Descubra como a dupla pele de elefante + fungos podem ser uma solução sustentável no setor de construção civil
A busca por soluções inovadoras e sustentáveis na construção civil tem levado cientistas a se inspirarem na própria natureza. Recentemente, engenheiros alemães desenvolveram um sistema de sombreamento inspirado nas pinhas para controlar a temperatura de edifícios sem o uso de ar-condicionado. Agora, uma equipe da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, deu um passo além ao criar um material de isolamento térmico baseado na pele dos elefantes e produzido a partir de fungos biodegradáveis, de acordo com o site Inovação Tecnológica.
A professora Hortense Le Ferrand, líder da pesquisa, explica que o objetivo é substituir os materiais convencionais de isolamento térmico, como lã de vidro, tinta cerâmica e azulejos, que demandam processos industriais caros e utilizam materiais não biodegradáveis. A solução inovadora propõe um sistema de refrigeração passiva, que reduz a temperatura interna dos edifícios de maneira eficiente e sustentável.
Como a pele do elefante inspirou essa tecnologia?
A pele dos elefantes desempenha um papel fundamental na regulação térmica desses animais, especialmente em climas quentes. Sua superfície texturizada, cheia de rugas e saliências, permite que a água se acumule e evapore lentamente, ajudando a resfriar o corpo.
-
A nova febre imobiliária no litoral nordestino: a corrida de investidores por terrenos e condomínios de luxo que se compara à ‘bolha’ da Flórida
-
O segredo dos motoristas de app: o sedan que saiu de linha em 2021 e virou o ‘rei do custo-benefício’ com seu motor 1.0 confiável e porta-malas de 460 litros
-
A pequena cidade do Rio de Janeiro que virou gigante do petróleo e uma das que mais enriqueceram no Brasil
-
A máquina de 3.000 toneladas que consome 625 litros de diesel para percorrer apenas 1 km, mais diesel que 40 caminhões juntos, e funciona apenas por uma hora
Os cientistas aplicaram esse princípio ao design dos ladrilhos, criando uma superfície frontal com textura inspirada na pele dos elefantes. Esse formato especial diminui a velocidade de aquecimento e acelera o resfriamento do material, enquanto a parte traseira dos ladrilhos permanece lisa para otimizar o isolamento térmico.
Fungos: A nova fronteira dos materiais de construção
A inovação dessa pesquisa não para no design inspirado nos elefantes. Para fabricar os ladrilhos, a equipe utilizou micélio, uma rede de células fúngicas interconectadas que cresce naturalmente ao decompor madeira. Esse material biológico foi cultivado a partir de um molde de silicone criado com uma impressora 3D, permitindo a produção em larga escala com um processo simples e de baixo custo.
O micélio apresenta diversas vantagens:
✅ Biodegradável: Os ladrilhos se decompõem naturalmente sem gerar resíduos tóxicos.
✅ Sustentável: Produzidos a partir de biomassa residual, como microfibras de bambu.
✅ Resistentes: Apesar de serem naturais, possuem alta durabilidade e resistência às intempéries.
Segundo Hortense, essa abordagem desafia os métodos tradicionais da construção civil, aproximando a indústria da natureza e colocando o bem-estar humano e a sustentabilidade no centro da tecnologia.
O futuro da construção civil está na biomimética?
O uso de materiais inspirados na natureza não é novidade, mas os avanços recentes na bioengenharia e na impressão 3D têm permitido que esses conceitos sejam aplicados de maneira mais eficaz e acessível.
A inovação da equipe de Hortense Le Ferrand mostra que é possível criar soluções eficientes, sustentáveis e economicamente viáveis para reduzir o consumo de energia nos edifícios. Com o aumento das temperaturas globais e a crescente demanda por construções ecologicamente responsáveis, tecnologias como essa podem se tornar a nova tendência da arquitetura sustentável.