Leilões bilionários prometem destravar oito projetos ferroviários até 2026, com novo modelo de funding e foco em reduzir custos logísticos.
O governo federal conduz um plano ferroviário com R$ 530 bilhões previstos até 2026. Assim, a Secretaria Nacional de Ferrovias projeta oito concessões com apoio a fundo perdido e debêntures de infraestrutura. Segundo Leonardo Ribeiro, do Ministério dos Transportes, a combinação repactua contratos, financia obras e atrai capital privado.
Além disso, após mais de 15 anos sem expansão robusta, a estratégia busca retomar eficiência e reduzir custos. Portanto, a estrutura privilegia voz ativa do investidor e previsibilidade regulatória. Conforme dados oficiais, MRS e Rumo já repactuaram valores somando R$ 30 bilhões.
Modelo financeiro e governança
De acordo com Ribeiro, o funding não exige contrapartida operacional. Desse modo, o setor privado assume construção e operação, enquanto o aporte público permanece não reembolsável. Assim, o formato difere das PPPs tradicionais e amplia previsibilidade. Além disso, o desenho inspira-se em Índia, Indonésia e China.
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Ao mesmo tempo, debêntures de infraestrutura mitigam juros e diversificam investidores. Por conseguinte, o planejamento plurianual ancora cronogramas e reduz riscos. Conforme o TCU, governança e controle serão determinantes para execução eficiente.
Obras, leilões e cronologia recente
Em 31 de outubro de 2025, Renan Filho anunciou R$ 200 milhões para 73 km da Transnordestina, entre Custódia e Arcoverde (PE). Segundo a TLSA, 180 km já foram concluídos no estado. Do mesmo modo, a Fiol 2, gerida pela Infra S/A, avança para concessão.
Além disso, o pipeline inclui o corredor Fico–Fiol com conexão à Rota Bioceânica rumo a Chancay. Também estão previstos EF-188 (Nova Iguaçu–Santa Leopoldina), Açailândia–Barcarena e a relicitação da Malha Oeste. Ademais, o desmembramento da Malha Sul ocorre antes de 2027, quando expira o contrato da Rumo.
Porém, a Ferrogrão segue em análise no STF e no TCU. Conforme estudos, o custo varia entre R$ 25 bilhões e R$ 28 bilhões; licenciamento e jurisprudência orientam a sequência do projeto.
Gargalos históricos e custos por quilômetro
Ainda assim, o setor enfrenta custos elevados. Conforme referência técnica, cada quilômetro novo pode custar R$ 25 milhões. Além do mais, a malha nacional soma 30.653 km, com 26% de uso. Segundo o TCU, ociosidade e gargalos exigem reativação planejada.
Nesse sentido, Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, vê demanda reprimida até 2040. Contudo, ele pede garantias e cronogramas realistas. Igualmente, Luiz Baldez, da ANUT, alerta para entraves ambientais e burocráticos.
Impacto esperado na matriz e no clima
Conforme o Ministério dos Transportes, a meta é dobrar a participação ferroviária. Hoje, os trilhos respondem por cerca de 20%, enquanto rodovias somam 62%. Assim, a migração modal reduz custos, emissões e congestionamentos.
Além disso, os ativos permanecem reversíveis ao poder concedente. Dessa forma, bens ferroviários retornam à União ao final dos contratos. Segundo Ribeiro, isso preserva valor público e estimula investimento produtivo.
Em síntese, 2026 pode marcar a virada ferroviária. Ainda assim, execução e segurança jurídica definirão resultados.
Diante disso, o Brasil conseguirá tirar do papel o maior pacote ferroviário e transformar seus trilhos em vantagem competitiva?



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