Choque no Itaú: parte dos demitidos confessou trabalhar para outras empresas durante o home office. Entenda o escândalo.
Itaú confirma demissões em massa e expõe escândalo de funcionários com duplo vínculo
O Itaú Unibanco confirmou que parte dos funcionários demitidos mantinha vínculo com outras empresas enquanto trabalhava em regime remoto. A declaração foi feita nesta sexta-feira (24) pelo presidente do banco, Milton Maluhy Filho, durante o GAN Summit 2025, no Teatro ESPM, em São Paulo.
Segundo o executivo, cerca de mil profissionais foram desligados após uma investigação interna revelar baixa produtividade e condutas irregulares no home office. Ele destacou que o comportamento desses colaboradores ameaçava a confiança no modelo híbrido de trabalho, amplamente adotado pela instituição.
“Tinham 1,1 mil pessoas fazendo um péssimo trabalho, entregando 20% do que era esperado e registrando hora extra”, afirmou Maluhy. “Isso é um desvio de conduta e gera sobrecarga no restante da equipe, colocando em risco um modelo em que acreditamos muito.”
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Ex-funcionários admitiram trabalhar para outras empresas
De forma surpreendente, o presidente revelou que muitos demitidos reconheceram o erro. Ele afirmou que a maioria pediu desculpas e admitiu atuar em mais de um emprego durante o expediente.
“A maior parte dos que saíram pediram desculpas, reconheceram o mau uso, admitiram que estavam fazendo jornada dupla, tripla e trabalhando virtualmente para outros lugares”, disse o executivo.
A confissão gerou forte repercussão. O caso levanta questões sobre ética, produtividade e limites do home office em grandes corporações. Além disso, reforça os riscos de funcionários que dividem o tempo entre múltiplos vínculos profissionais.
Demissões no Itaú provocam reação imediata do sindicato
As demissões em massa repercutiram em todo o país. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informou que o banco justificou os cortes com base em “registros de inatividade nas máquinas corporativas”, indicando ociosidade superior a quatro horas diárias em alguns casos.
Por outro lado, o Itaú negou que tenha realizado uma demissão em massa tradicional. Em nota, afirmou que os desligamentos foram resultado de uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e ao registro de jornada”.
O episódio, portanto, expôs o choque entre a visão das entidades trabalhistas e a estratégia de gestão do maior banco privado do país.
Itaú fecha acordo milionário com demitidos após pressão
Após semanas de pressão e negociações, o Itaú Unibanco firmou um acordo com o Sindicato dos Bancários. O trato garante até 10 salários mínimos extras, um bônus fixo de R$ 9 mil, o 13º da cesta-alimentação e benefícios imobiliários mantidos aos ex-funcionários.
O entendimento foi mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). O banco também se comprometeu a não encerrar o modelo de teletrabalho. Os ex-funcionários terão seis meses para aderir ao acordo.
Com isso, o Itaú tenta encerrar a polêmica e preservar sua reputação em meio à crescente atenção pública sobre as práticas de controle remoto.
Home office pressiona modelo de trabalho e a economia
O caso expõe uma realidade preocupante. Desde a pandemia, o trabalho remoto transformou a economia e as relações entre empresas e funcionários. No entanto, também ampliou os riscos de baixa produtividade e múltiplos vínculos profissionais.
Especialistas afirmam que o episódio do Itaú mostra a urgência de repensar políticas de transparência e monitoramento digital. Além disso, destaca o desafio das companhias em equilibrar confiança e desempenho num cenário cada vez mais descentralizado.
Por outro lado, o banco insiste que continuará acreditando no modelo híbrido — desde que haja comprometimento e ética dos colaboradores.
Nova fase para o Itaú e alerta para outras empresas
O Itaú tenta virar a página, mas o episódio serve de alerta para outras empresas que enfrentam dilemas semelhantes. As demissões e confissões de duplo vínculo escancararam os riscos de um ambiente onde a flexibilidade pode virar abuso.
Com a repercussão nacional, o caso passa a simbolizar uma nova fase das relações trabalhistas no Brasil. Assim, o maior banco privado do país envia uma mensagem clara: transparência e produtividade serão inegociáveis — mesmo em tempos de economia digital.


Uma grande mentira , se eles estavam fazendo um pessimo trabalho , por que muitos tinham méritos e reconhecimentos? Aliás , a contradição já começa no “muitos pediram desculpas” quando em outras matérias ficou claro que não houve diálogo…