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Investimento de R$ 20 milhões da Copel leva energia solar ao litoral do Paraná

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 15/09/2025 às 16:04
Vista aérea da costa com mar azul e ondas suaves sob céu ensolarado.
A imagem mostra a beleza natural da costa, com mar azul cristalino e céu ensolarado.
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Copel investe em energia solar ao litoral do Paraná, levando eletricidade limpa, segura e renovável a comunidades isoladas e tradicionais.

O litoral do Paraná vive um momento de transformação importante no setor energético. A Copel anunciou um investimento de R$ 20 milhões em energia solar para atender comunidades da Ilha do Mel, da Ilha da Cotinga e do Parque Nacional do Superagui, em Guaraqueçaba.

Esse projeto não apenas leva eletricidade limpa e renovável a populações que por muito tempo ficaram à margem do desenvolvimento, como também fortalece o esforço nacional de democratizar o acesso à energia sustentável.

Além disso, a iniciativa beneficia 215 moradias distribuídas em diferentes pontos do litoral. São 21 unidades na Ponta Oeste da Ilha do Mel, 17 na aldeia indígena Pindoty, localizada na Ilha da Cotinga, e outras 177 casas em nove comunidades tradicionais do Parque Nacional do Superagui.

Como resultado, essas áreas, conhecidas pela riqueza ambiental e cultural, finalmente contam com sistemas fotovoltaicos modernos, instalados sem custo para os moradores, que garantem segurança, autonomia e qualidade de vida.

Estrutura dos sistemas de energia solar

Para alcançar esse objetivo, o projeto foi cuidadosamente estruturado. Cada residência recebe um sistema solar individual, montado em estruturas de fibra de vidro ou alumínio, materiais que resistem ao processo de corrosão natural característico de regiões litorâneas.

Assim, o sistema assegura um mínimo de 80 quilowatts-hora por mês, podendo chegar a 128 kWh durante o verão, quando há maior incidência de sol.

Além disso, cada kit possui potência de 1.250 watts, tensão de 127 volts e baterias com autonomia de até 48 horas, garantindo abastecimento mesmo em dias nublados.

Esse ponto se mostra fundamental, já que o litoral paranaense, especialmente o norte, registra longos períodos de nebulosidade.

Por essa razão, a Copel levou esse dado em consideração no planejamento e dimensionou o sistema para assegurar energia contínua, mesmo em períodos de baixa insolação.

A própria Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estabelece um padrão de 36 horas de autonomia para projetos desse tipo.

Contudo, a Copel optou por oferecer 48 horas, o que reforça a confiabilidade da iniciativa.

Contexto histórico da energia no Paraná

Historicamente, o Brasil sempre se apoiou fortemente em sua matriz hídrica para gerar energia.

Entretanto, o litoral paranaense mostra como o país começa a diversificar sua matriz com fontes renováveis, como a energia solar.

O Paraná, inclusive, tem tradição em grandes empreendimentos hidrelétricos, com destaque para a usina de Itaipu, referência mundial em geração limpa.

Agora, o estado amplia sua trajetória ao integrar novas tecnologias que chegam até mesmo a comunidades isoladas, onde antes a eletricidade permanecia limitada ou inexistente.

Da mesma forma, essa evolução acompanha uma tendência mundial. Países como Alemanha e Espanha investiram massivamente em energia solar a partir dos anos 2000, tornando-se referências em geração distribuída.

Nesse contexto, o Brasil, que possui potencial solar muito superior ao europeu, demorou a adotar medidas de incentivo.

Contudo, vem acelerando nos últimos anos.

Projetos descentralizados, como o da Copel no litoral paranaense, mostram como o país pode unir experiência internacional e abundância natural para criar soluções próprias, adaptadas às suas realidades sociais e ambientais.

Além do aspecto técnico, as reuniões que antecederam a implantação demonstram a importância do diálogo social e da preservação ambiental.

Desde outubro de 2024, representantes da Copel se reuniram com moradores, lideranças locais e órgãos públicos para explicar o funcionamento do projeto e ouvir preocupações.

Participaram desses encontros o Ministério Público do Estado do Paraná, o Instituto Água e Terra, a Secretaria de Estado da Cultura, além de representantes do governo estadual e da prefeitura de Paranaguá.

Como resultado, a iniciativa ganhou respaldo institucional e comunitário, reforçando sua legitimidade.

Segurança e responsabilidades dos moradores

Outro aspecto merece destaque: a segurança.

Nesse sentido, os técnicos instalam os sistemas solares próximos às casas, mas mantêm uma faixa de proteção de três metros ao redor.

Essa área precisa permanecer livre de construções e vegetação alta, permitindo a circulação de técnicos durante vistorias e manutenções.

Além disso, os moradores receberam orientações claras: não devem compartilhar a ligação elétrica com outras moradias, não podem alterar a estrutura e devem comunicar imediatamente qualquer emergência à Copel.

Em contrapartida, a companhia se comprometeu a realizar manutenções preventivas, atender emergências e garantir o fornecimento de energia no patamar contratado.

Ao mesmo tempo, o aprendizado sobre o uso correto da energia também faz parte do projeto.

Muitas dessas comunidades viveram por décadas com o uso restrito de lampiões, geradores a diesel ou pequenas baterias improvisadas.

Agora, com a chegada de um sistema estável e confiável, os moradores precisam adaptar hábitos de consumo e aprender a lidar com novos equipamentos.

Essa mudança cultural se mostra tão importante quanto a técnica, já que assegura que o benefício da energia solar se mantenha por muitos anos.

Consequentemente, para os habitantes da Ilha do Mel, da Ilha da Cotinga e das comunidades de Superagui, o impacto será profundo.

A eletricidade garante iluminação estável, conservação de alimentos em geladeiras, carregamento de celulares e computadores, além de abrir caminho para novas atividades econômicas e sociais.

Do mesmo modo, para escolas, postos de saúde e centros comunitários, o acesso à energia solar representa condições melhores de funcionamento e maior qualidade de vida.

Energia solar e a transição energética

A chegada da energia solar ao litoral do Paraná também integra o movimento global de transição energética.

Em todo o mundo, governos e empresas buscam reduzir a dependência de combustíveis fósseis, priorizando fontes renováveis como solar, eólica e biomassa.

O Brasil, com sua abundância de recursos naturais, possui grande potencial para liderar essa transformação.

Nesse cenário, projetos como o da Copel mostram como é possível alinhar desenvolvimento econômico, justiça social e preservação ambiental.

Além disso, vale lembrar que a Ilha do Mel e o Parque Nacional do Superagui se destacam como destinos de relevância turística e ambiental.

A presença da energia solar fortalece ainda mais a imagem do litoral paranaense como uma região comprometida com a sustentabilidade.

Comunidades tradicionais e povos indígenas também recebem benefícios diretos, reforçando a dimensão social dessa iniciativa, que ultrapassa a questão técnica da instalação e se conecta com a valorização cultural e a inclusão.

Outro efeito positivo surge na preservação ambiental.

Antes, muitas dessas comunidades recorriam a geradores movidos a combustível fóssil, que emitem poluentes e produzem ruídos constantes.

Agora, com a substituição por painéis solares, a região elimina esse impacto negativo, contribui para a conservação da biodiversidade local e devolve tranquilidade às populações.

Além disso, a redução do uso de combustíveis transportados por barco até as ilhas diminui o risco de acidentes e vazamentos que poderiam comprometer ecossistemas frágeis.

Perspectivas futuras para o litoral do Paraná

A longo prazo, a adoção de sistemas fotovoltaicos individuais garante autonomia energética para cada família.

Essa solução reduz a necessidade de extensas redes de transmissão em áreas ambientalmente sensíveis, evitando impactos maiores na paisagem natural.

Ao mesmo tempo, a energia solar não emite gases de efeito estufa durante sua operação, colaborando para a meta nacional e global de redução das emissões de carbono.

Nesse sentido, esse modelo pode inspirar outras localidades brasileiras que enfrentam condições semelhantes.

Regiões ribeirinhas da Amazônia, comunidades quilombolas e povoados rurais em áreas remotas ainda sofrem com acesso precário à eletricidade.

Portanto, projetos descentralizados e sustentáveis, como o do litoral paranaense, podem se replicar em diferentes escalas, sempre respeitando as características locais.

O investimento da Copel faz parte de um processo mais amplo de transformação da matriz elétrica brasileira.

Embora o país ainda dependa em grande medida da energia hidrelétrica, a participação da energia solar cresce rapidamente nos últimos anos.

No caso do Paraná, que já abriga um dos maiores símbolos de geração renovável do planeta, a aposta em painéis solares reforça o compromisso de continuar liderando esse movimento no Brasil.

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Por que usar ENERGIA SOLAR? Porque ENERGIA SOLAR é importante? ENERGIA SOLAR vale a pena? | Engenharia Detalhada

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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