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Investimentos BILIONÁRIOS em biocombustíveis – Novo marco legal promete R$ 200 bilhões para revolução no setor de energia limpa brasileiro!

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 19/09/2024 às 08:53
Investimentos BILIONÁRIOS em biocombustíveis - Novo marco legal promete R$ 200 bilhões para revolução no setor de energia limpa brasileiro!
Foto: Canva

Aprovado o projeto de lei ‘Combustível do Futuro’, o Brasil se destaca no mercado global de energia limpa e impulsiona o crescimento dos biocombustíveis.

 Já ouviu falar sobre biocombustíveis? Esse é um dos setores que está em alta quando o assunto é energia limpa, e o Brasil está caminhando para se tornar um dos grandes players globais nesse mercado. A aprovação do projeto de lei “Combustível do Futuro” pelo Congresso Nacional promete revolucionar o setor energético brasileiro, criando um ambiente favorável para novos investimentos. Estima-se que essa aprovação irá destravar cerca de R$ 200 bilhões em investimentos no país, segundo o Ministério de Minas e Energia. Mas o que são biocombustíveis, como eles funcionam e por que são tão importantes para o futuro da energia limpa? Vamos dar uma olhada mais de perto nesse assunto!

O que são biocombustíveis?

Biocombustíveis são combustíveis produzidos a partir de matérias-primas renováveis, como plantas, resíduos agrícolas, óleo de cozinha usado, gordura animal e até lodo de esgoto. Ao contrário dos combustíveis fósseis, que liberam grandes quantidades de carbono na atmosfera, os biocombustíveis são considerados uma alternativa mais sustentável, pois emitem menos gases de efeito estufa e podem ser reaproveitados.

O Brasil já é um dos maiores produtores de biocombustíveis no mundo, com destaque para o etanol de cana-de-açúcar e o biodiesel. Com o novo marco legal, o país pretende expandir ainda mais esse mercado, explorando novas fontes e tecnologias para impulsionar a produção de energia limpa.

A nova fronteira do Brasil

Com o mundo cada vez mais preocupado com a mudança climática, a busca por fontes de energia limpa está em alta. Os biocombustíveis desempenham um papel crucial nessa transição para um futuro mais sustentável. E o Brasil, com sua vasta extensão de terras agricultáveis e sua expertise no agronegócio, tem tudo para liderar essa transformação.

O marco legal dos biocombustíveis, aprovado em setembro, não só oferece segurança jurídica para as empresas do setor, mas também incentiva o desenvolvimento de novas tecnologias e negócios baseados em matérias-primas renováveis. Entre os destaques estão o uso de biometano para substituir o gás natural, o aumento da mistura de biodiesel no diesel e o avanço dos combustíveis sustentáveis para a aviação, conhecidos como SAF (Sustainable Aviation Fuel).

Investimentos promissores no setor de biocombustíveis

Com a aprovação do “Combustível do Futuro”, o Brasil atraiu a atenção de investidores do mundo todo. A estimativa de R$ 200 bilhões em novos investimentos é um reflexo da confiança no potencial do país para liderar o mercado de energia limpa.

Segundo Erasmo Carlos Battistella, CEO da Be8, uma das principais empresas de biodiesel no Brasil, “com a aprovação da lei, começa uma nova jornada para a bioenergia no Brasil”. O país tem áreas agrícolas que ainda podem ser exploradas para aumentar a produção de matéria-prima, e isso será fundamental para expandir a produção de biocombustíveis.

Novos projetos em andamento

Além de expandir a produção de etanol e biodiesel, o Brasil também está desenvolvendo biocombustíveis de segunda geração, que têm uma pegada de carbono menor e são ainda mais eficientes. Um exemplo disso é o etanol de milho, que está se tornando uma alternativa viável ao etanol de cana-de-açúcar, especialmente em regiões onde a cana não é competitiva, como o Norte e o Nordeste.

Outro destaque é o investimento de R$ 500 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na ampliação da capacidade produtiva de etanol de milho no Mato Grosso. Esse financiamento faz parte de uma estratégia maior de incentivo ao uso de matérias-primas renováveis para a produção de energia limpa no Brasil.

O papel do etanol na descarbonização

O etanol, que foi pioneiro na introdução de biocombustíveis no Brasil com os carros flex, continua sendo um dos grandes protagonistas da energia limpa no país. Nos últimos anos, o etanol tem desempenhado um papel crucial na descarbonização de diversos setores industriais.

Ricardo Mussa, CEO da Raízen, uma das maiores produtoras de bioenergia do mundo, destaca que o etanol de cana está cada vez mais sendo utilizado para fins industriais, como na indústria química e de polímeros. Atualmente, 70% do etanol produzido pela Raízen é destinado à exportação para o mercado externo, onde tem um prêmio elevado devido à sua capacidade de “quebrar a cadeia carbônica” dos produtos químicos.

Biocombustíveis na aviação, o que esperar?

Outro campo promissor no setor de biocombustíveis é o combustível sustentável de aviação (SAF). O SAF é uma alternativa ao querosene de aviação tradicional e pode ser produzido a partir de matérias-primas renováveis, como óleo de cozinha usado, bagaço de cana e gordura animal.

O Brasil está bem posicionado para se tornar um líder global na produção de SAF, especialmente porque o país possui cerca de 40 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser usadas para a produção de biomassa, sem a necessidade de desmatamento. O Brasil já é o segundo maior produtor de SAF, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Empresas como a Acelen Renováveis, que pertence ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, já anunciaram investimentos massivos no setor. A empresa planeja investir R$ 12 bilhões até 2033 na refinaria de Mataripe, na Bahia, para produzir 1 bilhão de litros de SAF para aviação.

A necessidade de políticas públicas que incentivem a produção de biocombustíveis

Embora o Brasil tenha um enorme potencial no setor de biocombustíveis, ainda há desafios a serem enfrentados. Um dos principais obstáculos é a falta de políticas públicas que incentivem ainda mais a produção de biocombustíveis, como o SAF, no país. Atualmente, os Estados Unidos e a União Europeia oferecem incentivos consideráveis para a produção de biocombustíveis, o que tem levado o Brasil a exportar etanol para os EUA, que por sua vez produzem SAF e exportam para a Europa.

Para que o Brasil possa competir de igual para igual no mercado global, será necessário criar políticas públicas que incentivem a produção local de SAF e outros biocombustíveis.

O Brasil tem tudo para se tornar uma potência global na produção de biocombustíveis e liderar o movimento de transição para uma energia mais limpa. Com grandes investimentos no horizonte e o apoio de um marco regulatório sólido, o país está pronto para aproveitar todo o potencial que a bioenergia pode oferecer.

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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