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Indústria brasileira cresce como nunca, mas no Paraguai! Impostos baixos atraem empresários para o país vizinho

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 26/01/2025 às 15:12
Indústria brasileira migra para o Paraguai por custos menores e estabilidade. Brasil sofre com impostos e desindustrialização crescente.
Indústria brasileira migra para o Paraguai por custos menores e estabilidade. Brasil sofre com impostos e desindustrialização crescente.

Enquanto o Paraguai atrai gigantes da indústria com impostos baixos e estabilidade, o Brasil afunda na desindustrialização. Empresas de peso como Guararapes e Camargo Corrêa já se estabeleceram no país vizinho. O que falta para o Brasil reagir e impedir esse êxodo industrial?

Nos últimos anos, um movimento silencioso, mas impactante, vem redefinindo o panorama industrial na América do Sul.

Empresas brasileiras, muitas delas gigantes de seus setores, estão atravessando as fronteiras para se estabelecer no Paraguai.

Mas o que torna o pequeno país vizinho um terreno tão fértil para a indústria? E por que o Brasil, com seu potencial econômico, não está conseguindo reter essas empresas?

Este fenômeno revela uma combinação de fatores econômicos, políticos e sociais que está transformando o Paraguai em um polo industrial emergente.

De acordo com o jornalista Moacir de Melo, do portal Planeta Água, os números impressionam e a tendência não dá sinais de desaceleração.

Em 2015, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo menos 42 empresas brasileiras já haviam transferido operações para o Paraguai.

Em 2025, esse número ultrapassou 180 indústrias, incluindo nomes de peso como Guararapes (dona da Riachuelo), Buddemeyer (artigos de cama, mesa e banho) e o Grupo Camargo Corrêa (fábrica de cimento Yguazú).

O que atrai as indústrias brasileiras para o Paraguai?

A resposta pode ser resumida em uma palavra: competitividade. O Paraguai oferece um ambiente extremamente favorável para negócios, especialmente para a indústria.

O país possui um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) fixado em apenas 10%, enquanto no Brasil as empresas enfrentam uma avalanche de tributos, como IPI, ICMS, ISS, PIS, COFINS e outros, que, somados, podem ultrapassar 35% do custo final de um produto.

Além disso, o Paraguai não possui tributação sobre fortunas no exterior, apresenta uma legislação trabalhista simplificada e oferece incentivos fiscais generosos.

O custo da mão de obra, por exemplo, é cerca de 40% menor que o praticado no Brasil.

Segundo Moacir de Melo, isso cria um verdadeiro “custo chinês” na América do Sul, com a vantagem de proximidade geográfica para mercados como o brasileiro.

Estabilidade política e incentivos estratégicos

Outro atrativo importante é a estabilidade social e política do Paraguai.

Governos recentes, de perfil conservador e pró-mercado, têm trabalhado para criar um ambiente jurídico confiável e desburocratizado.

Isso inclui segurança no transporte de produtos, criação de polos industriais estratégicos e uma política de incentivo à exportação.

Empresas instaladas no Paraguai têm acesso facilitado a mercados internacionais, incluindo a União Europeia, graças à inclusão do país no Sistema Geral de Preferências (SGP).

O governo paraguaio também tem se dedicado a transformar o país em um centro têxtil e de autopeças na América Latina.

Esses setores têm atraído investimentos significativos, criando empregos e impulsionando a economia local.

E o Brasil, onde fica?

Enquanto o Paraguai avança, o Brasil enfrenta desafios que parecem insuperáveis no curto prazo. A desindustrialização segue acelerada, e a carga tributária elevada desestimula investimentos internos.

A legislação trabalhista complexa, somada à burocracia e à falta de reformas estruturais, coloca o país em desvantagem em relação aos vizinhos.

Além disso, o modelo de microempreendedor individual (MEI) vem crescendo como uma alternativa ao desemprego formal, mas enfrenta críticas.

Segundo Moacir de Melo, a maioria dos cerca de 20 milhões de MEIs no Brasil não tem um plano de negócios estruturado, o que limita o impacto econômico dessa modalidade.

Outro problema estrutural é a Previdência Social, que consome quase metade das receitas da União.

As reformas administrativas e tributárias continuam engavetadas, e quando implementadas, podem resultar no maior IVA do mundo, segundo especialistas.

O que pode ser feito?

Para reverter esse cenário, o Brasil precisaria adotar medidas como:

  • Redução do tamanho do estado para aliviar a carga tributária.
  • Reformas administrativas e tributárias que priorizem a eficiência e a simplificação.
  • Incentivos ao empreendedorismo de grande porte, indo além do foco nos MEIs.
  • Facilitação das exportações e importações, para integrar o Brasil de forma mais competitiva ao mercado global.
  • Investimentos na educação e na qualificação profissional, preparando a mão de obra para demandas industriais modernas.

Infelizmente, como destaca Moacir de Melo, essas iniciativas ainda parecem distantes da agenda política nacional.

Enquanto isso, o Paraguai se consolida como uma alternativa viável para a indústria brasileira, oferecendo um modelo que combina baixo custo e alta eficiência.

Um alerta para o futuro

O êxodo industrial para o Paraguai é um reflexo direto das falhas estruturais do Brasil. Se nada for feito, o país corre o risco de perder ainda mais relevância no cenário econômico da América Latina. Será que ainda há tempo para reverter essa tendência?

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Jorge L apolinario
Jorge L apolinario
27/01/2025 06:18

Brasil tem que baixar a carga tributária, se não tem empresas que aguaenta.

Claudinei Carvalho de Souza
Claudinei Carvalho de Souza
27/01/2025 07:31

Quando o Paraguai abrir os olhos,verá que essas indústrias não querem trabalhadores,e sim ,escravos!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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