Após ofensiva de Israel contra o Irã, pessoas estocam comida e água, sirenes tocam e governo decreta emergência. População vive clima de alerta total a espera de retaliação
Israelenses estão esvaziando supermercados nesta sexta-feira (13) para estocar comida e água. A corrida começou após um ataque de Israel contra o Irã, que gerou temor de uma resposta imediata. O governo israelense decretou estado de emergência em todo o território.
Segundo o repórter Tom Bennett, da BBC, as prateleiras estão se esvaziando rápido. Muitos moradores foram acordados de madrugada com sirenes e alertas por celular sobre uma “ameaça significativa”. A orientação oficial foi para que todos se mantivessem próximos a abrigos.
Hospitais liberam pacientes e campanha de sangue é iniciada
O clima de tensão tomou conta do país. Hospitais estão liberando pacientes em condições de voltar para casa. O sistema de emergência nacional iniciou campanhas para doação e transfusão de sangue em diversas cidades.
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Na Cisjordânia, todas as cidades palestinas foram colocadas em lockdown. A medida vale até novo aviso das autoridades. O bloqueio é parte da estratégia de resposta rápida, diante da expectativa de retaliação por parte do Irã.
Ataque israelense matou líderes iranianos
Israel lançou uma série de ataques de grande escala contra alvos iranianos na madrugada desta sexta-feira. O governo israelense afirma que o Irã enviou cerca de 100 drones em resposta, mas todos teriam sido interceptados.
Segundo a mídia estatal do Irã, dois nomes de destaque foram mortos: Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, e Fereydoon Abbasi, ex-chefe da agência nuclear iraniana. A Guarda Revolucionária tem ligação direta com o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país.
Resposta do Irã: “Destino amargo” para Israel
O próprio Khamenei afirmou que Israel “preparou para si mesmo um destino amargo”. Já o porta-voz das Forças Armadas do Irã, Abolfazl Shekarchi, declarou à Reuters que Estados Unidos e Israel pagarão um “preço alto”. Em resposta, o governo dos EUA afirmou que os ataques foram uma decisão “unilateral” de Israel.
Análise: ofensiva israelense foi a maior do ano
Segundo Sebastian Usher, analista da BBC, o ataque de Israel ao Irã foi mais intenso do que as duas operações militares realizadas em 2023. O objetivo teria sido destruir estruturas militares e nucleares, além de eliminar lideranças importantes.
A estratégia foi comparada com ações anteriores contra o Hezbollah no Líbano. Na ocasião, Israel mirou centros de comando e conseguiu enfraquecer a capacidade de resposta do grupo. Imagens de Teerã mostram prédios atingidos, semelhantes aos ataques a subúrbios de Beirute.
Apesar disso, até agora não há confirmação de morte de figuras com o mesmo peso político. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, não foi atingido.
Golpe à elite militar e científica iraniana
Sebastian Usher ressalta que a morte do chefe do Estado-Maior Militar, do comandante da Guarda Revolucionária e de cientistas nucleares representa um golpe inédito à elite do Irã.
Para ele, o dano causado exige uma resposta mais forte por parte do Irã, mas também pode ter dificultado a capacidade de Teerã de organizar essa retaliação.
O Irã fechou seu espaço aéreo após os ataques. Diversos voos com destino à região foram cancelados. Companhias aéreas também estão evitando sobrevoar o Iraque por medida de segurança.
Grupos armados aliados ao Irã, tanto no próprio país quanto no Iraque, alertaram que ataques contra Teerã tornariam alvos legítimos as bases e interesses dos EUA no Oriente Médio.
Iraque tenta conter aliados do Irã
A correspondente da BBC Nafiseh Kohnavard conversou com um assessor do primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani. Segundo ele, o governo do Iraque tem tentado convencer os grupos apoiados pelo Irã a não reagirem, para evitar que o país seja arrastado para o conflito.
População em alerta e futuro incerto
Enquanto Israel se mantém em alerta máximo, a população se protege como pode. Supermercados esvaziam, sirenes disparam e o país aguarda os próximos passos. O cenário é de incerteza, e qualquer novo ataque pode mudar o rumo dos acontecimentos.
Com informações de BBC.