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Inteligência artificial latino-americana ganha força: Brasil promete 100 projetos até 2028 e R$ 150 milhões em investimentos para reduzir dependência de potências estrangeiras

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/08/2025 às 21:24
nteligência artificial latino-americana é desafio geopolítico: acordo Brasil–Equador tenta garantir soberania digital, mas mostra como região ainda corre atrás de líderes globais
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Brasil e Equador firmam parceria para criar inteligência artificial latino-americana. Acordo prevê investimentos em pesquisa, capacitação e uso de supercomputadores para fortalecer a soberania tecnológica da região

O Brasil e o Equador deram um passo estratégico ao assinar um memorando de cooperação para o desenvolvimento de inteligência artificial latino-americana. O acordo, firmado em Brasília pelas ministras Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil) e Gabriela Sommerfeld (Relações Exteriores do Equador), busca integrar esforços regionais em pesquisa, formação de profissionais e uso de infraestrutura de computação de alto desempenho.

A parceria foi celebrada durante a visita oficial do presidente equatoriano Daniel Noboa ao Brasil, recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o governo brasileiro, a cooperação permitirá que os países da região avancem na criação de soluções próprias em IA, reduzindo dependência de tecnologias controladas por nações industrializadas.

Por que a inteligência artificial latino-americana é estratégica?

Para a ministra Luciana Santos, o domínio tecnológico é um elemento crucial para a soberania das nações. Sem investimento em inovação local, países da América Latina correm o risco de se tornarem apenas consumidores de soluções externas, sem autonomia sobre dados e processos decisivos para suas economias.

Nesse contexto, a inteligência artificial latino-americana surge como uma ferramenta de integração regional e de afirmação de independência digital. O objetivo é desenvolver modelos de IA adaptados à realidade social, econômica e cultural da região, capazes de atender desde demandas de saúde pública até sistemas agrícolas inteligentes.

Detalhes do acordo entre Brasil e Equador

O memorando de entendimento prevê:

  • Capacitação profissional em tecnologias digitais e uso de supercomputadores;
  • Projetos conjuntos de pesquisa em inteligência artificial aplicada;
  • Compartilhamento de infraestrutura já existente no Brasil com outros países da região;
  • Integração com o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que contempla até 100 projetos colaborativos em IA até 2028, com investimento estimado em R$ 100 milhões.

Além disso, o Brasil se compromete a apoiar pelo menos 30 iniciativas regionais em IA, com aporte adicional de R$ 50 milhões. Já o Equador integrará o projeto à sua Política de Transformação Digital 2025-2030, alinhando estratégias nacionais às demandas do bloco latino-americano.

O impacto geopolítico da cooperação

A criação de uma inteligência artificial latino-americana também possui forte dimensão geopolítica. O setor de IA é dominado hoje por Estados Unidos, China e União Europeia, que disputam não apenas o mercado, mas também a liderança em padrões tecnológicos globais.

Ao fortalecer a cooperação Sul-Sul, Brasil e Equador sinalizam que pretendem ocupar espaço próprio no cenário digital internacional. Isso inclui ampliar a autonomia em setores estratégicos como energia, saúde, defesa e agricultura, reduzindo vulnerabilidades externas.

O acordo entre Brasil e Equador marca um avanço importante para a construção de uma inteligência artificial latino-americana, baseada na cooperação regional e no fortalecimento da soberania digital. Mais do que um projeto tecnológico, trata-se de um movimento político e estratégico para garantir que os países da região não fiquem à margem da revolução digital.

E você, acredita que a América Latina pode realmente competir no desenvolvimento de inteligência artificial própria ou dependerá sempre das grandes potências tecnológicas? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive esse debate na prática.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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