Minas vive boom de investimentos em rodovias que lembra ciclo paulista dos anos 1990. Vice-presidente da Fiemg afirma que obras e concessões podem transformar logística e economia mineira nos próximos anos.
O boom de investimentos em rodovias que Minas Gerais vive hoje é comparável ao que São Paulo experimentou no fim dos anos 1990, segundo Emir Cadar Filho, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Apenas em obras e concessões de rodovias federais e estaduais, já estão contratados cerca de R$ 60 bilhões para os próximos anos, com impacto direto na logística, competitividade e geração de empregos.
Esses recursos se somam a outros projetos estruturantes, como a expansão do metrô na região metropolitana de Belo Horizonte e investimentos em saneamento básico. No total, a Fiemg calcula que R$ 100 bilhões serão injetados em infraestrutura no estado nos próximos sete anos, reforçando a posição de Minas como um dos polos logísticos mais estratégicos do país.
Estradas no centro da transformação logística
Entre as concessões já confirmadas, estão trechos de grande relevância econômica e social. A BR-381, conhecida como Rodovia da Morte, passou por relicitação após o governo federal assumir parte das desapropriações. A BR-040, no trecho entre Juiz de Fora (MG) e o Rio de Janeiro, e a BR-262 também integram o pacote de obras que devem mudar o padrão de tráfego e segurança nas estradas mineiras.
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Para Emir Cadar Filho, a experiência paulista serve de referência: “Não tenho dúvida de que o boom econômico de São Paulo está relacionado às concessões rodoviárias. Agora, esse momento é nosso, com melhorias que vão reduzir acidentes e ampliar a competitividade do estado”.
Impacto econômico e geração de empregos
Estudo da Fiemg em parceria com a Fundação João Pinheiro mostra que a combinação dos R$ 100 bilhões em infraestrutura com os R$ 110 bilhões do acordo de Mariana, assinado em 2024, pode gerar 729 mil empregos diretos e indiretos em Minas Gerais.
O governo estadual, comandado por Romeu Zema (Novo), também apresentou um pacote de transporte e logística com 480 empreendimentos, somando cerca de 4.582 obras e um volume estimado de R$ 513 bilhões entre investimentos públicos e privados.
A meta é transformar a malha viária e reduzir o alto índice de acidentes, um dos principais pontos de crítica à gestão.
Obras vão além das rodovias
O boom de investimentos em rodovias integra um cenário mais amplo de expansão econômica. No setor de mineração, Minas deve receber US$ 16,5 bilhões até 2029, o equivalente a 24% do total previsto para o Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Essa combinação de obras públicas e privadas cria um ambiente favorável para negócios e atrai empresas de diferentes segmentos.
Nesta semana, Belo Horizonte sedia o Infrabusiness, um dos maiores eventos de infraestrutura do país, com expectativa de 30 mil visitantes e movimentação de R$ 1 bilhão em negócios.
E você, acredita que esse boom de investimentos em rodovias vai transformar a economia mineira como aconteceu em São Paulo? Ou vê riscos nesse modelo? Deixe sua opinião nos comentários.