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IPVA dobrado? Veja como os impostos embutidos no valor do carro aumentam ainda mais o que você paga todo ano

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/06/2025 às 11:20
tributos, impostos, IPVA
Foto: Reprodução
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Impostos no Brasil aumentam o preço final de produtos e ainda geram novos tributos sobre valores já inflacionados, como no caso do IPVA.

No Brasil, o peso dos impostos sobre produtos e serviços é um tema que constantemente revolta os consumidores.

Em muitos casos, a carga tributária não está apenas embutida nos preços de forma invisível — ela distorce a percepção do que realmente está sendo pago e afeta outros tributos derivados, como o IPVA.

Um exemplo prático ajuda a entender a gravidade da situação.

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Maquiagem de R$ 200 e a conta que não fecha

Imagine comprar uma maquiagem no Brasil por R$ 200. Sendo que a nota afirma que 50% desse valor é imposto.

Ou seja, R$ 100 seriam tributos. Essa é a conta mais comum, mas ela não revela toda a verdade.

Na prática, a maquiagem poderia custar R$ 100 sem os tributos, e os outros R$ 100 representam o valor que o Estado adiciona ao produto.

Agora pense numa maquiagem similar vendida nos Estados Unidos por R$ 10. Ao chegar no caixa, o consumidor paga R$ 15.

Isso significa que os tributos ali representam R$ 5 sobre um produto que custava R$ 10. A carga é, de fato, de 50%.

No caso brasileiro, se o produto, sem tributo, custaria R$ 100 e, com tributo, vai a R$ 200, o imposto representa 100% do valor original.

Isso porque o consumidor está pagando o dobro por causa da tributação.

Ou seja, o que parece um imposto de 50% pode, na prática, ser uma carga de 100% sobre o valor de origem do produto. Thiago Nigro, o Primo Rico, fez uma explicação simples.

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O problema da comparação direta

Muitas vezes, comparações simples com outros países são feitas para tentar justificar ou criticar a carga tributária brasileira.

Mas essas comparações costumam omitir que, além do valor final ser mais alto no Brasil, os tributos se acumulam em cada etapa da cadeia de produção e comercialização.

O resultado é que o consumidor paga não só o imposto embutido no produto, mas também impostos sobre impostos.

Isso causa confusão e abre espaço para distorções no discurso. Há quem diga que a maquiagem custa R$ 200 e tem 50% de imposto.

Mas se esse valor for composto por um produto de R$ 100 e mais R$ 100 de tributos, na verdade o imposto é de 100% sobre o valor base.

Esse tipo de detalhe muitas vezes é ignorado em debates sobre política tributária.

Quando o imposto gera outro imposto

A situação piora quando se considera que esses tributos influenciam outros tributosque o consumidor também precisa pagar.

Um bom exemplo disso está na compra de automóveis. Suponha que um carro tenha valor de tabela de R$ 100 mil.

Esse valor, na verdade, já está inflado pelos impostos incidentes na fabricação e comercialização do veículo.

Agora entra o IPVA, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.

Ele é calculado com base no valor do carro, segundo a tabela Fipe. Se a alíquota é de 4%, então o IPVA de um carro de R$ 100 mil será de R$ 4 mil.

Mas, se o carro só custa R$ 100 mil por causa dos impostos embutidos, isso significa que o consumidor também está pagando IPVA sobre um valor artificialmente elevado.

Em outras palavras, ele está pagando imposto sobre imposto.

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Imposto escondido, indignação evidente

Esse raciocínio leva a uma conclusão desconfortável: muitos brasileiros nem sabem o quanto pagam de imposto em cada compra ou serviço.

Os valores vêm embutidos nos preços finais, e poucos têm acesso ou compreensão dos detalhes que compõem esses valores.

A maquiagem de R$ 200 que, na prática, tem 100% de imposto sobre o valor original, é só um símbolo. O mesmo se repete em roupas, eletrodomésticos, alimentos, carros e até na conta de energia elétrica.

A revolta cresce quando se percebe que o consumidor está pagando tributos não apenas no produto em si, mas também em etapas indiretas.

O sistema atual permite que impostos se acumulem, gerando distorções de valor.

Em casos como o IPVA, a consequência é ainda mais visível: o tributo anual do carro se baseia num valor que só existe por causa de outros triibutos anteriores.

Um sistema que cobra em dobro

A carga tributária no Brasil, por vezes, parece invisível, mas pesa em dobro.

O consumidor não apenas paga um alto valor no produto, mas arca com outros tributos calculados sobre valores já inflacionados por impostos anteriores.

O exemplo da maquiagem e do IPVA revela uma estrutura que penaliza o consumidor em todas as etapas.

Mais do que percentuais altos, o problema é a forma como os tributos são aplicados em cascata, distorcendo o valor real dos produtos e serviços.

O impacto vai além do preço na prateleira — está também nos impostos derivados, que continuam cobrando mesmo depois da compra.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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