Investimento da Autoridade Portuária de Santos, com apoio da FIPS, viabiliza complexo da Polícia Federal em área estratégica na entrada do canal; obra tem licenciamento do Ibama e cronograma até abril de 2027.
O Porto de Santos, o maior da América Latina, terá uma nova sede da Polícia Federal (PF). O Ministério de Portos e Aeroportos e a PF firmaram em 16 de setembro de 2025 um memorando de entendimento que autoriza o projeto do complexo, orçado em R$ 58 milhões, custeados pela Autoridade Portuária de Santos (APS), empresa pública brasileira, com apoio financeiro da Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS). A assinatura reuniu o ministro Silvio Costa Filho, o diretor-geral Andrei Rodrigues e o presidente da APS Anderson Pomini.
A área de 5,8 mil m² fica na entrada do canal, às margens do Estuário. O edifício foi concebido para ser avistado por embarcações antes da atracação, reforçando o caráter preventivo e dissuasório da presença policial. A localização tende a encurtar o tempo de resposta a incidentes em alto-mar e operações contra contrabando e narcotráfico internacional.
Segundo a APS, o prédio terá 10 andares e integrará unidades de polícia judiciária e administrativa, além do Núcleo Especial de Polícia Marítima (NEPOM), centralizando inteligência e operações. O objetivo é ganhar agilidade e reduzir custos operacionais para o ecossistema logístico.
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O cronograma prevê seis meses para contratação do projeto executivo e licenciamento ambiental junto ao Ibama, seguidos de 12 meses de obras. A entrega está prevista para abril de 2027, caso as etapas avancem sem atrasos.
Quem vai custear a construção da seda da PF no Porto de Santos
O memorando formaliza a cooperação institucional entre MPor, PF e APS para erguer a nova sede dentro da poligonal do Porto. O financiamento é público via APS, com apoio da iniciativa privada por meio da FIPS, o que reduz a necessidade de recursos orçamentários federais diretos. A PF seguirá responsável pelo emprego operacional da estrutura.
A cerimônia em 16/09 contou também com o superintendente regional da PF em São Paulo, Rodrigo Luís Sanfurgo de Carvalho. O ministro Silvio Costa Filho destacou que Santos concentra mais de 30% da corrente de comércio exterior do país e vive um ciclo de investimentos de longo prazo, argumento usado para priorizar a segurança portuária.
Para a PF, a presença em um ponto de alto fluxo e visibilidade melhora a percepção de segurança de operadores e usuários do serviço, além de reforçar a governança do complexo. A direção da APS sustenta que a medida acompanha a expansão estrutural do porto e exigências internacionais de segurança.
Localização estratégica e desenho do complexo
A sede ocupará terreno de 5,8 mil m² na entrada do canal, com visada direta ao estuário para monitoramento e pronta resposta. O projeto foi concebido para tornar-se marco visual do complexo, o que facilita comando e controle no tráfego de embarcações.
O edifício de 10 pavimentos deve concentrar áreas de investigação, operações marítimas e administrativas em uma mesma estrutura, reduzindo deslocamentos internos e otimizando recursos como salas de situação e comunicações. A integração do NEPOM reforça o combate a crimes transnacionais no litoral paulista.
A posição estratégica também facilita ações conjuntas com Marinha, Receita Federal, Vigiagro e demais autoridades que atuam no cais, aumentando a interoperabilidade e a eficácia de fiscalizações.
Cronograma, licenciamento ambiental e entrega
De acordo com o MPor e a APS, o plano prevê 6 meses para contratar e elaborar o projeto executivo e protocolar o licenciamento ambiental no Ibama. Superada essa fase, a obra tem janela de 12 meses, com conclusão estimada em abril de 2027. Marcos intermediários podem ser ajustados conforme condicionantes ambientais e trâmites de obra pública.
O licenciamento é etapa central, pois a sede ficará às margens do Estuário, zona sensível. O Ibama tem histórico de fiscalizações ambientais no porto e pode impor medidas mitigadoras para prevenir impactos, o que reforça a necessidade de projeto executivo robusto.
Segurança portuária
Segurança portuária, combate ao narcotráfico e redução de custos logísticos são os três eixos do projeto. O Porto de Santos assumiu a liderança latino-americana em contêineres em 2025 e bateu recordes de movimento, o que eleva a exposição a ilícitos e exige capacidade estatal compatível.
Dados oficiais corroboram a relevância econômica do terminal, com participação próxima a 30% do comércio exterior brasileiro.
Especialistas e autoridades apontam que policiamento visível e resposta rápida desestimulam organizações criminosas e reduzem perdas na cadeia logística. A centralização de operações marítimas e de investigação tende a encurtar tempos de ciclo em vistorias, apreensões e processos, elevando a confiabilidade para operadores.
Você acha que esse investimento melhora a segurança ou faltam soluções como scanners e fiscalização aduaneira 24/7 para fechar o cerco ao narcotráfico? Comente abaixo.