Mais de R$ 96 bilhões em obras e concessões vão transformar a infraestrutura portuária nacional e fortalecer o comércio exterior
Em agosto de 2025, durante o congresso Portos & Costas Brasil, em Itajaí (SC), o diretor substituto da Secretaria Nacional de Portos, Julio Cesar de Sousa Dias, anunciou que o setor portuário brasileiro receberá R$ 96,7 bilhões em investimentos até 2030. Dessa forma, o plano soma aportes públicos e privados e projeta uma expansão inédita.
Esse valor, considerado histórico, inclui dragagens, concessões, novos terminais e obras emblemáticas. Além disso, segundo dados oficiais, os portos já respondem por 26% do PIB nacional, movimentando mais de 780 milhões de toneladas de cargas entre janeiro e julho de 2025. Portanto, os investimentos representam um salto logístico estratégico.
Expansão estratégica com foco em sustentabilidade
Assim, o anúncio reforça o papel dos portos como pilares do comércio exterior e como motores da economia nacional. Por isso, os investimentos, além de ampliarem a competitividade logística, também visam estimular a economia regional e garantir sustentabilidade operacional.
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Consequentemente, esse plano até 2030 é visto como um divisor de águas para o setor, já que cria condições para maior eficiência, segurança e inovação tecnológica.
Santa Catarina assume protagonismo nacional
Por outro lado, o estado de Santa Catarina concentra uma parte expressiva dos aportes, que somam R$ 5,3 bilhões até 2030.
Entre os principais projetos previstos destacam-se:
- Dragagem do canal da Babitonga, em Itapoá, com previsão de R$ 300 milhões.
- Reforço do molhe de abrigo de Imbituba, com aporte de R$ 87 milhões.
- Terminal de Granéis de Santa Catarina, orçado em R$ 884,2 milhões.
- Terminal Graneleiro da Babitonga, estimado em R$ 1,15 bilhão.
- Arrendamento para fertilizantes no Porto de Imbituba, avaliado em R$ 30,1 milhões.
- Concessão dos serviços portuários do Porto de Itajaí, estimada em R$ 2,83 bilhões.
Além disso, o estado contará com recursos de dividendos para melhorias de acesso rodoviário e infraestrutura de apoio, como:
- R$ 17 milhões para o Porto de Imbituba.
- R$ 12,6 milhões para São Francisco do Sul.
- R$ 14 milhões para acessos viários no Sul catarinense.
- R$ 2,2 milhões para um posto avançado da Marinha em Imbituba.
Assim, Santa Catarina se consolida como um dos polos logísticos mais estratégicos do Brasil.
Obras emblemáticas em nível nacional
Do mesmo modo, em escala nacional, os investimentos incluem projetos emblemáticos.
O maior deles é o Túnel Santos-Guarujá, avaliado em R$ 6,8 bilhões. A obra será o maior investimento em infraestrutura de transportes do país, com 1,5 km de extensão, seis faixas, ciclovia, passagem para pedestres e VLT. Além disso, o início das obras está previsto para 2026, com concessão de 30 anos.
Outro destaque é a primeira concessão de dragagem do Canal de Acesso do Porto de Paranaguá (PR), que prevê:
- R$ 1,23 bilhão em CAPEX.
- R$ 2,35 bilhões em operação e manutenção.
Esses recursos contemplam dragagem, derrocamento, sinalização náutica e gestão ambiental integrada. Portanto, o modelo será pioneiro no setor.
Adicionalmente, até 2030, estão programados R$ 3,7 bilhões em dragagem nos portos públicos, assegurando condições adequadas de acesso e maior segurança para a navegação.
O peso do setor portuário na economia brasileira
De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), os investimentos já representam mais de 2,2% do PIB federal. Desse modo, fica evidente a importância do modal aquaviário para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Assim, especialistas avaliam que os aportes são estratégicos para consolidar o Brasil no mercado global, pois ampliam a capacidade exportadora, fortalecem cadeias logísticas e criam novas oportunidades de crescimento regional.
O que esperar até 2030?
Portanto, com obras emblemáticas, prazos definidos e aportes bilionários, os próximos anos serão decisivos para a modernização do setor portuário brasileiro.
De um lado, a infraestrutura nacional será fortalecida com concessões e obras que trarão eficiência e inovação. De outro, o desafio será garantir sustentabilidade social e ambiental em todos os projetos.
Nesse contexto, a questão permanece: o Brasil deve acelerar os investimentos para conquistar competitividade imediata ou avançar de forma gradual, priorizando sustentabilidade e segurança?