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O plano bilionário que quer reerguer a Indústria Naval no Brasil começa pelo Rio de Janeiro

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 16/05/2025 às 10:20
Bilhões para reerguer a indústria naval no Rio de Janeiro com investimentos do Fundo da Marinha Mercante
Fundo da Marinha Mercante destina R$ 6,6 bilhões para reerguer estaleiros e impulsionar a indústria naval no estado do Rio de Janeiro
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Com foco em infraestrutura, sustentabilidade e empregos, Fundo da Marinha Mercante libera maior investimento da sua história — e o Rio é protagonista

Pouca gente percebe, mas o setor naval brasileiro está se movimentando de forma inédita desde maio de 2025.
Enquanto o mundo se volta para a transição energética e a segurança logística, o Brasil aposta em algo que conhece bem — a força da sua costa e o talento dos seus estaleiros.

Mais especificamente, um plano de R$ 6,6 bilhões foi autorizado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) e, com isso, terá como destino certo reerguer a indústria naval, além de reestruturar o setor portuário e, por fim, recolocar a Marinha Mercante no centro da estratégia nacional.

O ponto de partida? O estado do Rio de Janeiro, berço de estaleiros históricos, navios emblemáticos e milhares de profissionais que há anos esperam uma retomada concreta.

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Tudo começou com uma reunião decisiva em maio de 2025

No dia 9 de maio de 2025, o conselho do FMM, portanto, se reuniu em Brasília e, como resultado, aprovou o maior pacote de recursos desde a criação do fundo, em 1958.
Foram R$ 22 bilhões liberados, dos quais R$ 6,6 bilhões serão investidos diretamente no Rio de Janeiro.

Na prática, essa decisão marca um divisor de águas para o setor.
O plano inclui a construção de navios para a Petrobras, modernização de estaleiros em Niterói e implantação de novos terminais portuários voltados à mineração e exportação.

A promessa agora vem acompanhada de cronograma, projeções e execução coordenada por instituições como o BNDES, Caixa Econômica Federal, Ministério de Portos e Aeroportos e ANTAQ.

Petrobras, Green Port e Cedro Participações lideram os investimentos no setor

Entre os projetos confirmados, a Petrobras terá papel central.
Serão quatro navios Handy construídos para transporte de derivados de petróleo, com investimento de R$ 1,5 bilhão e expectativa de 640 empregos diretos.
As obras devem começar em janeiro de 2026.

Já a Green Port, que opera um estaleiro na Ilha da Conceição, em Niterói, receberá R$ 242,2 milhões para instalar um novo dique flutuante e modernizar suas instalações.
O objetivo é claro: reduzir o tempo de espera por manutenção e ampliar a capacidade técnica da unidade.
A construção começa em novembro de 2025.

O terceiro projeto é da Cedro Participações, que implantará o terminal portuário ITG 02, voltado à movimentação de minério de ferro.
Com um investimento de R$ 3,5 bilhões, a empresa instalará a estrutura até 2028 e gerará 2.847 empregos diretos durante a execução.

4oO foco será a eficiência logística e o compromisso ambiental.

Resgate histórico: o Rio de Janeiro e a tradição naval brasileira

O Rio de Janeiro já foi o coração da indústria naval brasileira.
Seus estaleiros construíram navios emblemáticos e geraram empregos em larga escala.
Nas últimas décadas, desinvestimentos, concorrência internacional e avanços tecnológicos enfraqueceram progressivamente o setor.

Especialistas do setor veem esse pacote do FMM como uma tentativa de reverter essa curva negativa — com base em projetos sólidos, dados reais e execução coordenada.

Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, todos os empreendimentos estão amparados por estudos técnicos e viabilidade financeira.

O Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria Naval e Offshore) estima que o Brasil gerará até 10 mil empregos diretos e indiretos.
Mais do que isso, o setor poderá reativar cursos técnicos, cadeias de fornecedores e centros de pesquisa ligados à construção naval.

Sustentabilidade e inovação na infraestrutura portuária e naval

Não se trata apenas de construir navios ou ampliar portos.
De acordo com a ANTAQ, os projetos contam com tecnologias de eficiência energética, reaproveitamento de água e monitoramento de emissões.
O terminal da Cedro, por exemplo, terá esteiras automatizadas, telemetria e painéis de gestão digital em tempo real.

Além disso, haverá fiscalização periódica, relatórios ambientais auditados e cumprimento de normas técnicas da ANTAQ, como exigido por todos os projetos com recursos públicos.

O Brasil pode voltar a ser protagonista no setor naval?

Essa é a pergunta que paira no setor naval.
Para muitos, essa é a melhor chance desde o auge da indústria nos anos 2000.
Para outros, é um teste: é possível reindustrializar com responsabilidade, planejamento e transparência?

Por enquanto, o que se tem são planos concretos, obras agendadas e instituições mobilizadas.
A execução dirá o quanto o Brasil está pronto para navegar novamente com autonomia.

Mas se depender do que está em curso, o futuro da indústria naval, da Marinha Mercante e do setor portuário brasileiro pode, finalmente, voltar a ser promissor.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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