Novo vídeo do governo iraniano mostra um complexo subterrâneo de mísseis com plataformas móveis e armas de longo alcance. Apesar da força exibida, analistas apontam que a estrutura não possui isolamento entre os compartimentos, criando risco real de explosão em cadeia.
O Irã acaba de mostrar ao mundo o que chama de “Cidade dos Mísseis”, uma enorme base subterrânea recheada de armamentos pesados e pronta para responder a qualquer ameaça. A exibição, feita por líderes militares em março de 2025, parece uma demonstração de força. Mas especialistas perceberam algo grave no vídeo: uma falha estrutural que pode tornar todo o complexo vulnerável em caso de ataque.
As imagens exibem corredores longos, cheios de mísseis balísticos e ogivas enfileiradas, tudo em túneis conectados e sem divisões. A falta de portas de contenção entre os compartimentos levanta o alerta para um possível “efeito dominó” se uma única detonação acontecer dentro da estrutura.
O arsenal da Cidade dos Mísseis que o mundo viu pela primeira vez
O vídeo divulgado pela mídia estatal mostra altos generais iranianos caminhando lado a lado por túneis profundos. Ao redor deles, estão armamentos como os mísseis Kheibar Shekan, Sejjil, Emad, Qadr e o míssil de cruzeiro Paveh, todos com longo alcance e poder destrutivo.
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A base estaria a cerca de 500 metros abaixo do solo, segundo a CNN Brasil, o que dificultaria ataques convencionais. Mas essa profundidade, por si só, não garante invulnerabilidade. As imagens revelam que os mísseis estão lado a lado, sem barreiras físicas entre eles. Isso pode transformar qualquer impacto direto em uma sequência de explosões incontroláveis.
Exibição estratégica ou propaganda arriscada?
A revelação da base veio num momento delicado. Os Estados Unidos aumentaram sua presença no Oriente Médio, com bombardeiros B-2 posicionados na Ilha de Diego Garcia, armados com bombas de penetração como a MOP, capazes de atravessar dezenas de metros de concreto e solo antes de explodir.
Analistas militares acreditam que o vídeo divulgado pelo Irã da Cidade dos Mísseis tem como objetivo mostrar que o país está preparado para revidar qualquer ofensiva. No entanto, a mensagem pode ter saído pela culatra: ao mostrar os detalhes da base, o governo iraniano pode ter revelado, sem querer, seu ponto fraco mais perigoso.
Bases subterrâneas já foram alvos antes
Essa não é a primeira vez que bunkers subterrâneos entram em pauta. Em setembro de 2024, Israel destruiu um centro de produção de mísseis no noroeste da Síria com precisão cirúrgica. A ação combinou infiltração por helicóptero, coleta de dados e ataque com bombas especializadas.
Outro caso recente envolveu o uso de bombas bunker-buster contra um centro de comando em Beirute, eliminando um dos líderes do Hezbollah. Esses episódios mostram que, mesmo as instalações mais protegidas, estão longe de ser impenetráveis com a tecnologia militar atual.
Riscos reais dentro da “fortaleza” iraniana
O grande problema está na arquitetura interna da Cidade dos Mísseis. Túneis contínuos, sem divisões entre os setores, tornam a base uma bomba-relógio. Em caso de falha técnica ou ataque externo, uma única explosão pode iniciar uma reação em cadeia e inutilizar toda a estrutura.
Túneis desse tipo precisam de entradas para veículos, ventilação, energia e comunicação, todos pontos frágeis que podem ser mapeados por satélites, drones ou agentes infiltrados. Um ataque bem calculado pode selar entradas, cortar oxigênio e enterrar os equipamentos (e operadores) sob toneladas de concreto.