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Irã busca urânio africano para programa nuclear, aumentando preocupações em Israel, Estados Unidos e outros países

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 09/07/2024 às 08:15
Atualizado em 08/07/2024 às 18:48
Irã busca urânio africano para programa nuclear, aumentando preocupações em Israel, Estados Unidos e outros países
Foto: Dall-e

O Irã está ampliando seu programa nuclear com urânio africano, o que tem gerado grande preocupação nos Estados Unidos e em outros países. A iniciativa iraniana está provocando esforços internacionais para conter o avanço nuclear, aumentando as tensões globais e levantando questões sobre segurança e estabilidade no Oriente Médio.

O Irã intensifica a busca por urânio na África Ocidental, sinalizando uma expansão significativa do seu controverso programa nuclear, que há tempos preocupa o Ocidente. Apesar das tentativas de controle e redução, o Irã ainda mantém um dos programas nucleares mais avançados do mundo. Relatos recentes indicam que o programa de armas nucleares do país está ganhando força, levantando preocupações globais. Entende as principais preocupações a nível global sobre o programa nuclear iraniano.

Irã se alia ao Níger para conseguir urânio africano

O Dr. Olayinka Ajala, analista geopolítico da África ocidental e professor da universidade Leeds Beckett, revelou que o Irã pode estar explorando a instabilidade política no Níger para aumentar seu suprimento de urânio africano. Em uma entrevista ao National Security News, ele destacou que o Irã estaria buscando ativamente licenças de mineração no Níger para enriquecer suas instalações nucleares. 

Em Julho de 2023 a guarda presidencial do Níger deteve o presidente Mohammad Mokhber e o general Abdourahamane Tchiani se declarou líder do país, marcando o início de um novo governo militar. Após o golpe, que supostamente contou com o apoio do grupo Wagner Russo, o Níger se distanciou de sua aliança histórica com os Estados Unidos e seus aliados e passou a promover parcerias com a Rússia e o Irã.

No início de Junho o Irã despertou preocupações em Washington quando a Agência Internacional de Energia Atômica revelou que o país havia começado a enriquecer urânio africano em novas centrífugas avançadas.

Em resposta ao pedido de comentário da Newsweek, o ministério das relações exteriores do Reino Unido declarou: “deixamos claro que o Irã nunca deve desenvolver uma arma nuclear e há muito tempo pedimos que o Irã reverta suas atividades nucleares profundamente preocupantes. O Irã tem um programa nuclear muito avançado, mas não há, em fontes públicas, nenhuma informação ou avaliação que indicasse que o país tomou a decisão de armar esse programa”.

Entenda porque o Irã busca armas nucleares

O estado avançado do programa nuclear do Irã, com os níveis de enriquecimento de urânio africano e os crescentes estoques de urânio enriquecido, é preocupante e levanta questões sobre as intenções iranianas.

O desejo do Irã por armas nucleares é impulsionado por vários fatores. O país vê nas armas nucleares uma garantia de segurança contra possíveis ameaças de países adversários, incluindo Israel e os Estados Unidos. Essa percepção de ameaça é exacerbada pela presença militar dos EUA na região e pelo histórico de tensões com esses países.

Além disso, possuir armas nucleares poderia fortalecer a posição do Irã como uma potência regional no Oriente Médio. A capacidade de dissuasão proporcionada por um arsenal nuclear pode permitir ao Irã exercer maior influência sobre seus vizinhos e projetar poder de maneira mais eficaz.

Para muitos iranianos, o programa nuclear também é um símbolo de soberania e progresso tecnológico, desafiando as sanções e restrições impostas por potências estrangeiras.

Israel, em particular, vê o programa nuclear do Irã como uma ameaça existencial. O medo é que, se o Irã desenvolver uma arma nuclear, poderia usar essa capacidade para intimidar ou até mesmo atacar Israel. Essa tensão adiciona uma camada perigosa à já complexa dinâmica do Oriente Médio, potencialmente desencadeando uma corrida armamentista na região e aumentando o risco de conflitos.

As preocupações não se limitam apenas ao Oriente Médio

A comunidade internacional, especialmente as potências ocidentais, teme que um Irã nuclear possa desestabilizar ainda mais a região e encorajar outros países a buscar armas nucleares, enfraquecendo o regime de não proliferação nuclear.

As sanções econômicas e as negociações diplomáticas, como o Acordo Nuclear do Irã de 2015 (também conhecido como Plano de Ação Conjunto Global ou JCPOA), têm sido os principais meios de tentar conter o programa nuclear iraniano, mas o sucesso dessas iniciativas tem sido limitado.

O JCPOA, embora inicialmente tenha conseguido limitar o programa nuclear do Irã em troca do alívio das sanções, tem enfrentado desafios significativos. A retirada dos Estados Unidos do acordo em 2018 e a subsequente reimposição de sanções levaram o Irã a reduzir gradualmente seu cumprimento dos termos do acordo, aumentando novamente seus níveis de enriquecimento de urânio.

Para completar, o Irã argumenta que seu programa nuclear tem fins pacíficos, como a geração de energia e a pesquisa médica. No entanto, a falta de transparência e as atividades secretas relacionadas ao seu programa nuclear alimentam a suspeita de que o verdadeiro objetivo seja a capacidade de desenvolver armas nucleares.

Essa complexa situação requer uma abordagem multifacetada, combinando pressão diplomática, sanções econômicas e esforços de negociação para alcançar uma solução duradoura que possa garantir a segurança regional e internacional, enquanto respeita os direitos do Irã ao desenvolvimento pacífico da energia nuclear.

Estados Unidos se pronuncia sobre programa nuclear do Irã

Vale lembrar que, na semana passada, o secretário de estado dos Estados Unidos Antony Blinken anunciou um novo conjunto de sanções contra o Irã em resposta às tentativas do país de aumentar sua capacidade de enriquecimento de urânio africano e a contínua falha em cooperar com a International Atomic Energy Agency (AIEA).

O Irã anunciou medidas para expandir ainda mais seu programa nuclear de maneiras que não tem nenhum propósito pacífico confiável, afirmou Blinken em sua declaração.

O movimento do Irã para obter urânio da África Ocidental é um desenvolvimento preocupante, que pode ter implicações significativas para a segurança global. À medida que o programa nuclear do Irã avança, a necessidade de uma diplomacia eficaz e de esforços internacionais para controlar essa ameaça torna-se cada vez mais urgente.

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Claudio almeida
Claudio almeida
10/07/2024 19:33

Por que Israel pode ter bomba atômica e o Irã não?.
Será a política hegemônica e imperialista dos EUA ?. Sem dúvida, os patrocinadores do **** Netanyahu estão por trás disso. Más, como Deus justo, o Irã vai ter suas bombas atômicas, em breve..

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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