O Inter & Co fechou o 2º tri de 2025 com ROE de 13,9%, lucro de US$ 57,8 milhões e 39,3 milhões de clientes no trimestre, ultrapassando 40 milhões em agosto.
A virada do Inter & Co para um perfil de “bancão” ficou explícita no 2T25. Além de elevar o lucro em 53% na comparação anual, a instituição entregou ROE de 13,9% e eficiência melhor, indicando que crescimento e monetização estão caminhando juntos. O trimestre marca mais um passo no amadurecimento das digitais brasileiras, agora cobradas por retorno sobre capital e disciplina de risco.
O banco encerrou junho com 39,3 milhões de clientes e, em agosto, cruzou a marca de 40 milhões, resultado de expansão consistente do super app e de um mix de produtos mais amplo. A fotografia do trimestre também mostra avanço na carteira, sem perder de vista a qualidade.
Para o investidor e para o cliente, o recado é claro, a fase de “crescer a qualquer custo” ficou no passado. O Inter busca capturar valor com eficiência, controle de inadimplência e oferta mais densa dentro do aplicativo, de cartões a crédito imobiliário, passando por serviços de marketplace.
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ROE do Inter no 2T25, o que 13,9% diz sobre eficiência e retorno
ROE em dois dígitos é um divisor de águas para qualquer banco digital. No 2T25, o Inter reportou 13,9%, sustentado por avanço de 1,1 p.p. na eficiência, que atingiu 47,1%. Em termos práticos, isso significa mais receita convertida em resultado e menos “vazamento” em despesas operacionais por unidade de receita.
O ganho de eficiência veio acompanhado de maior disciplina de funding e de diversificação de receitas, com o super app atraindo e engajando usuários em múltiplas frentes. A combinação de escala com processos enxutos tende a manter o ROE em patamar saudável mesmo em ciclos menos favoráveis.
Outro ponto relevante é que o retorno cresceu junto com o lucro, e não apenas por redução de base de capital. O lucro de US$ 57,8 milhões (R$ 315 milhões) reforça a trajetória de rentabilidade recorrente desejada pelo mercado.
40 milhões de clientes: crescimento com monetização no super app
A base chegou a 39,3 milhões no fim de junho e superou 40 milhões já em agosto, validando a capacidade do Inter de converter audiência em relacionamento. O banco destaca engajamento no app e cross-sell em produtos de conta, cartões e crédito, pilares da elevação do ARPAC ao longo dos trimestres.
Crescer mantendo monetização é o desafio do momento. O Inter aponta alavancas como marketplace integrado, cashback mais racional e serviços financeiros de maior valor agregado. Essa arquitetura amplia a receita por cliente sem inflar custos de aquisição.
Para o usuário final, a mensagem é pragmática: ofertas mais assertivas e alinhadas ao perfil, com menos “brindes” e mais produtos úteis, algo típico da fase de escala com lucro em bancos digitais.
Crédito e qualidade da carteira: expansão com NPL sob controle
A carteira de crédito bruta cresceu 8% no trimestre e 22% em 12 meses, para US$ 7,3 bilhões (R$ 40,2 bilhões), ritmo duas vezes maior que o mercado brasileiro, segundo o banco. O destaque veio de linhas como consignado privado, hipoteca e crédito atrelado ao FGTS.
No risco, o NPL 90+ permaneceu estável em 4,6% no trimestre, excluindo antecipação de recebíveis de cartão, com melhora de 0,5 p.p. na comparação anual. Em um ciclo ainda sensível para o varejo financeiro, segurar a inadimplência acima de tudo preserva margem e capital.
A leitura de qualidade importa porque dá sustentação à tese de crescimento com retorno. Com precificação de risco mais fina e score proprietário, o banco busca expandir sem “esticar a corda” nas linhas mais sensíveis do crédito não garantido.
Inter x Nubank x XP: quem lidera em lucro, ROE e escala
No mesmo 2T25, o Nubank reportou lucro de US$ 637 milhões, receita de US$ 3,7 bilhões e ROE anualizado de 28%, com ~123 milhões de clientes. O banco roxo segue referência em escala e rentabilidade no ecossistema de digitais latino-americanas.
Do lado de investimentos, a XP Inc. entregou ROAE de 24,4% e R$ 1,372 trilhão em ativos de clientes no 2T25. Considerando também a métrica combinada de ativos de clientes + AuM + AuA, o total chegou a R$ 1,9 trilhão, o que ajuda a entender o poder do modelo baseado em assessoria e prateleira ampla.
A comparação revela modelos distintos: o Inter acopla banco completo e super app; o Nubank monetiza escala com crédito e serviços; a XP foca investimentos e serviços financeiros ancorados em plataforma. Em comum, o foco do ciclo atual está em ROE, eficiência e qualidade de carteira.
E você, acha que o Inter já entrega performance de bancão ou ainda falta avançar em rentabilidade e serviços? Deixe sua opinião nos comentários.