Amazon apresenta avanço inédito em testes do Project Kuiper, alcançando mais de 1 Gbps de velocidade em conexão via satélite e abrindo nova frente na disputa com a Starlink pela liderança da internet de alta performance.
A Amazon divulgou um teste interno do Project Kuiper que registrou 1.289 Mbps de download usando um terminal empresarial, resultado que coloca a companhia no centro da disputa pela banda larga via satélite e pressiona a líder do setor, a Starlink.
A medição foi compartilhada por executivos da empresa e foi realizada com satélites a 630 quilômetros de altitude, em órbita baixa da Terra.
Embora não represente desempenho em condições comerciais, o número sinaliza capacidade técnica para conexões gigabit a partir do espaço.
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Como foi o teste e o que ele indica sobre a rede
Segundo a própria Amazon, o experimento utilizou um terminal empresarial de alto desempenho para se conectar aos satélites do Kuiper em LEO.
O vice-presidente de tecnologia do projeto, Rajeev Badyal, afirmou em publicação que, “as far as we know, this is the first commercially phased array antenna to deliver 1+ Gbps from low Earth orbit”, reforçando o caráter inédito do marco do lado do equipamento de usuário.
A comunicação ocorreu com os satélites já estabilizados na faixa de 630 km, a mesma indicada para a primeira geração da constelação.
Ainda que os dados chamem atenção, convém contextualizar: por se tratar de um teste em ambiente controlado, com um terminal mais robusto que o doméstico, a taxa não deve ser tomada como referência direta para o cotidiano do assinante.
Congestionamento, gestão de capacidade por feixe e condições de visada podem reduzir a velocidade percebida em uso massivo.
A própria Amazon reconhece que os resultados são um indicativo do potencial da tecnologia, não uma garantia de desempenho final.
Constelação do Kuiper e próximos passos
O Kuiper soma 102 satélites em órbita e tem mais 27 prontos para lançamento, o que ampliará a malha de cobertura e a resiliência da rede.
O plano segue mirando metade da constelação de 3.232 satélites implantada dentro de 12 meses, em cumprimento a marcos regulatórios assumidos com a FCC para a primeira geração do sistema.
A Amazon projeta iniciar o serviço a clientes até o fim de 2025, inicialmente com disponibilidade limitada e expansão gradual conforme os lançamentos avançarem.
A licença outorgada nos Estados Unidos autoriza a operação da constelação em bandas Ka e impõe prazos: metade dos satélites até meados de 2026 e a totalidade até 2029, metas que orientam o ritmo de lançamentos planejado com múltiplos provedores.
Esse cronograma explica a cadência de missões prevista para os próximos meses.
Onde a Starlink está hoje
Enquanto a Amazon acelera, a Starlink mantém a maior rede de satélites em operação.
Estimativas independentes e registros de lançamentos indicam que há mais de 8 mil satélites Starlink em órbita neste momento, após uma sequência recorde de missões em 2025.
No varejo, a base também cresceu: a própria empresa informou que superou 7 milhões de clientes globais no fim de agosto, acima do patamar de 6 milhões anunciado em junho.
No quesito velocidade, a Starlink entrega hoje taxas que variam de dezenas a centenas de megabits por segundo em grande parte das regiões atendidas, dependendo de congestionamento e categoria do plano.
Para os perfis empresariais, a companhia promete “gigabit” em áreas selecionadas a partir de 2026, via upgrade de plano em equipamentos de maior capacidade.
Isso sugere que a corrida por conexões acima de 1 Gbps também está no radar da concorrente.
O impacto do pico acima de 1 Gbps
Na prática, a marca de 1+ Gbps do Kuiper demonstra que o enlace satélite–usuário já alcança patamares antes restritos a redes fixas de fibra ou cabo.
Isso abre caminho para aplicações de alta demanda — telemedicina com vídeo 4K, backup em nuvem volumoso, conectividade empresarial e Wi-Fi embarcado — em áreas sem infraestrutura terrestre.
Por outro lado, o desempenho sustentado dependerá de fatores como densidade de satélites, gerenciamento de feixes, alocação de espectro e, sobretudo, do terminal residencial que a Amazon levará ao mercado.
A companhia ainda não divulgou preços nem a lista de países de estreia.
Em comunicações oficiais, a projeção permanece a mesma: início do serviço no fim de 2025, com expansão progressiva.
Até lá, a empresa precisa comprovar escala industrial de satélites e terminais, fechar acordos de aterrissagem e autorizações locais, além de detalhar ofertas comerciais para residências, empresas e governo.
Diferença entre terminal empresarial e residencial
Há um ponto central para o consumidor: o teste apresentado usa terminal empresarial, mais capaz que o equipamento doméstico.
Isso tende a elevar o teto de velocidade no laboratório, mas não assegura números equivalentes em um cenário com milhares de usuários concorrendo por capacidade.
A própria Amazon sugere cautela ao posicionar o resultado como uma amostra do potencial tecnológico, não como promessa de performance em todas as situações.
Em mercados maduros, experiências recentes com redes de satélite mostram que congestionamento e gestão de tráfego podem reduzir velocidades e elevar latências em horários de pico, especialmente quando o número de assinantes cresce mais rápido que a densidade de satélites por célula.
Esse será um desafio para qualquer constelação que ambiciona operar em larga escala.
Disputa entre Amazon e SpaceX até 2025
Se o cronograma for mantido, o Kuiper deve estrear comercialmente no quarto trimestre de 2025, ainda com cobertura parcial e foco em clientes-piloto, enquanto segue ampliando a constelação em 2026.
A Starlink, por sua vez, chega a este período com capilaridade global, base de milhões de usuários e uma malha orbital muito mais densa.
A disputa, portanto, tende a se dar menos em picos de velocidade isolados e mais em cobertura efetiva, preço final, estabilidade e qualidade de atendimento nos diferentes perfis de plano.
Além disso, a definição de planos e valores do Kuiper será determinante para mercados sensíveis a custo.
Até agora, a Amazon não detalhou pacotes ou mensalidades, e análises de mercado apenas projetam cenários possíveis.
Sem essa informação, comparações de custo-benefício com a Starlink permanecem necessariamente preliminares.
Por fim, a materialização de parcerias setoriais — por exemplo, aviação, agronegócio ou provedores locais — deve influenciar a velocidade de adoção.
A performance demonstrada acima de 1 Gbps sugere competitividade técnica para usos corporativos críticos, mas a prova decisiva virá da operação diária com terminais residenciais e redes congestionadas.
Até lá, a pergunta que fica é simples: quando preço, disponibilidade e estabilidade forem conhecidos, o que vai pesar mais na sua escolha — pico de velocidade, cobertura real ou custo total?
Duvido…kkkk