar uma base de clientes leais.

Futuro da publicidade na Meta

O grande desafio para a Meta é como transformar os investimentos no metaverso em uma fonte de receita sustentável. Atualmente, 98% da receita da empresa vem da publicidade digital, e muitos analistas acreditam que o desenvolvimento de dispositivos como o Orion e o Ray-Ban faz parte de uma estratégia para expandir esse mercado para novas plataformas.

O metaverso oferece à Meta a oportunidade de criar uma nova plataforma de computação, onde pode expandir suas capacidades publicitárias e servir anúncios em novos dispositivos“, afirmou Ralph Schackart, analista da William Blair.

Ao integrar o metaverso com seus principais aplicativos, como Facebook e Instagram, a Meta espera monetizar de forma mais eficiente as experiências dos usuários, oferecendo anúncios direcionados de maneira ainda mais personalizada e imersiva.

No entanto, o Reality Labs continua sendo um ponto de discórdia entre investidores, que estão preocupados com as perdas crescentes e a falta de um retorno imediato.

Analistas esperam que as perdas continuem aumentando pelos próximos três anos, antes que a Meta consiga mostrar um retorno real sobre os investimentos feitos até agora.

A competição no mercado de óculos Inteligentes: Meta vs Apple e Google

A Meta não está sozinha na corrida por óculos inteligentes. A Apple, uma das principais rivais da empresa, lançou seu próprio headset de realidade virtual, o Vision Pro, em 2024, com um preço inicial de US$ 3.500. Embora seja voltado para um nicho específico de consumidores, o Vision Pro sinaliza que a

Apple também está interessada em explorar o potencial da chamada “computação espacial”, termo usado pelo CEO Tim Cook para descrever o futuro da interação entre o digital e o físico.

Além da Apple, o Google também está revisitando o conceito de óculos inteligentes, após o fracasso do Google Glass. A empresa tem explorado novas versões da tecnologia, e rumores indicam que ela está desenvolvendo um novo produto de RA que poderia competir diretamente com os dispositivos da Meta.

A competição é acirrada, mas a Meta parece estar à frente no desenvolvimento de óculos inteligentes voltados para o consumidor comum.

Ao adotar uma abordagem mais acessível e funcional com os Ray-Ban, a empresa conseguiu conquistar uma base de usuários significativa, especialmente entre influenciadores digitais que promovem o produto nas redes sociais.

O futuro da Meta

Embora a Meta ainda tenha um longo caminho pela frente para transformar o Orion em um produto viável para o mercado de massa, os óculos inteligentes representam uma parte crucial da visão de Mark Zuckerberg para o futuro da empresa.

Ao controlar suas próprias plataformas de hardware e software, a Meta espera reduzir sua dependência de empresas como Apple e Google, garantindo maior autonomia e lucratividade a longo prazo.

Entretanto, a empresa enfrentará desafios significativos nos próximos anos, incluindo a redução dos custos de produção, a resolução de questões de privacidade e a criação de um ecossistema de aplicativos que aproveite ao máximo as capacidades dos dispositivos de RA e RV.

Se a Meta conseguirá realizar essa visão ambiciosa, só o tempo dirá. O que está claro é que, para Mark Zuckerberg, o controle sobre o futuro das plataformas de computação é mais do que uma simples questão tecnológica – é uma estraté

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Fabio Lucas Carvalho

Sou jornalista atuante desde 2015, especializado em uma ampla gama de temas, incluindo política, economia, empregos e tecnologia. Ao longo dos anos, publiquei mais de 10 artigos em portais de renome, trazendo análises aprofundadas e informações relevantes para os leitores. Além da minha carreira no jornalismo, sou formado em Gestão em Tecnologia da Informação pela Facape, o que me permite integrar uma visão técnica em muitas das minhas publicações. Caso tenha dúvidas, sugestões de pauta ou queira reportar algum erro, sinta-se à vontade para me contatar através do e-mail flclucas@hotmail.com. Por gentileza, note que não aceitamos currículos.

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