Iveco afirma que eletrificação no segmento rodoviário vai demorar e anuncia a produção dos seus caminhões a gás no Brasil para fevereiro 2022

Enquanto a eletrificação não chega aos mais grandes, a Iveco está apostando no mercado de caminhões a gás no Brasil e deve iniciar sua produção no primeiro semestre do próximo ano

Por conta da demora da eletrificação no setor rodoviário, Ricardo Barion, diretor comercial da Iveco no país, afirma que uma pré-série com 20 unidades do caminhão movido a gás começará a ser produzida no país em fevereiro do próximo ano. A montagem dos caminhões a gás será realizada na unidade da empresa em Sete Lagoas (MG). O executivo informa que as unidades começam a ser avaliadas em várias operações. Desta maneira, os ensaios ocorrerão com o combustível nas suas variadas formas, ou seja, Gás Natural Veicular (GNV), ou também o gás no formato líquido (GNL) e Biogás, que é produzido a partir de compostos animal ou vegetal.

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Iveco afirma que não importará veículos e os caminhões a gás serão produzidos no Brasil

Barion não citou os nomes das transportadoras que participarão dos testes com os caminhões a gás, mas adiantou que os veículos rodarão em situações reais e com os mais diversos tipos de peso e instalações, assim como em múltiplas rotas e sob as mais diversas condições.

De acordo com o diretor da Iveco, nesta fase a empresa planeja avaliar o comportamento de cada caminhão movido a gás nas condições de uso no Brasil, tendo em vista que foram produzidos em território nacional.

Não foi importado nenhuma linha da Europa, pois a empresa investe no desenvolvimento local. Segundo Barion, a marca estreia o caminhão movido a gás no Brasil com modelos pesados, até porque a tecnologia necessita de maiores investimentos frente ao caminhão a combustão, enquanto a eletrificação não chega ao setor. Sendo assim, no segmento pesado ela se paga de forma mais rápida, ainda mais quando se compara ao veículo urbano.

Iveco não descarta a ideia de produzir caminhão movido a gás semipesado

O executivo da empresa também não descarta a possibilidade de, em um outro momento, expandir a família. Como o semipesado Tector a gás, por exemplo. O modelo já é produzido e vendido na Argentina. Contudo, Barion vê uma oportunidade grande na evolução do uso do gás no país.

Primeiro porque a quantidade de empresas preocupadas com as políticas sustentáveis nas operações está crescendo e também, porque do ponto de vista do custo, se torna uma opção mais em conta. Barion destaca que a eletrificação no setor rodoviário ainda não está em um futuro tão próximo no Brasil.

Manlog produzirá biogás

A transportadora Manlog, do Grupo Movah, deve ser uma das empresas que farão o teste com caminhões movidos a gás da Iveco, enquanto a eletrificação não chega. De acordo com Thiago Suzin, CEO da empresa, a transportadora já planeja com a Iveco sobre o assunto.

Além disso, até o fim do primeiro semestre do próximo ano, o grupo deve iniciar a produção do próprio Biogás. Isso se deve porque a empresa entrará no setor agropecuário. Desta forma, deseja contemplar um sistema mais limpo nesse setor.