Mesmo sem os bombardeiros B-2 americanos, Israel pode estar desenvolvendo forma inédita de lançar a mais poderosa bomba não nuclear do mundo e atingir o coração do programa nuclear iraniano
A GBU-57 Massive Ordnance Penetrator, uma bomba de 14 mil quilos capaz de penetrar até 61 metros de concreto antes de explodir, sempre foi vista como o trunfo exclusivo dos bombardeiros B-2 Spirit dos Estados Unidos. No entanto, diante da crescente tensão entre Israel e Irã e da recusa americana em intervir diretamente, surgem especulações sobre uma rota alternativa para o uso da super arma: o C-130 Hercules da Força Aérea Israelense.
Fontes como o site especializado The War Zone indicam que Israel estaria explorando métodos inovadores de ataque com seus próprios meios, especialmente após relatos de que aeronaves KC-130H sobrevoaram regiões críticas da Síria e do Iraque nos últimos dias. Com o avanço sobre posições aéreas iranianas, cresce a possibilidade de um ataque direto contra Fordo, o complexo nuclear subterrâneo mais protegido do Irã.
GBU-57: a super bomba que pode destruir Fordo, a base nuclear a 80 metros sob a montanha
A GBU-57A/B, conhecida como Massive Ordnance Penetrator, é a mais poderosa bomba convencional do arsenal americano. Com 6,2 metros de comprimento e cerca de 14.000 kg, a arma foi desenhada especificamente para destruir alvos subterrâneos altamente protegidos como o complexo de Fordo, no Irã. Esse centro de enriquecimento de urânio fica escondido sob cerca de 80 metros de rocha, tornando-se inacessível para armamentos tradicionais.
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Essa super arma carrega cerca de 2.400 kg de explosivos AFX-757 e PBXN-114, otimizados para detonações controladas em profundidade. Ao ser lançada de grandes altitudes, ela ganha energia cinética e penetra camadas de solo ou concreto antes de explodir, usando fusíveis inteligentes chamados LPSF, que determinam o momento exato da detonação.
Até o momento, o único avião com capacidade de transportar e lançar a GBU-57 é o B-2 Spirit, que pode levar duas dessas bombas por missão. Israel não possui esse bombardeiro, o que torna sua dependência dos EUA uma questão estratégica. A recusa americana em entrar diretamente em uma guerra com o Irã levanta dúvidas sobre a viabilidade israelense de utilizar essa arma sem apoio externo.
No entanto, segundo o The War Zone, Israel poderia adaptar seus C-130 Hercules para lançar bombas similares à GBU-57. Há precedentes históricos para isso: durante a Guerra do Vietnã, os EUA utilizaram o C-130 para lançar a BLU-82 Daisy Cutter, e, mais recentemente, a GBU-43 MOAB, também conhecida como “mãe de todas as bombas”, foi lançada de um C-130 com sistema de pallet e paraquedas.
Apesar de a GBU-57 pesar quase 30.000 libras, engenheiros poderiam desenvolver uma versão ajustada, que maximize o limite de carga do C-130 e mantenha sua letalidade. Esse tipo de adaptação poderia representar um avanço inédito na capacidade ofensiva de Israel, especialmente contra alvos subterrâneos como Fordo, que está enriquecendo urânio a 83,7%, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
C-130 israelense: da ajuda humanitária ao transporte de super bombas para destruir bunkers iranianos
A ideia de utilizar o C-130 Hercules como plataforma de ataque com bombas penetradoras levanta uma série de implicações técnicas e estratégicas. Apesar de ser uma aeronave de transporte lento e voar a altitudes mais baixas que o B-2, o C-130 tem sido amplamente empregado em operações de lançamento de cargas pesadas e até armamentos de grande porte.
Israel opera uma frota de cerca de 15 aeronaves KC-130H, C-130H e C-130J, que têm atuado em missões cada vez mais ousadas no espaço aéreo do Oriente Médio. Imagens recentes mostram esses aviões sobrevoando o sul da Síria e áreas próximas ao Irã, com possível objetivo de preparar pontos avançados de reabastecimento aéreo (FARP) ou até lançar drones de ataque em profundidade.
A possibilidade de adaptar um C-130 para lançar uma GBU-57 ou uma variante local dependeria de modificações no compartimento de carga e na trajetória de voo. A velocidade e altitude de lançamento mais baixas do Hercules podem reduzir o impacto da bomba, o que exigiria o uso de múltiplas unidades sucessivas para aumentar a penetração ou a adição de propulsores auxiliares, uma solução inspirada nas bombas Disney da Segunda Guerra Mundial.
Ainda assim, fontes indicam que, com o enfraquecimento da defesa aérea iraniana, graças a ataques anteriores de drones e caças stealth israelenses, a vulnerabilidade do Irã está aumentando. Isso abre espaço para incursões mais profundas com aviões como o C-130, especialmente se combinadas com operações especiais e uso intensivo de inteligência militar.
Outro fator relevante é que a base de Fordo não é o único alvo. Existem várias outras instalações críticas no Irã, muitas delas enterradas sob camadas de rocha, mas não tão fortificadas quanto Fordo. A utilização de um arsenal penetrador alternativo poderia ser eficiente para neutralizar esses locais sem necessidade do envolvimento direto dos EUA.
Em tempos de guerra assimétrica, transformar aviões de transporte em plataformas de ataque estratégico pode ser uma revolução na doutrina de guerra israelense. Embora ainda não haja provas concretas de que Israel tenha uma GBU-57 ou algo semelhante operacional em seus C-130, a janela de possibilidade técnica e tática está se abrindo com rapidez.