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Investimentos em infraestrutura das hidrelétricas nacionais poderia ampliar 4,7 GW da capacidade de produção no Brasil, aponta EPE

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 23/07/2022 às 16:40
Uma pesquisa realizada pela EPE e outros órgãos internacionais apontou que o cenário nacional de produção em hidrelétricas poderia ser ampliado fortemente, chegando a um acréscimo de 4,7 GW, caso houvessem os investimentos em infraestrutura necessários.
Fonte: PRAMAC

Uma pesquisa realizada pela EPE e outros órgãos internacionais apontou que o cenário nacional de produção em hidrelétricas poderia ser ampliado fortemente, chegando a um acréscimo de 4,7 GW, caso houvessem os investimentos em infraestrutura necessários.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) alerta para a necessidade de mais investimentos em infraestrutura nas hidrelétricas nacionais, após o lançamento do documento, chamado “Mobilizando Investimentos para Energia Limpa no Brasil”, desenvolvido pela empresa, em parceria com o Fórum Econômico Mundial (WEF) e o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID). Assim, o Brasil poderia aumentar a capacidade de produção em até 4,7 GW com as aplicações necessárias nesse segmento. 

Pesquisa da EPE com órgãos internacionais aponta necessidade de investimentos em infraestrutura nas hidrelétricas brasileiras para expandir produção de energia no país

Após meses em desenvolvimento, a EPE se uniu ao BID e ao WEF para o lançamento de um relatório sobre a produção de energia no Brasil, chamado “Mobilizando Investimentos para Energia Limpa no Brasil”. O relatório aponta o alto potencial de expansão na produção energética brasileira nos próximos anos e alerta a necessidade de mais investimentos em infraestrutura no setor, principalmente quanto às hidrelétricas nacionais. 

“Com muitas grandes usinas hidrelétricas brasileiras em operação há mais de 30 anos, a modernização da infraestrutura existente apresentaria vantagens como aumentar sua produção de energia (reduzindo assim a necessidade de novas fontes de geração), aumentar sua eficiência e disponibilidade, reduzir interrupções não planejadas, aumentar a segurança e capacidade de reserva, além de reduzir os impactos socioambientais negativos. Estima-se que a modernização da hidrelétrica resultaria em 4,7 GW de ganho de capacidade para o Brasil, bem como uma redução de 57 milhões de toneladas de CO2 por conta de projetos de modernização que desloquem usinas termelétricas a gás natural”, apontou o estudo.

No entanto, o Brasil ainda sofre com um cenário pouco propício a esse aumento considerável na capacidade de produção energética em poucos anos, devido ao baixo investimento nas hidrelétricas nacionais.

Dessa forma, há a necessidade de um novo marco regulatório que crie um cenário de fortes investimentos em infraestrutura nacional, com propostas como a inclusão de usinas hidrelétricas em leilões de reserva de capacidade. Além disso, outra sugestão da EPE para a expansão na capacidade de produção é a prorrogação do prazo de concessão em até 20 anos para amortizar o investimento em modernização.

Riscos de mudanças climáticas na produção de energia nas usinas também é apontado como motivador de investimentos em infraestrutura, segundo relatório da EPE

Além do potencial de ampliação da capacidade de produção de energia nas hidrelétricas nacionais, o documento da EPE também aponta para o impacto das mudanças climáticas nesse segmento.

Assim, fenômenos como inundações, secas e chuvas extremas em todos os ativos de geração hidrelétrica selecionados foram estudados, para fornecer os dados necessários para investimentos na infraestrutura adequada para que momentos de instabilidade climática não afetem a geração do recurso. 

O estudo ainda serve como forma de orientar as iniciativas e legislação federal de resiliência climática e melhorar os esforços de construção de resiliência no nível de ativos. Por fim, também foi abordada a questão da necessidade de investimentos em fontes alternativas de produção renovável do recurso no Brasil, como os sistemas de geração de energia solar no país, que necessitam de incentivos fiscais para serem expandidos à sua capacidade máxima. 

Dessa forma, o Brasil conseguiria expandir a sua liderança mundial no ramo das energias renováveis e aproveitar o alto potencial de produção tanto nas hidrelétricas quanto nos demais sistemas, como usinas solares e parques eólicos, ao longo dos próximos anos.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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